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Review | Polyvox Bazuka Beat XB 860: som legal, e preço também

Por| 23 de Novembro de 2020 às 14h00

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Luciana Zaramela/Canaltech
Luciana Zaramela/Canaltech

Após a Polyvox confirmar sua reentrada no mercado nacional de áudio, mesmo que de maneira relativamente tímida, muita água rolou por baixo da ponte. Começando por caixas de som Bluetooth e ampliando o portfólio desses produtos logo em seguida, outros tipos de aparelhos começaram a surgir, a exemplo da linha automotiva de áudio, assinada pela empresa.

Inclusive, em entrevista recente ao Canaltech, a companhia informou que está apostando na ampliação do catálgo e vai trazer novidades como fones de ouvido e microfones, além de uma linha retrô de toca-discos inspirada nos modelos que marcaram história nas décadas de 1970 e 1980 aqui no Brasil, que tem o objetivo de mexer com o saudosismo da galera que aposta no vinil como mídia de escolha.

Mas o assunto aqui é a Bazuka Beat XB860, atualmente o modelo mais parrudo da Polyvox no segmento de caixas Bluetooth. Voltada para festas e para quem curte mobilidade para ouvir suas músicas, a caixa é robusta o suficiente para levar o nome que tem. Com preço bastante convidativo e um rol de recursos que a deixam na linha de concorrência com modelos cobiçados de grandes players do mercado internacional, como JBL, LG e Sony, a caixa foi posta à prova aqui no Canaltech para descobrirmos se vale mesmo a pena investir nela ou não.

Design

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Ao tirar o produto da embalagem, a primeira coisa que veio à cabeça foi "eita que parece uma bazuca, mesmo!". O nome, é lógico, não foi dado à toa, já que o formato cilíndrico, design agressivo e "peso-pesado" dessa caixa de som faz uma analogia bastante sugestiva a uma arma dessas, ainda mais com o poder de fogo que promete.

Pesando 8 kg e medindo 60 cm de comprimento, a Bazuka XB 860 é grandalhona, ainda mais com seus 26,5 cm de largura e 29 de altura. Sua estrutura passa bastante impressão de resistência, uma vez que a caixa é reforçada, com estruturas plásticas resistentes nas laterais e no painel, além de ser toda revestida por uma grade metálica que lembra um amplificador de guitarra ou baixo.

Em cada lateral, há um woofer de 8" vermelhão, responsável pelas frequências mais graves. Cada woofer possui uma grade de formato agressivo, feita em plástico reforçado, com a logo da Polyvox. Na parte frontal do painel, há um tweeter de 3" de cada lado. Ou seja, ao todo, a caixa conta com 4 drivers, em stereo, para oferecer, no conjunto, uma potência de "480 watts", segundo a Polyvox (falaremos sobre isso adiante).

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Apesar de cilíndrica e revestida de metal, a Bazuka Beat XB 860 conta com uma parte plástica, achatada, onde é afixado o painel frontal, que oferece comandos de música e luzes, além de diversas entradas e conexões para melhorar sua experiência sonora. Nesse painel, há um display simples que mostra informações variadas, como tipo de conexão, nível de volume de som e de ganho de entrada, preset de equalização, preset de iluminação, frequência de estação de rádio, canal de input etc.

E falando em rádio, na parte traseira da caixa há uma antena de radiofrequência para captar ondas de FM. E na parte superior, existem duas alças metálicas, nas quais você pode prender uma correia para transportar a caixa a tiracolo, como se fosse uma boombox, ou pendurá-la em qualquer lugar próximo a você.

Para evitar que a Bazuka trepide ou saia andando sozinha quando você resolver escutar um som alto com muitos graves (com ela sobre uma superfície lisa, por exemplo), existem na base da caixa quatro pezinhos emborrachados, que sustentam e geram estabilidade ao brinquedo.

Quem curte jogo de luzes, algo presente nas caixas de som modernas, a Bazuka XB 860 conta com uma série de padrões pre-definidos que podem ser escolhidos diretamente pelo painel ou por meio de um aplicativo de celular. São diversas cores e padrões variados, que podem acompanhar a batida da música ou fazer ondas coloridas, enfeitando a festa ou o ambiente onde você estiver escutando música.

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Mas, se sua onda for mesmo o som e você não for desses que ligam muito para luzinhas (ou simplesmente não curte o show de luzes), tudo bem: é só desligar. A caixa funciona no "modo discreto", ou seja, com as luzes apagadas, também.

De maneira geral, visual agressivo da Bazuka Beat XB 860 é bastante interessante, o acabamento é bacana e os woofers vermelhos, em cada lado da caixa, dão um "charme" a mais, passando a impressão de potência e resistência, te deixando tranquilo para levar a caixa para onde você for. Ela só não é resistente a água e respingos — algo que a Polyvox optou para baratear a relação custo-benefício no modelo —, então nada de colocar perto de piscinas ou em locais abertos quando há risco de chuva.

Funcionalidades

Além de tocar música via Bluetooth (seja do seu celular ou computador), a Bazuka Beat XB 860 também pode servir como auxiliar para fontes cabeadas. Ou seja: você pode plugar qualquer aparelho que emita som (e não conte com conexão sem fio, por exemplo) na entrada AUX da caixa — como um discman, por exemplo. Ou até mesmo seu próprio celular ou MP3 player.

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Fora isso, a caixa conta com outras funcionalidades interessantes. Você pode plugar um ou dois microfones nela e brincar de karaokê (infelizmente, o modelo não conta com microfones inclusos e, selecionadas as entradas, o modo Bluetooth é cortado), por exemplo. Ou, então, ligar seu violão e fazer um som amplificado (sem muita firula, afinal, ela não é um amplificador dedicado). Para quem toca e quer estudar em casa ou até mesmo fazer um pocket show numa festa, a caixa garante a diversão. Só vale lembrar que essas entradas não suportam, em ganhos altos, um contrabaixo, por exemplo — caso contrário, você pode danificar os falantes, devido às frequências serem graves demais. Mas você pode ligar seu violão, teclado, microfone ou guitarra tranquilamente e deixar o som rolar.

Como já mencionado anteriormente, a caixa também suporta sinais de frequência modulada, já que tem antena de rádio. Ou seja: se você quiser, pode ouvir suas rádios favoritas.

Para fazer o show de luzes acontecer, basta selecionar o preset desejado no próprio painel (ou no app de celular) e definir efeitos, cores e até o brilho dos LEDs coloridos. Ou, simplesmente, desligá-los.

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Comandos e conectividade

No painel frontal, você encontra, além do display de LED, alguns botões e entradas que vão acionar comandos e funcionalidades da caixa. São eles:

  • Botão dial MIC VOLUME e MENU: para ajustar o volume do microfone ou instrumento plugado e selecionar um menu;
  • Entradas MIC 1 e MIC 2: para inserir microfone ou instrumento musical;
  • Botão POWER/INPUT: para ligar/desligar e definir entradas (Bluetooth, linha, etc.);
  • Botão Luzes: para selecionar o efeito e as cores de luzes desejadas;
  • Botões skip (retroceder e avançar) e play/pause;
  • Entrada SD: para leitura de música (MP3) de cartões SD tradicionais
  • Entrada USB: para leitura de música (MP3) em pendrive ou carregamento de bateria de celular
  • Entrada AUX: para ligar aparelhos com um cabo P2 (3,5 mm/incluso na caixa)
  • Entrada DC: para plugar o carregador de bateria da Bazuka e ligá-la na tomada
  • Botão VOLUME/EQ: para ajustar volume geral e selecionar equalização de graves e agudos (ou presets).
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Apesar de contar com tanta funcionalidade, a Bazuka XB 860 ainda peca na modernidade da conexão, trazendo o já defasado padrão Bluetooth 4.0 — que não suporta conectividade com mais de um aparelho ao mesmo tempo e tem alcance reduzido em relação ao atual Bluetooth 5.1. Em nossos testes, no entanto, isso não foi limitador para a experiência sonora, visto que em ambiente aberto, ela suportou reprodução a 15 metros da fonte sem repiques. Em ambiente fechado, esse alcance caiu um pouco, para mais ou menos 10 metros.

Bateria

Se tem algo que a caixa grandalhona da Polyvox tem como destaque é sua bateria, mas também, pudera: com um tamanho desses, já imaginávamos que fôssemos conseguir de 6 a 8 horas de reprodução com volume de médio a alto, e as luzes ligadas. Para nossa alegria, a caixa suportou pouco mais de 10 horas de reprodução contínua, fazendo uma festa em família acontecer em um dua de churrasco e piscina.

Já em nossos testes de dia a dia, ouvindo música em volume ambiente durante o dia, a XB 860 aguentou quase um dia inteiro longe da tomada, ou seja, cerca de 20 horas contínuas. Caso você esteja curtindo um som alto, o volume das músicas vai se tornando cada vez mais baixinho, até a caixa se desligar por completo. Se já estiver curtindo um som ambiente em volume baixo, a caixa simplesmente desliga e pronto. Não há aviso sonoro de que a bateria vai acabar.

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No painel, aliás, você consegue ter uma noção de quanto ainda falta para a bateria acabar, embora essa informação seja bastante superficial. Há um pequeno ícone, dividido em três partes, que mostra quanto ainda temos de música pela frente.

Para carregar a bateria, no entanto, você vai precisar reservar boas horas: são mais de quatro horas na tomada — o que pode ser feito antes da festa começar, no dia anterior, ou simplesmente durante, já que você pode ligar a caixa na tomada mais próxima e continuar a ouvir sua música. O cabo do carregador é relativamente curto pelo tamanho da caixa, e como toda interface está no painel frontal, você vai precisar espetar o cabo lá, também. A bateria não pode ser carregada por um carregador de celular (entre 5W e 12W), via USB.

Aplicativo

Para ter mais controle sobre a caixa e seus jogos de luzes, a Polyvox disponibiliza um aplicativo (compatível com iOS e Android) que abre ao ouvinte um rol de possibilidades. Batizado de Speaker Pro, o aplicativo, desenvolvido por chineses e localizado para português, traz oito menus para que você possa sincronizar músicas via Bluetooth, conectar e desconectar seu celular com a caixa, acessar as músicas do pendrive ou do cartão, definir as entradas como se fosse um controle remoto, escolher a estação de rádio, e, principalmente, escolher um modelo de jogo de luzes do seu agrado e mexer na equalização da música.

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Para que o app funcione, é mandatório que a caixa esteja conectada no seu celular, pois como já comentamos acima, o Bluetooth 4.0 não permite que se controle a caixa por um aparelho, enquanto ela se comunica com outro.

Interface bonita não é o forte desse aplicativo, mas sim sua funcionalidade. Para quem gosta de jogo de luzes, é uma mão na roda poder escolher os "temas" e as cores, bem como o tipo de pulsação bem ali, na palma da sua mão. E para quem é mais ligado em som, poder equalizar em cinco bandas é um atrativo e tanto. Pelo celular, você controla, ainda, um sem número de possibilidades realcionadas ao microfone que você conectar à caixa. Seja ele qual for, há uma série de recursos que você pode definir ao brincar de karaokê — mas detalharemos isso adiante.

Lembrando que, tanto na caixa quanto no app, também existem modelos predefinidos tanto de cores de luzes quanto de equalização.

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O app não se comunica com seu player de escolha, apenas com o app nativo de música do seu celular (no caso da Apple, já que testamos usando um iPhone, ele tenta chamar o Apple Music caso você toque no ícone da nota musical). Mas isso não significa que você esteja impossibilitado de usar outros aplicativos, como o Deezer ou o Spotify, paralelamente. Basta tocar a música pelo seu app favorito e controlar a caixa pelo Speaker Pro.

Desempenho

A Bazuka Beat XB 860 é grandona, portanto você pode esperar que ela fale muito, mas muito alto mesmo. Apesar de na caixa vir escrito que ela possui 480 watts de potência (de pico), ela não preenche, com volume alto, um ambiente aberto amplo, com seus dois woofers de 8". Mas faz uma festinha acontecer em um ambiente aberto de até 100 metros quadrados em volume razoável.

Não temos como calcular nada muito técnico em nossa análise, já que não há especificações sobre sensibilidade dos falantes que a Polyvox empregou na Bazuka Beat 860 no manual. Em tempo: não vamos confundir potência com volume: uma potência alta não significa, necessariamente, volume alto.

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Questionada sobre esse número, a Polyvox nos afirmou o seguinte: "O que vale é o SPL que publicamos. A potência em watts é uma potência elétrica, e o que você ouve não é watts, mas sim SPL — que significa Sound Pressure Level (nível de pressão sonora). A potência dada em watts é um conceito de potência no pico musical e reflete uma comparação com a concorrência. Uma potência de 100 watts, por exemplo, pode virar SPL de 80 db ou 90 db, a depender dos falantes e do tipo de caixa". E o nível de ruído da Bazuka Beat 860 é de 96 dB SPL, segundo a fabricante.

Agora que você tem uma ideia do quanto a caixa "fala", vamos ao desempenho musical dos falantes!

Áudio

Sinceramente, pensamos que a caixa falaria um pouco mais alto, mas isso não se traduz em decepção — muito pelo contrário. Ela é capaz de preencher muito bem a sala da sua casa e até mesmo entregar boa sonoridade em áreas externas (pequenas, de até 100 metros quadrados), tendo um bom desempenho a céu aberto, caso você queira curtir um som enquanto faz um churrasco, pega uma piscina, vai acampar ou simplesmente quer dançar ao ar livre. Lógico que, quanto mais perto você estiver da caixa, melhor para você ouvir uma sonzeira.

Os graves são a frequência de maior destaque, aqui. Enquanto a Bazuka Beat XB 860 também tem um som bem "puxadinho" para os médios, acaba não tendo tanta distorção no final das contas. Graças aos tweeters, os agudos também são presentes e, com uma ajudinha do equalizador, você consegue deixar o som bem próximo daquilo que você deseja.

Graves

A faixa das baixas frequências é bem notória na XB 860, o que, aliás, faz jus ao seu design moderno e atraente para um público alvo que curte mesmo é potência e iluminação para compor o ambiente das festas. Os woofers de 8 polegadas têm boa excursão e boa resposta aos graves, médio-graves e médios, inclusive se comportando bem em volumes altos. No entanto, nos nossos testes, a XB 860 não aguentou o reproduzir algumas músicas em volume máximo nem mesmo enquanto o equalizador estava em "flat".

Em Immigrant Song, do Led Zeppelin, por exemplo, a caixa estourou os graves em volume máximo e deu uma embolada em Overkill, do Motorhead. No entanto, apenas em condições extremas (volume máximo, equalizador setado com ganho máximo em graves) conseguimos perceber esse gargalo. Outra música que fez a XB 860 distorcer em volume máximo foi Victa, do baixista Victor Wooten. Como ela tem muitíssima ênfase em graves, as notas mais fortes geraram pressão e ganho insuficientes para os woofers lidarem sozinhos.

Mas em volume médio a médio-alto, mesmo com equalizador lá em cima nas frequências mais graves, essas distorções não apareceram e nem atrapalharam a dinâmica das músicas. Radio Gaga, do Queen, foi um bom teste para entendermos qual é o limite de graves e ganho que a caixa aguenta sem distorcer.

Médios

Apesar de ser uma caixa de som com bastante graves, feita para agradar aqueles que curtem músicas com batidas profundas e que preenchem bem o ambiente, os médios da XB 860 são muito bacanas, equilibrados e gostosos de se ouvir em relação aos agudos e graves. Claro que tudo pode ser alterado com uma ajudinha do equalizador, e vale deixar claro que sempre iniciamos nossos testes com ele flat.

Escutamos diversos estilos de músicas, desde rock até moda de viola e sentimos que as frequências médias se destacam bem, embora percam palco para os graves e percam definição em músicas mais recheadas de elementos que ocupam as frequências mais baixas. É o caso de Inspiration Information, do Shuggie Otis: bumbos e contrabaixo chegam primeiro, a voz do cantor soa bem clara durante toda a música, mas você percebe a força de instrumentos médios como a caixa da bateria se destacar mais do que o necessário.

Na versão regravada de Tédio, o Biquini Cavadão, percebemos a força dos médios logo no início, quando temos teclados, guitarras e até sax barítono competindo com baixo e bateria. A voz de Bruno Gouveia soa clara, porém bastante morna. No refrão, o baixo atropela metais, bateria e vocais, dando uma impressão de que a caixa está dentro de outra caixa. A gravação original de Tédio, lá dos anos 1980, não embola graves com médios, no entanto. Quando você perceber que o som está se embolando, pode usar o app para "calibrar" o equalizador do jeito que você preferir. Músicas dos anos 1980 geralmente têm mais médios em suas masterizações, e você pode sentir isso desde clássicos como Never Tear Us Apart, do INXS, até estilos diferentes, como o próprio sertanejo da época.


Agudos

Vamos falar das frequências mais tímidas — não confunda com fracas — dessa caixa. Como o foco é festa, diversão, gente jovem reunida, os agudos estão ali para dar um pouco de brilho e presença em vocais e instrumentos mais estridentes, mas não são o ponto alto dessa Bazuka.

Começamos com Dancing Queen, clássico da disco music eternizado pelo Abba, e já sentimos que os agudos, beeeem presentes nessa música, não se traduzem muito bem nos falantes da Bazuka XB-860. A música soa bem mais morna e contida e com menos brilho do que deveria — desde a introdução até o refrão. Falta brilho, presença, e — acredite! — graves. Como resolver? Com o equalizador: dando um up nas frequências mais altas e deixando a linha em V-Shape, conseguimos fazer com que Dancing Queen soasse mais próxima do que gostaríamos de ouvir em um ambiente aberto e em volume considerável.

Em Scatman, do Scatman John, também sentimos a mesma coisa. O hit, cheio de scats e batidas eletrônicas, tecladinhos e afins, precisa de agudos, precisa de brilho. Por padrão, a música também soou média demais na Bazuka, e precisamos, novamente, recorrer ao app para equalizá-la. Aliás, existe um botão na própria caixa que traz vários presets, caso você esteja com "pressa" para mudar. O preset POP já ajudou bastante no caso das músicas do Scatman John. Esses presets ficam no botão de volume: basta pressioná-lo e girar até o padrão desejado.

De maneira geral, se a sua ideia é curtir um som em casa ou fazer uma festa após o fim da pandemia, vai fundo. Você vai gostar do resultado, da potência e da honestidade do som, de maneira gera, dessa caixa. Ela nos surpreendeu por ter um bom equilíbrio tonal de fábrica, mas o que é mais bacana é você poder alterar isso usando o aplicativo, mexendo nas frequências para "moldar" o som e deixá-lo do seu gosto — até mesmo se quiser cortar totalmente os graves, se é que isso faz algum sentido hoje em dia.

Brincando de karaokê

Infelizmente, nenhum microfone acompanha a caixa, e se você for brincar de karaokê, terá de comprar um separadamente. Testamos a função usando um microfone dinâmico simples, e é legal poder usar recursos assim para fazer a galera se divertir. Usando apps como o Spotify ou Deezer, que tem a função karaokê, exibindo as letras das músicas, (além de uma série de músicas instrumentais para você acompanhar após realizar uma busca por "karaokê"), basta você parear o telefone com a caixa pelo Bluetooth, espetar um ou dois microfones nas entradas P10 da Bazuka e começar a cantar.

Os volumes de entrada de microfone e geral são distintos, então dá para equilibrar bem a cantoria com o "playback" (no caso, a música que vem do seu celular). No fim das contas, você tem três controles: o volume do celular (ou computador), o volume do microfone e volume mestre da caixa.

Dá também para aplicar ou tirar os efeitos de eco/reverb do microfone, caso prefira. Você faz isso pelo app, na seção MIC DSP. É nesse menu que você controla os sinais e efeitos do microfone (floresta, caverna, concerto, salão e estádio), deixa o som passar direto, sem efeitos (BYPASS), ajusta níveis de eco, de atraso e reverb e até ajusta os níveis de afinação (pitch, ou clave) da voz, bem como de microfonia (howling). E ainda dá para equalizar!

Esse tipo de configuração se aplica a qualquer instrumento que você plugar nas entradas da caixa. Fizemos uma brincadeira plugando uma guitarra em uma, e um microfone na outra. Claro que os efeitos não são separados — eles vão resultar idênticos nas duas entradas. Mas com um pouco de criatividade, você consegue até tocar e cantar usando uma batida como playback.

Preço e onde comprar

Você pode encontrar a Bazuka XB-860 diretamente no site oficial da Polyvox, que atualmente vende a caixa por R$ 900, e também no Magalu, que no dia de publicação deste review, oferece o aparelho por R$ 809. Além do mais, sempre tem produtos interessantes como esse e muitos outros no Canaltech Ofertas, então vale a pena ficar de olho no que nosso time anda selecionando por aqui!

Veredicto

Chegou o grande momento: e aí, vale a pena investir numa caixa de som da Polyvox hoje em dia? Se você chegou até aqui nessa análise, certamente está interessado em adquirir uma, e nossa resposta é: sim! Por um preço desses, vai ser difícil achar concorrente à altura. Aliás, a caixa é muito mais que apenas reprodução de música: ela tem uma gama enorme de funcionalidades, como karaokê, show de luzes, entrada para instrumentos musicais, pendrive, cartão de memória... se você for buscar por produtos semelhantes no mercado, como a JBL Boombox, a Sony MHC-V02D e a Panasonic SC-TMAX20LBK, vai ver que o valor que custam está bem acima do cobrado pela Polyvox na sua Bazuka (mesmo que esteja defasada com seu Bluetooth 4.0).

A gente testou a XB 860 durante vários dias, em diferentes ambientes, rolando música de fundo em diversas ocasiões, mas, claro, só não testamos o poder de fogo do brinquedo em plena atividade durante uma festa com muita gente por restrições óbvias da pandemia da COVID-19. Mesmo assim, ela se saiu muitíssimo bem em momentos intimistas, com poucas pessoas, a céu aberto com churrasco e piscina durante um fim de semana com a família, por exemplo. Também segurou bem o rojão na hora da diversão com karaokê e como "amplificador de guitarra".

Para quem sabe tocar um instrumento ou está aprendendo, está aí mais um ponto positivo dessa caixa: ela suporta conexão com guitarra, violão e teclado, deixando você dar seu showzinho particular ou então estudar música em casa. Você pode parear ela com seu celular ou computador, colocar uma música e brincar de play along, algo muito bacana para músicos que desejam estudar em casa ou fazer um sonzinho para os amigos.

O som "bruto" da caixa é legal, mas precisa de ajustes. Pessoas mais exigentes vão querer usar o equalizador o tempo todo, já que a qualidade de reprodução não é o ponto forte da caixa, e sim o seu custo-benefício. Se colocarmos num liquidificador todas as funcionalidades da Bazukona aqui, incluindo o preço, aí sim podemos considerá-la como uma boa opção para casa, escritório, home office, área de lazer ou festas em ambientes pequenos.

No final das contas, para ambientes fechados, a caixa preenche muito bem sem precisar estourar o volume nem saturar nada. Já em ambiente a céu aberto, dependendo do número de pessoas que você quiser juntar para dar uma festa, ela vai suportar e segurar legal essa onda, mas talvez você possa sentir falta de potência. Se puser o volume no máximo, algumas músicas podem estourar nos graves. A caixa, aliás, não vai aguentar, sozinha, fazer a galera fritar como numa rave, já que o volume dela não é tão alto quanto parece.

Mas, claro, vale sempre levar o preço em conta: que outra caixa com essas funcionalidades, boa qualidade sonora (principalmente porque o app deixa equalizar o som), várias entradas e boa potênciavocê encontra no mercado, aqui no Brasil, por menos de R$ 1.000?