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Após dez anos no cargo, Dan Didio deixa chefia na DC Comics
A notícia pegou a todos de surpresa, mas quem acompanha a indústria mais de perto já via sinais disso vindo por aí: no final de semana, a Warner Bros decidiu mudar o comando da DC Comics e demitiu um de seus dois editores-chefe, Dan Didio. Agora, pelo menos por enquanto, Jim Lee continua ocupando o cargo sozinho.
Didio chegou à chefia em 2011, quando a DC passava por momentos de turbulência e se preparava para mudar de sede — algo que aconteceria em 2015, quando a companhia deixou Nova Iorque para Burbank, na Califórnia. Ele comandou o reboot em toda a linha de super-heróis, com os Novos 52, que acabaram não vingando muito.

Nesse tempo, conseguiu importantes conquistas comerciais e administrativas para a editora, como a produção de edições exclusivas para as redes varejistas Target e Walmart — uma estratégia que também influenciou o mercado das comic shops gringas. Embora tenha conquistado muita coisa perdida na linha editoral, com o Renascimento proposto por Geoff Johns, e com as sagas de Scott Snyder, a exemplo de Metal, Didio herdou um ambiente tóxico no trabalho e também se perdeu em meio à gestão de alguns de seus talentos e editores.
Além disso, seu próximo grande projeto, o Generation Zero: Gods Among Us, promete reformular todo o Multiverso DC com uma cronologia atualizada — e isso não é algo muito bem visto por Snyder, que tem bastante moral com a diretoria e pode até mesmo ocupar o lugar deixado por Didio.
Desgaste pode ter sido o culpado pela demissão
Desde 2011, antes mesmo de Didio assumir o controle e impor o seu estilo no ambiente de trabalho, a DC vem sendo criticada nos bastidores por vários funcionários e autores. Eddie Berganza, editor da linha Superman em 2012, foi acusado de assédio várias vezes.
Muitos autores diziam que não eram bem tratados pelo ex-editor-chefe, o que causou, por exemplo, a saída de Greg Rucka e J.H. Williams III do elogiado título Batwoman — houve mudanças de roteiro na trama em que a personagem se casava com outra mulher. Rob Liefied, criador do Deadpool, comemorou no Twitter e disse que Didio “atrasava a DC já há décadas”.
What took so long?? So much damage. So many bad decisions!!!! https://t.co/07ewJqcQxQ
— robliefeld (@robertliefeld) February 21, 2020
Por outro lado, artistas como o roteirista James Tynion IV, que trabalha com a linha do Batman, elogiaram sua passagem.
The DC that Dan Didio helped cultivate as EIC in the mid-00s when I was in HS and College made me a fan of DC for life.
— James Tynion IV ? C2E2 A-11 (@JamesTheFourth) February 22, 2020
The DC that he built as publisher in the 10s gave me my career in this industry.
I'll be eternally grateful on both counts, and wish him the best!
Mesmo com muitas críticas positivas em sua habilidade de delinear grandes projetos e gerenciar microambientes editoriais, a linha de quadrinhos adultos definhou de vez em suas mãos, culminando na demissão de mais uma mulher, a editora Shelly Bond. Diane Nelson, presidente da própria DC Entertainment, que tem uma ligação íntima com a diretoria da Warner Bros, passou a ficar mais de olho na DC Comics.

(Imagem: DC Comics)
Nos últimos meses, haviam burburinhos internos sobre retrocessos editoriais e a sensação geral parecia ser de frustração, pois as mudanças previstas já há anos não vinham acontecendo. Vários editores deixaram seus cargos, a exemplo de Pat McCallum, Alex Antone, Molly Mahan, Rob Levin e outros. Não se sabe se tudo isso tem a ver exatamente com essa demissão, mas podem apostar que o desgaste ajudou.
Agora, não se sabe qual será o futuro do projeto 5G, que reconta toda a história DC com uma cronologia mais próxima da realidade e tem sua primeira edição em Generation Zero: Gods Among Us. Além disso, a minissérie dos Homens Metálicos, que tem seu roteiro, também permanece sem resolução. Vamos ver o que muda em breve.
Com informações do Collider
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