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Conheça a espetacular HQ que inspirou a nova série do Gavião Arqueiro no Disney+

Por| 08 de Dezembro de 2021 às 11h20

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A série Gavião Arqueiro já é uma das mais queridas pelos assinantes do Disney+ e fãs do Marvel Studios. Mas o que pouca gente sabe é que a atração tem raízes na fantástica série limitada do personagem, lançada em 2012.

Gavião Arqueiro teve 22 edições e mudou a forma como a Marvel tratava seus heróis. A série limitada trouxe uma narrativa gráfica que explorou de forma muito inventiva os limites da arte sequêncial e fez parte de uma importante iniciativa da editora, que vinha reformulando sua linha com o sucesso dos filmes do Universo Cinematográfico Marvel (MCU, na sigla, em inglês).

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O arco fez parte da revolução chamada de “Marvel Now!”, em que a Marvel Comics explorava ainda mais a humanidade de seus heróis. A Casa das Ideias sempre tratou suas criações como “heróis querendo ser deuses” (a DC Comics, em comparação, é o contrário, são “deuses querendo ser humanos"), e destacar o lado falível que se conecta com os leitores sempre foi o grande charme marvete.

Assim, depois que Vingadores, filme de 2012 que fez grande sucesso, o escritor Matt Fraction propôs para a editora: “E se contássemos histórias que mostrassem o que o Gavião Arqueiro faz quando ele não está com os Vingadores?”. A premissa, apresentada sem grandes pretensões, foi aceita e se tornou um clássico instantâneo. O Canaltech explica como isso aconteceu e de que maneira isso se reflete na série do MCU.

De vilão a herói de rua carismático

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Antes da série de Fraction, o Gavião Arqueiro tinha uma história muito irregular e inconsistente na Marvel. Sua primeira aparição foi em Tales of Suspense #57, de 1964, e, na época, Clint Barton ficou mais conhecido por ser um criminoso que se tornou um Vingador. O traje cafona e um humor, digamos, “excêntrico”, o tornou um personagem de relativo sucesso.

Depois disso, ele passou por altos e baixos, com uma passagem de destaque nos Vingadores da Costa Oeste, no começo dos anos 1990; e em grupos como Thunderbolts e Vingadores Secretos no início de 2000. Curiosamente, uma de suas melhores encarnações aconteceu na Terra paralela Ultimate, com o grupo Os Supremos, que influenciou os Vingadores do cinema. Mas Clint Barton sofreu muitas mudanças e chegou a ser dado como morto no evento Vingadores: A Queda.

Barton nunca foi o favorito dos leitores, até que Fraction convidou Aja para mostrar como a vida de um herói que convive com super-heróis pode ser interessante em histórias mais “pé no chão” e intimistas. Em Gavião Arqueiro, vemos o cotidiano solitário do personagem, que na série limitada lidava mais com gangues de rua, mistérios sobre assassinatos e brigas noturnas nos telhados de Nova York. Os diálogos espertos, com o humor irônico de Barton, e a perspicácia de vencer os inimigos sem poderes, tornou tudo ainda mais divertido.

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A narrativa era centrada nos personagens, que receberam um tratamento especial, com estofo e motivações verossímeis — é impossível você ler e não se identificar com algo deles, especialmente nas derrotas pessoais de Barton e no entusiasmo e vigor de Kate Bishop, que se torna sua aprendiz. E o mais legal é que isso tudo vinha com um “giro de perspectiva”: em algumas edições você é cúmplice do Gavião Arqueiro, lendo seus pensamentos; em outra você vê as coisas pelo lado de Bishop, e, em uma edição até é possível observar o mundo pelos olhos (e ouvidos) do Pizza Dog.

E isso tem tudo a ver com a proposta gráfica espetacular de David Aja, com as cores de Matt Hollingsworth e o apoio dos artistas Javier Pulido, Annie Wu e Francesco Francavilla.

Arte espetacular com narrativa criativa

A identidade visual tem tudo a ver com o sucesso do título. O design e as cores utilizadas tornaram as capas e os grafismos verdadeiras “marcas de franquia” para o personagem, e se destacaram como uma revista autoral com ares de independente em meio a tantas propriedades de peso da Marvel no mercado mainstream.

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Uma das grandes sacadas de Fraction e Aja foi mostrar Barton perdendo parte de sua audição, o que permitiu a ambos explorar a linguagem de sinais nos quadrinhos com cenas que intercalavam a ação de combate com movimentos muito expressivos, sejam corporais ou faciais. Essa “parada” em meio às sequências de luta, por exemplo, foi importante para mostrar detalhes das próprias atividades como os sentimentos dos personagens. “Picotar” os quadros no estilo de autores indie como Chris Ware ajudou a mostrar, por exemplo, como o Gavião Arqueiro resolvia as situações, suas emoções e a maneira inventiva como ele se comunicava com Bishop para vencer os bandidos.

Para ter ideia de como isso acontecia, basta lembrar de três momentos. Um deles envolve Tony Stark, que é convocado por Barton para ajudá-lo a conectar seu videocassete. A narrativa usa elementos que conhecemos do dia a dia para brincar com as personalidades dos heróis, enquanto a história progride de forma bastante incomum.

Em outra edição, toda ação acontece por meio da perspectiva do Pizza Dog, que, claro, não sabe o que dizemos, mas consegue reconhecer algumas palavras e elementos que se tornam icônicos para a compreensão. Como grande parte da trama envolve a comunicação (lembram-se da linguagem de sinais?), esse “interlúdio” tem tudo a ver e serve também como uma “cereja no bolo” na narrativa gráfica criada para a série.

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E ainda houve espaço para muitas homenagens à cultura pop. Em uma das edições, Aja coloca Wolverine, Homem-Aranha e Gavião Arqueiro lutando de forma “mais heroica” como fosse em uma tela de jogos de fliperama dos anos 1990. Essa forma caricata de tratar o clássico combate de “mocinhos e bandidos” tem tudo a ver como a trama trata o que é “certo e errado” e “bem e mal” na série.

Depois das 22 edições dessa série limitada, o Gavião Arqueiro chegou a ganhar outras histórias com pegada parecida, inclusive com um arco muito bom de Jeff Lemire. Mas nada foi tão importante para a renovação da Marvel Comics e para o personagem como o título de 2012.

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Como deve ser no MCU?

Estamos vendo muita coisa baseada na série de Fraction e Aja na série do Disney+. Desde os cartazes, até a logo e a caracterização das cores, até a participação de destaque de Bishop e a presença do Pizza Dog. E há um elemento que tem sido destacado com frequência nos episódios: Jeremy Renner utiliza um aparelho auditivo no ouvido e sua a perda de sua audição é bastante importante na história, assim como a comunicação por sinais.

A maior diferença está no fato de a Marvel Studios dizer “adeus” ao Gavião Arqueiro e construir Kate Bishop a partir do que aconteceu com a faceta Ronin em Vingadores: Guerra Infinita. A série conecta Bishop e Barton a partir da caracterização dela como Ronin, o que acabou chamando a atenção dos bandidos.

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O Gavião Arqueiro é um dos “Vingadores originais” dos cinemas que está fazendo hora extra e a série do Disney+ tem tudo para aposentá-lo e substituí-lo por Bishop, que possivelmente deve integrar os Jovens Vingadores ou até mesmo a equipe principal nas próximas fases do MCU. E nada mais justo do que realizar essa despedida em uma atração baseada em um dos títulos mais celebrados da Marvel Comics em todos os tempos, que chegou a ser reconhecido pela crítica literária e alcançou o topo das edições mais vendidas do The New York Times em 2012.

Gavião Arqueiro está disponível no catálogo do Disney+ para todos os assinantes.