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Review Galaxy Buds Live | A primeira geração nunca é perfeita

Por| Editado por Léo Müller | 04 de Fevereiro de 2022 às 09h20

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Review Galaxy Buds Live | A primeira geração nunca é perfeita
Review Galaxy Buds Live | A primeira geração nunca é perfeita

Lançado no Brasil por R$ 1.299, o Samsung Galaxy Buds Live foi destaque na Black Friday de 2021 pela sua queda absurda de preço, chegando a custar R$ 220. Muitas pessoas que aproveitaram essa oferta “imperdível”, neste review você descobre se valeu a pena.

O Samsung Galaxy Buds Live foi uma aposta ousada da Samsung no segmento de fones TWS (True Wireless Stereo). Totalmente diferente de outros modelos da categoria, ele chegou com um design que priorizava a ergonomia, cancelamento ativo de ruído (ANC) e promessa de graves intensos.

Mas, afinal, essa nova concepção física do Buds Live funcionou? E o som? Continue a leitura para conferir as respostas a essas e outras perguntas.

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Antes de começarmos, aviso sempre que, caso você se interesse pelo Samsung Galaxy Buds Live ao final desta análise, deixarei links de compra confiáveis para você adquiri-lo. Vamos nessa?

Construção e design

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A Samsung promete duas coisas em relação à construção do Buds Live: ergonomia, já que o corpo do fone foi todo redesenhado imitando “as curvas da orelha e do rosto”; e exclusividade, pois, pelo menos até o momento, não tivemos um modelo com estrutura similar.

De fato, o fone Bluetooth cumpre o prometido, porém com algumas ressalvas. Nos meus ouvidos, o design do Buds Live se encaixou perfeitamente e em nenhum momento ameaçou cair, o que achei surpreendente devido ao seu formato que não entra no canal auditivo.

No entanto, com algumas horas de uso comecei a sentir um incômodo na parte interna das orelhas, onde o fone se encaixa. Durante os testes, usei ambas as wingtips — borrachinhas de silicone — que acompanham o produto, mas não notei nenhuma melhora significativa.

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Então, pensei que o problema era eu, até porque nenhuma orelha tem o mesmo formato. Mas não era. Alguns colegas de profissão que também aproveitaram a oferta do Buds Live na Black Friday reclamaram em suas redes sociais sobre o mesmo incômodo.

Caso você pense em comprar o Buds Live apenas para ouvir música na academia e na rua rapidamente, não haverá muito problema. Agora, para longas viagens e durante o home office, infelizmente não o recomendo.

Embora o fone não seja tão confortável quanto eu gostaria, realmente curti a sua aparência. Ele é muito similar a uma joia devido ao seu acabamento brilhante, e, por incrível que pareça, não chama muita atenção na rua — pelo menos na cor preta. O Buds Live também pode ser encontrado em branco e bronze, este último o mais diferente e chamativo.

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O estojo de carregamento do produto também procura passar essa sensação de exclusividade e sofisticação dos earbuds. O acessório é pequeno e bastante confortável para carregar no bolso, já que é achatado.

Botões e funções de toque

Grande parte da região externa do Buds Live é sensível ao toque e, felizmente, você não vai ter problemas em acessá-la devido ao formato mais achatado dos fones.

Com relação aos comandos, temos o básico da maioria dos fones Bluetooth, mas com um diferencial de poder abrir o Spotify, característica que eu nunca vi na concorrência.

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  • Um toque: pausa e reproduz uma música, além de atender chamadas;
  • Dois toques: avança uma música;
  • Três toques: retrocede uma música;
  • Manter pressionado: ativa/desativa o cancelamento de ruído, aciona a Bixby, aumenta ou diminui o volume (cada earbud faz uma função), e abre o Spotify.

Vale mencionar que somente o comando “manter pressionado” pode ser alterado nas configurações do dispositivo.

Conectividade

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O Galaxy Buds Live é equipado com Bluetooth 5.0. Por ser um fone premium lançado por mais de R$ 1.000, esperava que, pelo menos, fosse Bluetooth 5.2, mas até que não tive problemas de conexão ou alta latência. Pelo contrário.

Nos meus testes, usando um Galaxy S21 para conferir a integração entre dispositivos da Samsung, o Buds Live teve uma atuação muito semelhante ao do AirPods Pro com o iPhone, algo que considero excelente.

No primeiro pareamento, bastou aproximar a case aberta do smartphone para os fones pedirem para se conectar. Uma vez pareado, sempre que você abri-la próximo do aparelho aparecerá um pop-up com informações sobre a bateria dos earbuds e da case.

Outro aspecto positivo do Buds Live é o aplicativo dedicado Galaxy Wearable. Ele segue a interface da One UI e traz poucas abas, como ativar o cancelamento de ruído, personalizar os controles de toque e alterar as configurações dos fones.

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Além disso, você consegue localizar os fones casos os tenha perdido, mas a função te leva para o aplicativo SmartThings Find, também da Samsung. Tudo funciona muito bem devido ao ecossistema da sul-coreana.

Qualidade sonora

Chegamos a um ponto controverso do Galaxy Buds Live. Por ter um design mais aberto e que não entra no canal auditivo, eu poderia jurar que os médios e agudos se sobressairiam sobre os graves. Surpreendentemente — para o bem e para o mal —, o que recebi foi o contrário.

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Quem já leu outras análises de fones Bluetooth de minha autoria deve saber que eu curto graves encorpados, mas, sobretudo, equilíbrio entre as frequências. No Buds Live, senti que a Samsung tentou entregar o primeiro, porém esqueceu do segundo.

Em “Up”, da rapper Cardi B, por exemplo, notei um vocal bastante abafado devido à ausência de médios. Já a presença dos graves pôde ser sentida em toda a faixa, embora tenham soado um tanto artificiais na minha opinião.

“Royals”, da cantora Lorde, também exemplifica como a Samsung “pesou a mão” nos graves do Buds Live. As batidas soam encorpadas, mas a voz da cantora não as acompanha, ficando em segundo plano em toda a faixa.

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Se a minha experiência com pop e synth não foi das melhores, foi no rock e no alternativo que o Buds Live me conquistou. “Uncomfortable”, da banda Halestorm, é reproduzida com bumbos pesados, guitarra cristalina e os instrumentos não soam congestionados.

No teste de fogo, com “Tragic Kingdom”, da banda No Doubt, canção mais voltada aos médios e agudos, o Galaxy Buds Live acerta em não embolar os instrumentos, porém peca em não destacar o vocal brilhante da Gwen Stefany.

No geral, achei a qualidade sonora do Galaxy Buds Live bem abaixo do que esperava de um produto lançado por mais de R$ 1.000. Agora, por R$ 230, o preço que muita gente pagou por ele Black Friday de 2021, até que posso dizer que condiz com o que entrega.

Se você manja um pouco de equalização, recomendo tirar um pouco do grave e do médio-grave, além de adicionar mais agudos e médio-agudos. Minha equalização “perfeita” ficou dessa maneira:

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Microfone

Com três microfones integrados e unidade de captação de voz, a captação de voz do Galaxy Buds Live é muito boa, mas não espere uma qualidade muito superior a outros fones Bluetooth de mesma categoria.

No geral, temos uma boa definição considerando a compressão natural do Bluetooth, e sem aquele efeito muito metalizado. Em chamadas de voz e vídeo no WhatsApp, por exemplo, a outra pessoa vai conseguir te escutar perfeitamente.

Cancelamento de ruído

Apesar de não ser intra-auricular, o Galaxy Buds Live é equipado com cancelamento de ruído ativo (ANC) — inclusive, o primeiro fone do tipo com essa tecnologia segundo a Samsung.

A empresa diz em suas comunicações que a solução do Buds Live recebeu a certificação da UL Verification por reduzir o ruído de fundo em até 97% em bandas de frequência baixa.

De fato, devo dizer que me impressionei com o desempenho do ANC, principalmente se considerarmos o seu formato mais aberto. Ainda assim, ele está longe de ser perfeito.

Nos meus testes, ainda pude ouvir o barulho de veículos numa avenida movimentada, além da música constante e das pessoas conversando na academia. Entretanto, a sensação de abafamento que o fone cria, mesmo não entrando no canal auditivo, é bem interessante e consegue filtrar um pouco os ruídos.

Bateria e carregamento

A Samsung promete seis horas de autonomia de bateria no modo de cancelamento ativo de ruído.

Em um dia, iniciei os testes às 6h30 com os fones no modo ANC ligado e volume em 80%. Ao meio-dia, o Buds Live ainda estava reproduzindo músicas, com cerca de 10% de carga restante.

Com o volume no máximo, é muito provável que a autonomia de bateria do dispositivo seja menor, portanto fique atento. Pelo menos, com o estojo de carregamento você consegue até 15 horas extras bateria, o que é bom, porém inferior a muitos concorrentes.

No carregamento, apenas cinco minutos na tomada garante até uma hora de reprodução de músicas. O estojo de carregamento, por sua vez, possui fast charging e wireless charging, podendo ser recarregado rapidamente num pad de carregamento sem fio.

Ficha técnica

  • Peso: 5,6 g por earbud / 47,8 g incluindo estojo de carregamento
  • Conexão: USB-C;
  • Bateria: até 6 horas c/ ANC; até 21 horas com o estojo;
  • Bluetooth: 5.0;
  • Recursos extras: cancelamento de ruído ativo, carregamento sem fio, recarga rápida;
  • Certificação: resistente a respingos d'água;
  • Cores: bronze, preto e branco;
  • Conteúdo da caixa: fones, estojo de carregamento, manual, cabo USB-C e borrachinhas extras.

Concorrentes diretos

Infelizmente, parece que o novo formato do Galaxy Buds Live não agradou muito aos usuários, visto que nem a Samsung nem seus concorrentes lançaram produtos similares.

Portanto, para definir os concorrentes diretos do dispositivo eu me limitei à sua faixa de preço atualmente, abaixo de R$ 450. O principal rival do Buds Live é o popular Redmi Buds 3 Pro, um dos melhores custo-benefício do mercado.

Eu tive a oportunidade de analisar o fone Bluetooth da Xiaomi e gostei bastante dele, principalmente do formato intra-auricular que veda muito bem o canal auditivo, do ótimo cancelamento de ruído considerando a sua categoria, e da qualidade sonora, embora peque um pouco nos graves.

Ele é melhor que o Galaxy Buds Live em basicamente tudo, mas fica devendo na presença de um app dedicado para configurar os fones. Além disso, a integração com outros dispositivos é mais simples se você for usuário da Samsung.

Se você tiver um smartphone Galaxy, talvez valha considerar o Galaxy Buds 2. Ele retorna ao formato intra-auricular do Buds+ e oferece cancelamento de ruído, ótima qualidade sonora e a já conhecida comunicação com aparelhos da marca. Além disso, a diferença de preço não é tão grande.

Vale a pena comprar o Galaxy Buds Live?

O Galaxy Buds Live é a típica primeira geração de uma ideia com potencial. O design mais aberto, principal característica dos fones, funciona no quesito elegância, porém deixa muito a desejar na confortabilidade, algo que prezo muito num fone.

O som do Galaxy Buds Live também não me agradou muito, principalmente em canções de pop e synth. Em algumas faixas notei graves muito superficiais, além de médios e agudos ausentes. Eu consegui deixá-lo mais agradável com uma equalização manual básica, mas não é todo mundo que sabe mexer nesse aspecto.

De pontos positivos, o cancelamento ativo de ruído do fone Bluetooth me surpreendeu bastante se considerarmos, claro, o seu formato mais aberto. Além disso, a bateria cumpre o que promete oferecendo pouco mais de seis horas de carga mesmo com o modo ANC ligado.

Apesar dos defeitos, devo confessar que gostaria de ver uma segunda geração dos fones com seus principais erros corrigidos. Um design mais confortável, um som mais equilibrado e um cancelamento de ruído que consiga bater de frente com as soluções concorrentes.

Com relação ao preço, por R$ 220, o valor que muitos pagaram durante a Black Friday, posso dizer que o Galaxy Buds Live valeu a pena pela novidade.

Agora, se você me perguntar se eu compraria por R$ 1.299, preço de lançamento, ou por cerca de R$ 500, valor atualmente, a resposta com certeza seria não.

A própria Samsung tem o Galaxy Buds 2 como alternativa, sem falar da concorrência com modelos muito melhores.

E aí, gostou do Galaxy Buds Live? Então, aproveite o link abaixo para comprá-lo!