Número de anunciantes suspensos pelo Google em 2020 cresceu 5 mil vezes
Por Rui Maciel |
Nesta quarta-feira (17), o Google divulgou a 10º edição do seu Relatório de Segurança de Anúncios, onde a empresa divulga dados do setor e informa as medidas tomadas para evitar o uso mal-intencionado de suas plataformas de publicidade. E um dos números que chamou a atenção no documento diz respeito à quantidade de suspensões de contas de anunciantes.
Segundo a gigante das buscas, em 2020, o número de contas de anunciantes suspensos foi cinco mil vezes maior se comparado a 2019. O relatório aponta que 1,3 bilhão de páginas de editores tiveram suas atividades interrompidas no ano passado, contra 21 milhões no ano retrasado.
Medidas tomadas em 2020
Entre as medidas tomadas pelo Google em 2020 para combater o uso mal-intencionado de sua plataforma, a companhia que introduziu diversas políticas e programas novos, incluindo o programa de verificação de identidade de anunciante e o programa de verificação de operações comerciais.
O Google declarou também ter investido em tecnologia para melhorar a identificação de comportamentos indesejados que ocorrem de forma coordenada, o que ajuda a “ligar os pontos” entre diferentes contas e suspender vários usuários de uma vez. Foi aprimorada ainda a tecnologia de identificação automatizada e os processos de análises feitas por seres humanos, que usam indícios como sinais da rede, atividade anterior da conta, padrões de comportamento e feedback de usuários.
Com tais medidas, o número de anúncios desativados por violações de políticas aumentou 70%, e foi de 1 milhão para mais de 1,7 milhão. Também foram bloqueados ou removidos mais de 867 milhões de anúncios por tentativas de burlar seu sistema de detecção – incluindo cloaking – e outros 101 milhões de anúncios que violavam as políticas de declarações falsas. Isso representa um total de mais de 968 milhões de anúncios.
Os anúncios mais bloqueados
Segundo o relatório, foram bloqueados 3,1 bilhões de anúncios que violavam as políticas Google, além da restrição de alcance de outros 6,4 bilhões de anúncios.
O documento aponta ainda que o número de anúncios desativados por violações de políticas aumentou 70%, e foi de 1 milhão para mais de 1,7 milhão. Também foram bloqueados ou removidos mais de 867 milhões de anúncios por tentativas de burlar o sistema de detecção da companhia e outros 101 milhões de anúncios que violavam as políticas de declarações falsas. Isso representa um total de mais de 968 milhões de anúncios.
Entre as categorias de anúncios mais bloqueados, aqueles que promoviam remédios e cuidados médicos de forma ilegal lideraram o ranking, com 204 milhões de peças banidas. Na segunda colocação os anúncios que usavam marcas comerciais sem autorização (200 milhões), com serviços financeiros ficando em terceiro lugar (123 milhões), jogos e apostas em quarto (111 milhões) e de deturpação - anúncios sensacionalistas, que usam eventos negativos ou pressionam o usuário a comprar ou assinar um serviço e/ou produto - ficaram na quinta colocação (101 milhões).
Pandemia forçou mudanças
O Google afirmou ainda que, em janeiro do ano passado, à medida que o número de casos de Covid-19 aumentava no mundo, a empresa impôs uma política de eventos sensíveis, cujo objetivo é evitar comportamentos como tentativas de inflacionar preços de produtos cuja demanda está em alta (como álcool em gel, máscaras e embalagens de papel) ou de veicular anúncios que prometem curas milagrosas.
Com novas informações sobre a pandemia tornando-se públicas e com as organizações de saúde divulgando novas orientações, a empresa afirma que aprimorou sua estratégia para garantir o cumprimento das políticas: foram autorizados que fornecedores de serviços médicos, organizações de saúde, governos locais e empresas confiáveis dêem destaque a notícias importantes e conteúdo legítimo – evitando, em simultâneo, violações oportunistas.
Além disso, diante das afirmações e conspirações sobre a origem e a disseminação do coronavírus que começaram a circular na internet, foi lançada uma nova política que proíbe tanto anúncios, quanto conteúdo monetizado que contradiga o consenso científico sobre a COVID-19 ou sobre outras emergências sanitárias globais. Ao todo, foram bloqueadas a veiculação de mais de 99 milhões de anúncios relacionados à COVID ao longo do ano – incluindo propagandas de curas milagrosas, de máscaras N95 (que estavam em falta no mercado) e, mais recentemente, de doses falsas de vacinas.
Eleições e discursos de ódio
Com 2020 sendo marcado não apenas pela pandemia, mas por eleições em diversos países, o Google também afirma que aperfeiçoou seu sistema de verificação para garantir que os anúncios oferecessem aos cidadãos informações confiáveis sobre os candidatos e as eleições.
Nos últimos anos, a companhia afirmou que criou políticas e restrições rigorosas sobre quem pode exibir publicidade relacionada a eleições em sua plataforma, e sobre as formas permitidas de direcionar anúncios. Foram lançadas ainda bibliotecas de propaganda política nos Estados Unidos, no Reino Unido, na União Europeia, na Índia, em Israel, Taiwan, na Austrália e Nova Zelândia.
Além disso, foi executado um trabalho de diligência com as equipes responsáveis pela aplicação das políticas, em todo o mundo, para proteger a plataforma contra o uso inapropriado. O Google diz ainda que ampliou o programa global de verificação e, em 2020, foram verificados 5.400 anunciantes eleitorais adicionais.
Já no combate aos chamados discursos de ódio, o relatório do Google afirma que desenvolveu maneiras mais detalhadas de analisar sites ao nível da página, incluindo comentários de usuários. Com isso, aliado ao investimento de tecnologia automatizada, foi possível evitar a monetização de conteúdo nocivo em 2020. Foram tomadas medidas em relação a quase 168 milhões de páginas no escopo da política de conteúdo perigoso e depreciativo da companhia.