Quais são os gibis mais caros já vendidos no Brasil?
Por Claudio Yuge |

O mercado de quadrinhos no Brasil está longe das cifras milionárias dos gibis gringos — como a primeira aparição do Superman, vendida por mais de US$ 3 milhões nos Estados Univos. Entretanto, isso não quer dizer que nossos exemplares não tenham lá seu valor. Pelo contrário: colecionadores brasileiros têm pago boas quantias por revistas raras, nostálgicas e difíceis de encontrar por aí.
No Brasil não há um movimento tão grande de colecionadores de gibis capaz de sustentar uma rede recorrente desse mercado em grandes centros ou leilões e marketplaces. Então, e enquanto coleções e edições mais raras são encontradas em apps de vendas de usados, outra grande boa parte dos anúncios é difundida de maneira mais informal, principalmente em redes sociais e fóruns como o reddit.
Um dos casos mais notáveis envolve uma edição clássica da Turma da Mônica, da época em que o Cebolinha enfrentava o enigmático Do Contra. Segundo relatos de colecionadores em um fórum do reddit, um exemplar antigo, mesmo em estado apenas razoável (com lombada colada e grampos trocados), foi arrematado por mais de R$ 4.200 em 2023 — um valor considerável, ainda mais para um gibi que já passou por várias gerações de leitores.
Outro destaque recente em que algumas edições chamaram atenção veio de um leilão com mais de 390 revistas raras do colecionador Horácio Ernani, que fez vendas em arremates realizados entre os dias 31 de março e 3 de abril deste ano.
Um exemplar de Conan, o Bárbaro (1972), da editora EBAL, foi vendido por R$ 3.100, enquanto uma edição de Suplemento Juvenil #1.270 com o Batman, dos anos 1940, atingiu R$ 950, com direito a capa gasta e aquele charme retrô inconfundível.
Em uma das vendas do site Estante Virtual, é possível encontrar também algumas raridades a preços menores, mas ainda assim salgados para o bolso brasileiro. É o caso da edição brasileira Os Fabulosos X-Men - Volume 2 - Edição Definitiva, que está disponível pela “bagatela” de R$ 490.
Tesouros escondidos na estante
Apesar de esses valores parecerem modestos perto dos milhões gringos, eles mostram que o quadrinho brasileiro está ganhando respeito — e espaço — no cenário de colecionismo. E mais: revelam que ainda há muitas pérolas escondidas nas estantes, baús e caixas esquecidas por aí.
Enquanto isso, os quadrinhos nacionais continuam sendo valorizados mais pelo seu valor histórico e afetivo do que pelo comercial. Mas quem sabe daqui a uns anos, com o crescimento da cultura pop e o interesse crescente em publicações antigas, a gente não vê um gibi da Turma da Mônica, do Recruta Zero ou até d’O Tico-Tico batendo recordes de verdade?
Então, fica a dica: antes de jogar aquele gibi velhinho fora, dê uma olhada melhor. Vai que você tá segurando um pequeno tesouro...