Star Wars pode trazer de volta uma esquecida criação de Alan Moore
Por Claudio Yuge |
Muita gente nem sabe, mas Alan Moore também já escreveu uma história de Star Wars. Aliás, como a maioria das coisas que o rabugento e genial escritor britânico faz, muitas das coisas criadas por sua mente estão à frente de seu tempo. Prova disso é uma nova HQ que pode trazer ao cânone oficial um deus androide do passado.
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Atenção para spoilers para Star Wars: Dark Droids #1 à frente!
O deus andróide conhecido como Ronyards apareceu pela primeira vez na história Rust Never Sleeps, escrito por Alan Moore em 1982, em trama que também é assinada por Alan Davis, Jenny O’Connor e Matt Webb. O conto foi publicado em The Empire Strikes Back Monthly #156, como parte da linha de quadrinhos Marvel Star Wars UK.
Na história, C-3PO e R2-D2 se encontram no planeta Ronyards, onde os restos de andróides descartados foram despejados durante séculos. Lá eles encontram um autômato chamado Fivelines, que lhes diz que o planeta é o “Corpo do Deus Vivo”; e que, assim como os corpos dos andróides se acumularam e se fundiram, o mesmo aconteceu com suas almas.
Os cadáveres robóticos se uniram para formar um “espírito de paz” conhecido como o próprio planeta Ronyards. Tanto C-3PO quanto R2-D2 não acreditam muito nessa história, mas quando um grupo de Stormtroopers aniquila Fivelines, o planeta-deus-andróide Ronyards aparentemente os destrói.
Como a criação de Alan Moore pode aparecer nas novas HQs de Star Wars?
As novas histórias de Star Wars, tanto nas telonas e telinhas quanto nos quadrinhos, tem explorado mais a fundo a psicologia dos dróides e como eles eventualmente podem se vingar de seus mestres humanos. E, além do que temos visto em diversas séries do Disney+ e até na última trilogia da Saga Skywalker, as HQs têm destacado um evento chamado Dark Droids — que é justamente sobre esse tema.
Na trama, duas facções de andróides que desejam libertar-se da escravidão humana se organizam em dois caminhos opostos, o da violência e o da iluminação. Em Star Wars: Dark Droids #1, lançado recentemente, uma presença maligna conhecida como Flagelo começa a infectar tanto os dróides imperiais quanto os rebeldes.
O Flagelo nasceu a partir da união da inteligência artificial chamada Spark Eternal com a tecnologia Sith. E, à medida que esta infecção sombria se espalha por todos os andróides a bordo de um Destróier Estelar Imperial, milhares de humanos são massacrados pelas mãos dos autômatos.
Paralelo a isso, há a Colônia da Segunda Revelação, um culto de andróides que busca espalhar as noções de autogoverno e autodeterminação para os robôs por toda a galáxia. Essa organização é liderada por Ajax Sigma, um dróide que liderou a revolução contra os humanos durante a era da Alta República, antes de ser derrotado pelos Jedi. Ajax vê o Flagelo como uma “blasfêmia” que deseja escravizar os andróides, enquanto a Segunda Revelação deseja libertá-los.
E aí é que a reintrodução de Ronyards criaria o equilíbrio perfeito entre o Flagelo e a Segunda Revelação, como uma entidade que une os dróides e os liberta do controle humano, ao mesmo tempo que não hesita em usar meios violentos contra os humanos que os escravizaram.
Vale destacar que Ronyards ainda faz parte do selo “Legends”, que aborda tudo o que foi publicado anterior à aquisição da Lucasfilm pela Disney. Só que muita coisa “Legends” vem saltando para o cânone oficial atual, como é o caso de uma outra criação do próprio Alan Moore: Rur, o Alto Xamã do Terrível Brilho, apareceu recentemente nos quadrinhos, em Doctor Aphra #2.
Então, não se surpreenda se o deus andróide Ronyards, criado por Alan Moore, aparecer nas novas histórias de Star Wars muito em breve.