7 coisas que não podem faltar no novo Orkut
Por Alveni Lisboa • Editado por Douglas Ciriaco |
O Orkut.com pode voltar em breve e a internet ainda não sabe como lidar com essa novidade. O criador da plataforma original, Orkut Büyükkökten, não confirmou nem negou a chegada de um suposto Orkut 2.0, embora tenha dito que pretende lançar um projeto novo nesse segmento. Apesar disso, ele não mencionou uma data de lançamento, o que colocou ainda mais lenha na fogueira
São inúmeras memórias e recursos bacanas que vem à mente quando se fala do retorno desta amada de rede social. Quem navegava na internet entre 2004 e 2010 sabe do que se trata, e provavelmente está bastante empolgado com o projeto do ex-engenheiro de software do Google. Sendo assim, o Canaltech preparou uma lista com sete coisas que não podem faltar no "novo Orkut" — ou, seja lá qual nome o projeto terá. Confira:
Coisas que não podem faltar no novo Orkut
7. Avaliação dos amigos
Todo mundo tem aquele amigo super legal, um colega de trabalho muito confiável, um crush sexy. Essas pessoas podiam ser avaliadas no Orkut pelos seus amigos. O sistema de pontuação considerava quatro categorias:
- Fã: com uma estrelinha para indicar alguém que você admirasse;
- Confiável: o emoji sorridente para quem não faz fofoca ou está presente nos momentos mais difíceis;
- Legal: o cubo de gelo era um trocadilho com a palavra cool (que significa legal, em inglês), usado para quem era amigável com você;
- Sexy: os corações vermelhos sugerem a avaliação de pessoas atraentes.
A função incentivava uma certa competitividade no Orkut, reforçando estereótipos de beleza, o que não é tão bacana nos dias de hoje, mas a essência do recurso é bem interessante se for repensada. Poderia ser usada para dar match, com base em um jogo de perguntas e respostas, ou como uma ferramenta para aproximar pessoas.
Outra alternativa seria um retorno como uma espécie de caderno de anotações individuais para que cada pessoa possa classificar seus amigos. Os dados seriam privativos, mas ajudariam a guiar o algoritmo de conteúdo da rede, por exemplo, indicando quem é mais importante para você.
6. BuddyPoke - Avatares 3D
Os fofíssimos avatares digitais 3D surgiram já na fase final do Orkut, mas fizeram um imenso sucesso. Em uma época em que não existiam aplicativos simples para criação de personagens, a extensão Buddy Poke permitia que cada pessoa moldasse uma versão tridimensional (ao melhor estilo Funko) para se representar digitalmente.
Você escolhia o tipo de corte de cabelo e a cor, o formato dos olhos e da boca, os acessórios, as roupas e até o fundo de tela. As opções eram meio limitadas, mas dava para interagir com os personagens dos seus amigos: dançar, cumprimentar ou brincar com os contatos. Era possível configurar também o seu humor do dia, deixando o boneco com expressão feliz, triste ou bravo.
Em tempos de metaverso, nem é preciso dizer como os avatares devem voltar com tudo nos próximos anos. O criador do Orkut nunca mostrou interesse nesse mundo digital persistente, mas a adição de avatares certamente seria algo antenado ao mundo atual. A nova rede social poderia até se antecipar e já trazer sua própria ferramenta de criação de pessoas, animais e objetos para interagir ambiente virtual.
5. Visualizações de perfil e quem te visitou
Saber quem andou bisbilhotando seu perfil é um recurso útil e desconfortável ao mesmo tempo. Se por um lado é bom saber quem esteve vendo sua conta, por outro envolve questões relacionadas à privacidade das pessoas.
O Orkut exibia as estatísticas de quantas pessoas visitaram seu perfil e quem o fez, com o link para o perfil do usuário. É um sistema que existe até hoje no LinkedIn, por exemplo, porém que foi abolido demais redes sociais.
As plataformas têm muitos números disponibilizados como "insights", mas isso pode ser bastante confuso para o usuário mais leigo. Voltar com essa possibilidade poderia trazer como benefício saber quem anda "stalkeando" seu perfil e reduzir a incidência de fofoca, já que o outro vai saber quando esteve por lá.
Além dos dados, o Orkut ainda exibia a chamada "Sorte do Dia", uma espécie de biscoito chinês que traziam fases motivacionais. As mensagens se repetiam, mas era bem bacana tirar alguns segundos para ler aquilo todos os dias. Com a tecnologia atual, isso poderia ser substituído por uma IA que entende seu humor e oferece conteúdos para melhorar sua rotina, como vídeos motivacionais ou conteúdos sobre autoajuda.
4. Suporte a games online
Quem teve Orkut vai lembrar o jogo de fazendinha Colheita Feliz. O game de administração exigia dedicação diária e exigia a interação dos amigos para aprimorar a plantação ou o cultivo dos animais. Você precisava coletar moedas que eram usadas para ser reinvestidas em melhorias (ou outros tipos de plantações).
É claro que o formato de antigamente não faria sucesso hoje, tanto que o Facebook tentou replicar isso lá por 2010 com fracasso. Mas no mundo moderno com smartphones e internet 5G para todo lado, o Orkut poderia investir em vários jogos online multiplayer para entreter as pessoas, além de estreitar os laços de amizade.
Títulos como Among Us tem uma pegada social muito bacana para serem usados em plataformas de mídia. Se quisesse, o novo Orkut poderia adicionar também alguns recursos presentes em ferramentas como o Discord para ter melhor integração, como chat por voz e canais. Há também a opção de integrar jogos com NFTs e criptomoedas, ideais para rodar em navegadores e integrados a carteiras com coleções de ativos digitais.
3. Comunidades
O uso das Comunidades é recurso mais marcante do Orkut de todos os tempos. Os grupos de reunião de pessoas estão em alta no Twitter e no WhatsApp, embora já existam no Facebook há uma década.
Desde que surgiram, em 2014, elas foram mais usadas para expressar sentimentos ou gostos pessoais, o que ajudava o outro a conhecer sem precisar conversar — até porque não havia ferramenta de chat. Uma nova rede social que preze pela integração entre humanos certamente precisa conter um local de reunião pacífica de gente com ideias em comum. A ideia é reduzir a dependência do algoritmo e incentivar as conversas nestes ambientes seguros.
As comunidades do novo Orkut podem não ter um formato estático como o naquela época, mas aprimorando o conceito com coisas inéditas, como salas de bate-papo por áudio ou vídeo, transmissões ao vivo e ferramentas nativas de integração entre as pessoas. Tudo isso exigiria ferramentas de moderação atuais e possíveis recursos de monetização para incentivar o trabalho de gestão dos ambientes.
2. Scraps e depoimentos
Em uma época em que chat em tempo real era luxo, a forma de comunicação no arcaico Orkut era o envio de scraps (mensagens de texto públicas) e depoimentos (relatos que ficavam na página inicial do usuário). Quando você não queria que outras pessoas viessem sua mensagem, era comum enviar como "depô" com um aviso bem grande de "NÃO ACEITAR" — o que nem sempre adiantava, porque vira e mexe alguém apertava o botão errado, por engano.
O Facebook tem um recurso para deixar mensagens no perfil de um usuário, na tentativa de emular essa funcionalidade, mas a ideia nunca foi usada da mesma maneira. Isso pode ter ocorrido porque o layout da rede não favorecia a entrada em perfis alheios, graças ao "Feed de Notícias", portanto não faria muito sentido deixar um lindo depoimento de amizade ou amor se ninguém vai ler.
Esse formato poderia retornar mais moderno, com o devido destaque nos perfis para incentivar as pessoas a deixar comentários sobre as outras. Era muito bom receber palavras carinhosas que quem gostava e isso poderia retornar facilmente em uma nova versão da rede social. Aqui vale ressaltar novamente o LinkedIn, que possui um sistema de indicação parecido, no qual você pode avaliar quem já trabalhou com você.
1. Suporte a todas as plataformas
O Orkut original era acessado somente pelo navegador, já que não existia Wi-Fi e os smartphones estavam longe de serem lançados. Os dados móveis de celulares eram lentos demais para carregar fotos, scraps e todo o layout da página. Em 2022, qualquer celular, por mais modesto que seja, tem acesso à internet rápida por 4G, 5G ou em redes fixas sem fio.
É importante que o Orkut chegue simultaneamente para todas as plataformas: desde a versão web até os celulares/tablets com Android e iOS. A Hello, experimento social de transição de Orkut Büyükkökten, só tinha versão para Android e isso limitou muito o acesso das pessoas.
Já o Clubhouse, popular pelos chats de áudio, foi pelo caminho inverso só chegou no iOS. O app para Android levou quase 1 ano e meio para ser lançado e ainda chegou com menos recursos. Ambas as redes sociais mencionadas acima falharam em atrair público interessado, justamente porque restringiram demais a entrada no momento de popularidade.
O "novo Orkut" também precisa deixar de lado a exigência de convite para entrar na rede. Essa foi uma estratégia usada com sucesso naquela época, mas deu muito errada com o Clubhouse, porque muita gente não conseguiu a "entrada" e desistiu de conhecer o serviço.
Quando chega o Orkut?
O hype segue em alta, principalmente após as declarações recentes de Orkut (a pessoa, não a empresa), logo muita gente estará ansiosa para experimentar o projeto reformulado. Para bombar, então, é importante que os desenvolvedores trabalhem muito bem antes para deixar a experiência polida, agradável e funcional para todos.
Há muitas coisas bacanas que o novo Orkut pode conter já no lançamento. Infelizmente, ainda é cedo para saber quais serão, já que o responsável pelo projeto não deu detalhes sobre nada. Qual funcionalidade de outra rede social poderia existir na próxima rede social? Mande sua sugestão para o Orkut, quem assim ele se apressa para revelar finalmente esse projeto guardado há sete chaves.