Este mutante que já matou o Motoqueiro Fantasma é o mais subestimado X-Men
Por Claudio Yuge | 04 de Maio de 2023 às 13h49
A Marvel já teve uma quantidade muito maior de mutantes e, após a explosão da criação de personagens ligados aos X-Men, nos anos 1990, a editora teve que lidar com a falta de destaque e espaço para boas histórias para alguns heróis que já nasceram populares. E Câmara, que um dia já matou até o Motoqueiro Fantasma, é um deles.
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O britânico Jonothan "Jono" Starsmore, também conhecido como Câmara (Chamber, no original) entrou para o cantinho dos X-Men na Marvel na célebre fase do desenhista Chris Bachalo em Generation X. O título mensal, lançado em 1994, mostrava uma nova geração de mutantes que estudava na Academia de Massachusets da Escola Xavier para Jovens Superdotados, sob a tutela dos professores Emma Frost e Sean Cassidy — também conhecidos como Rainha Branca e Banshee.
Câmara tem um visual muito interessante, e um poder ainda mais cool, embora isso tudo torne sua figura um tanto quanto bizarra entre os outros membros da equipe. Quando sua habilidade mutante se manifestou na adolescência, causou uma poderosa explosão psiônica que destruiu seu peito e mandíbula. É por essa cavidade que ele consegue liberar uma devastadora rajada de energia, que está sempre latejante; e é nesse canal que ele desenvolveu uma “concha” telepática, para se comunicar diretamente na mente das pessoas.
Como o mais subestimado dos X-Men matou o Motoqueiro Fantasma?
Em 2011, todas as propriedades da Marvel que ainda estava com direitos autorais cinematográficos nas mãos da Fox estavam em baixa nos quadrinhos. Isso aconteceu por duas razões: pelo excesso de mutantes e revistas ligadas aos X-Men lançadas durante os anos 1990, o que diluiu a qualidade das tramas e o destaque que personagens com potencial poderiam ter; e por imposições do CEO da Marvel Entertainment, Ike Perlmutter, que mandou todo mundo dar um sumiço nos X-Men e no Quarteto Fantástico enquanto as licenças dessas franquias estivessem fora da Casa das Ideias.
Vale destacar que o Marvel Studios estava começando uma carreira de sucesso, e o fato de a Casa das Ideias não poder usar duas de suas mais populares franquias no cinema deixava muitos diretores rangendo os dentes.
Mesmo com a pressão de Perlmutter, alguns editores da Marvel ainda resistiam, e, embora tenham diminuído o destaque dos X-Men e do Quarteto Fantástico, vez ou outra tentavam oferecer um brilho extra em um período de histórias pouco inspiradas. E uma dessas tentativas foi a saga A Era de X, em que Legião, filho do Professor Xavier, recria à realidade a partir de sua versão distorcida por meio da sua esquizofrenia mutante.
A Era de X tinha uma ambientação bastante sombria e violenta, e a relação entre mutantes e humanos tinha azedado de vez, com ações extremas de ambos os lados. Em uma sequência da trama, a mutante Medula tenta agredir Sue Storm e é capturada pelo Motoqueiro Fantasma Johnny Blaze, que aplica seu Olhar de Penitência na X-Man. A resposta a isso veio imediatamente, e o anti-herói demoníaco foi desintegrado por Câmara, que praticamente ignorou o fogo infernal de Blaze com uma rajada devastadora.
Vale lembrar que, mesmo com a distorção da realidade na trama de A Era de X, a saga não alterou habilidades ou níveis de poder dos personagens mutantes. Isso significa que o Câmara também poderia fazer o mesmo na realidade criada por Legião. Amado pelos fãs, Jonothan, mesmo esquecido nas revistas nos últimos anos, continua sendo um dos personagens com visual mais cool e de comportamento intrigante — uma pérola perdida da Marvel, esperando que uma boa equipe criativa a encontre.