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Anúncios de venda de drogas no Instagram e Facebook geram cobrança à Meta

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Reprodução/Freepik
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Parlamentares dos Estados Unidos enviaram uma carta ao CEO da Meta, Mark Zuckerberg, solicitando explicações sobre a presença de anúncios que promovem a venda de drogas ilícitas nas plataformas da companhia, como Facebook e Instagram. A iniciativa ocorre após reportagens do Wall Street Journal e investigações da Tech Transparency Project (TTP) revelarem centenas de casos em que esses anúncios direcionam usuários a mercados online de drogas.

A carta foi enviada à Meta nessa quinta-feira (15) e assinada por 19 membros do Congresso norte-americano.

O que diz a carta à Meta

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No documento, os legisladores citaram que, em 16 de março de 2024, o Wall Street Journal divulgou que promotores federais dos EUA estavam investigando a Meta por facilitar a venda de drogas ilícitas.

“Em vez de abordar rapidamente a questão e remover totalmente o conteúdo ilícito, em 31 de julho de 2024, o Wall Street Journal novamente relatou que a Meta estava ‘veiculando anúncios no Facebook e Instagram que direcionam usuários a mercados online de drogas ilegais’”, afirmaram os congressistas.

A carta também mencionou que esta não é a primeira vez que a Meta é acusada de permitir a venda de drogas em suas plataformas. Segundo os legisladores, em 31 de julho de 2024, a TTP divulgou uma investigação que encontrou mais de 450 anúncios no Instagram e Facebook promovendo a venda de drogas nos últimos meses.

Além disso, investigações anteriores da TTP em 2021 e 2022 já haviam mostrado que “o Instagram permitiu que adolescentes de apenas 13 anos encontrassem drogas à venda na plataforma em apenas dois cliques”.

Nessa última quarta-feira (14), a TTP revelou um novo anúncio, desta vez promovendo aparente cocaína em uma página chamada "Aussie Darkweb", no Facebook, Instagram e Messenger. A publicação destaca que “traficantes não precisam da dark web para vender drogas quando podem simplesmente comprar anúncios nas plataformas da Meta”.

Questionamentos sobre anúncios de drogas

Na carta, os legisladores exigem que Zuckerberg responda a uma série de perguntas detalhadas sobre as práticas da Meta em relação aos anúncios de drogas ilícitas. Entre as questões, os congressistas perguntam quantos anúncios desse tipo foram descobertos pela empresa e quantos foram reportados por terceiros.

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Eles também solicitam informações sobre a receita gerada por esses anúncios e os processos de revisão e aprovação de conteúdos relacionados a drogas. Outra preocupação é entender quais ações foram tomadas contra os anunciantes responsáveis e como a Meta pretende evitar que esses anúncios continuem a ser exibidos em suas plataformas.

A carta ainda questiona por quanto tempo, em média, tais anúncios permaneceram ativos antes de serem removidos, quantos usuários visualizaram e interagiram com eles, e quantos desses usuários eram menores de idade.

Os legisladores também pedem esclarecimentos sobre as medidas futuras da Meta para impedir a publicidade de drogas ilícitas e quais autoridades governamentais estão sendo consultadas a respeito. A carta finaliza perguntando se a Meta usa informações de saúde de seus usuários para direcionar ou personalizar anúncios e se esse tipo de dado foi utilizado nos casos mencionados.

A Meta tem até 6 de setembro de 2024 para fornecer essas respostas. A empresa confirmou o recebimento da carta e informou que planeja responder aos questionamentos.

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Na época da reportagem do Wall Street Journal, a Big Tech respondeu que “trabalha com as autoridades para combater essas atividades e que seus sistemas são projetados para detectar e rejeitar anúncios que violam nossas políticas sobre drogas”.