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Alan Moore quase voltou para a Marvel por causa deste personagem

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Wikipedia/Creative Commons
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Ainda que nos dias atuais seja impensável ter o lendário escritor britânico Alan Moore fazendo qualquer projeto ligado aos super-heróis, nem sempre foi assim. O autor assinou diversos dos maiores clássicos do gênero e, até o começo dos anos 2000, ainda passava pelo segmento e estava mais próximo da Marvel Comics — nessa época, ele já estava descontente com a DC Comics.

E, segundo revelado recentemente pelo editor-chefe da Marvel na época, Tom Brevoort, Moore manifestou um surpreendente desejo de escrever um personagem em especial da Casa das Ideias. Os detalhes vieram à público por conta do Man With a Hat, um boletim informativo estadunidense sobre cultura pop que faz parte da plataforma de publicação Substack.

Segundo Brevoort, ele e Moore trabalharam juntos em um projeto para caridade, após os ataques terroristas às Torres Gêmeas nos Estados Unidos, no dia 11 de setembro. Em seguida, o editor da Marvel tentou atrair Moore para fazer mais trabalhos para a Marvel Comics. “Mais tarde, tentei convencer Alan a escrever o Quarteto Fantástico, sem sucesso — ele tinha interesse em fazer o Homem-Formiga, embora eu nunca tivesse certeza se poderíamos vendê-lo em quantidades suficientes para valer a pena. Mas aposto que o Homem-Formiga dele teria sido alucinante.” Vale destacar que o Homem-Formiga, no começo de 2011, era um personagem bastante esquecido, e estava voltando a ser mais relevante nos Vingadores.

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Moore escreveu algumas aventuras do vigilante Night Raven para o braço britânico da Casa das Ideias no começo dos anos 1980, a Marvel UK; e sua maior contribuição foi estabelecer as raízes do Multiverso Marvel em sua passagem pelas histórias do Capitão Britânia. Fora isso e o especial de três páginas Heroes for Hope: Starring the X-Men, o famoso escritor de Batman: A Piada Mortal, Watchmen e V de Vingança, todas pela rival DC Comics, nunca realizou um projeto especial com peso semelhante para a Marvel Comics.

Moore se voltou contra os heróis nos anos 2000

A verdade é que Alan Moore nunca gostou muito de super-heróis. Desde os seus primeiros trabalhos, já dava para notar o que ele mesmo diz atualmente: que os poderosos seres com colantes coloridos brincam de deus em fetiches extremistas da sociedade. Mas, ainda assim, ele compreendia muita via de interessante e comovente nesse segmento, o que o moveu a produzir várias tramas como Superman: O que aconteceu ao Homem de Aço (ou What Happened to the Man of Tomorrow?).

Depois dos anos 2000, seu desapontamento com a DC Comics, que mudou ou comercializou suas ideias em adaptações de suas obras para o cinema, Moore decidiu se voltar de vez contra os heróis. E, curiosamente, é justamente em uma obra que parodia o Quarteto Fantástico e os Vingadores, é que podemos ver como seria sua versão do Homem-Formiga.

No começo dos anos 2000, Moore trabalhou com os títulos Tom Strong e Supremo na Image Comics, com obras que homenageavam a Era de Ouro dos Quadrinhos. E, com outro projeto, batizado de 1963, ele chegava à Era de Prata, com os grupos Tomorrow Syndicate e o Mistery Incorporated, suas versões dos Vingadores e Quarteto Fantástico, respectivamente.

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Em algumas páginas, vemos o Infra-Man e a Infra-Girl, que são análogos do Homem-Formiga e a Vespa. A abordagem de Moore mostrava a energia infantil dos primeiros quadrinhos da Marvel, enquanto oferecia uma perspectiva adulta e irônica. Pena que nunca mais saberemos com detalhes como sua versão realmente se desenvolveria, pois Moore abandonou definitivamente até mesmo os quadrinhos em geral já há alguns anos.

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