Por que monitores OLED ainda são caros? Preços vão demorar a cair
Por Diego Sousa • Editado por Léo Müller |

Seu próximo dispositivo eletrônico pode ter tela OLED ao passo que vemos democratização da tecnologia. Smartphones e TVs OLED estão relativamente mais acessíveis, mas, infelizmente, os monitores devem demorar um pouco mais para baixa de preço. Pelo menos, foi o que a Samsung deu a entender quando questionada sobre as dificuldades de implementar a solução nesse tipo de produto.
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O Canaltech conversou com Marina Correia, gerente de Produtos de Monitores da Samsung Brasil, sobre a nova e premiada linha de monitores gamer Odyssey OLED. Segundo ela, as telas de pixels orgânicos são o futuro da indústria, mas o custo das peças dificulta a redução de preços — pelo menos, por enquanto.
Monitores OLED são o futuro?
Monitores gamer OLED são considerados o futuro do segmento por quem joga competitivamente. Quando comparada com o tradicional LCD, a tecnologia entrega menor tempo de resposta, cores vibrantes, altas taxas de contraste, e maior ângulo de visão, tornando a jogatina bem mais imersiva.
Outra vantagem é a sua estrutura, não necessitando de luz de fundo para iluminar os pixels como acontece no painel LCD, resultando em monitores mais finos e leves. Essa tecnologia já existia em produtos voltados para o público profissional, mas ganhou tração, mesmo, quando foi importada para o segmento gamer tem nem meia década.
A Samsung é ainda mais nova nesse setor, tendo o recente Odyssey OLED G8 (2022) como sua estreia. Com 240 Hz de taxa de atualização, 4K e 0,3 ms de tempo de resposta, somente o monitor abocanhou 28,3% da fatia de todos os monitores OLED de vendidos 2023 segundo a consultoria de mercado IDC, o que é impressionante. Com isso, a Samsung ficou no top 1 global do segmento.
Barreiras do OLED
No Brasil, o Odyssey G8 chegou custando R$ 11.999, e aqui temos o primeiro problema da tecnologia: preço. Mesmo assim, embora seja caro no Brasil, há procura para esse tipo de produto, segundo Marina.
“Antes de lançar um monitor no Brasil, primeiro entendemos o mercado brasileiro. Sempre olhamos onde temos um gap, e, nesse caso, tínhamos nos monitores de alta resolução, de um produto 4K com alta performance. E aí o Odyssey OLED G8 veio para resolver isso. Em feiras e eventos, quando encontrávamos desenvolvedores de conteúdo, escutávamos pessoas dizendo que o PC estava pronto pro 4K, mas não achava monitor. Foi esse o nosso lugar”, pontou Marina para o CT.
E aí chegamos num ponto importante: para atingir o máximo de desempenho de um bom monitor OLED, é preciso de uma máquina igualmente premium para isso. Marina conta que não adianta dizer que a partir de agora o mercado vai usar OLED porque não é assim que funciona. “Nem todo setup está preparado para um monitor OLED de 360 Hz e 0,03 ms de resposta”.
“Quando a gente fala do cenário gamer, ele é todo integrado. Se você tem um monitor premium como o OLED, você precisa de uma GPU potente, RTX ou AMD, um processador avançado, etc. E não é a maioria, embora tenha seu mercado no Brasil, que está crescendo bastante”, comentou.
Vale mencionar, também, o custo dos componentes do painel. Marina alerta para a maior equipe de desenvolvimento necessária para a implementação, como também toda a questão de segurança e prevenção de burn-in, que é a queima de pixels.
Concorrência vem forte
O barateamento do OLED depende, dentre muitas coisas, da adoção da tecnologia por outras marcas. No Brasil, até o momento, temos Samsung, LG, Dell e ASUS como os principais players nacionais. O modelo mais barato atualmente é o da LG, que custa menos de R$ 6.000, enquanto os primeiros monitores lançados no Brasil com a tecnologia chegaram por mais de R$ 10 mil.
Embora já possamos ver monitores OLED bem mais baratos do que há pouco mais de um ano, ainda não há muito o que fazer para isso além de esperar. Marina conta que é uma tendência o barateamento de algumas tecnologias de painéis, a partir daí que começamos ver soluções que há pouco eram novidades, não sendo tanto.
"É uma tendência o barateamento de tecnologias de painéis, mas é muito especulativa dizer quando o OLED em específico ficará mais acessível. Envolve uma equipe maior, além de soluções preventivas como o do burn-in, por exemplo. Então, por enquanto, a Samsung não tem previsão de colocar o OLED nos modelos mais simples", reforçou a gerente de Produtos de Monitores da Samsung Brasil.
Se depender das próprias fabricantes de monitores, a espera pode ser menor do que o esperado. A Samsung anunciou recentemente um investimento de US$ 3,1 bilhões a conversão de fábricas de painéis LCD em OLED; a LG também anunciou uma quantia de US$ 1 bilhão para a produção de telas OLED, desde painéis de smartphones até TVs; já a chinesa BOE construiu uma instalação própria apenas de OLED, que deve entrar em operação nos próximos anos.
Ou seja, por mais que ainda demore um pouco, é apenas questão de tempo para vermos o OLED realmente se popularizando, especialmente com os altos investimentos. O jeito é ficar de olho nos anúncios das grandes marcas, que podem já ter boas novidades nas próximas grandes feiras de tecnologia.
Fonte: Samsung; OLED-info (1,2); What Hi-Fi