Review Nothing Ear (Stick) | Boa sonoridade, mas recursos simples
Por Bruno Bertonzin • Editado por Léo Müller |
Em outubro de 2022, a Nothing atualizou seu recém formado portfólio de produtos e trouxe ao mercado um novo modelo de fone de ouvido Bluetooth, o segundo da marca até agora. Estou falando o Nothing Ear (Stick).
O dispositivo segue a identidade visual da marca, ou seja, boa parte de seu corpo é transparente e ele aposta na simplicidade visual para atrair seu público. A qualidade sonora também segue o legado do modelo lançado anteriormente pela marca e ele tenta alcançar um público mais exigente.
Mas será que ele realmente chega ao nível de modelos mais avançados? A experiência de áudio oferecida pelo ear (stick) faz jus ao seu preço um pouco menos acessível? Eu testei o Nothing Ear (stick) nos últimos dias e agora trago a minha opinião sobre o vestível.
Design e construção
O Nothing Ear (stick) segue a mesma identidade visual de todos os produtos lançados pela marca londrina até agora — seu corpo é todo transparente e é possível ver um pouco dos componentes internos.
Além disso, a estética também é a mesma: cada lado tem uma pequena haste externa, onde você poderá realizar alguns comandos por gestos, como controlar a reprodução ou atender uma chamada. No entanto, os gestos devem ser com um pouco de pressão, em vez de simplesmente tocar no fone como acontece em outros modelos.
Ao contrário do Nothing Ear, no entanto, ele não tem o design intra-auricular, ou seja, não entra completamente no seu canal auditivo, já que não tem aquelas pontas de silicone para oferecer uma boa vedação.
Isso leva a outro ponto: e não tem isolamento de ruído, nem ativo e nem passivo. Dessa forma, não é muito indicado se você busca um fone de ouvido com mais imersão. Ainda assim, é um acessório bastante confortável e é possível usá-lo por longas horas sem sentir muito incômodo.
O Ear (Stick) tem certificação de resistência IP54, o que indica que ele pode ter contato com respingos de água, caso você queira caminhar e comece a garoar, mas não deve ser submerso ou ter contato com jatos de água.
Já o estojo de carregamento é completamente diferente do modelo lançado anteriormente. Apesar de também ser feito em material transparente, ele tem um formato cilíndrico, com uma tampa giratória.
Qualidade sonora
Este é o grande destaque do Ear (Stick): a Nothing se preocupou bastante com a qualidade sonora deste par de fones de ouvido. Assim como o modelo lançado anteriormente, há uma presença marcante dos graves neste acessório e isso pode ser bem notado em qualquer música.
Mas, para dar um exemplo, na música Smooth Criminal, do Michael Jackson, quase é possível sentir os sons de batimentos cardíacos que introduzem a canção pulsar no ouvido. Depois disso, o baixo e bumbo permanecem bem marcantes durante todo o tempo. Mesmo em faixas que não tem tanto destaque para os graves é possível notar com clareza essas frequências mais baixas.
Mesmo com um grave tão marcante, os médios e agudos também têm seu destaque e são bem nítidos em qualquer música. Em resumo, há um ótimo equilíbrio sonoro neste par de fones de ouvido.
Quanto ao volume, ele não é absurdamente alto, como em alguns modelos, mas é em um tom bem satisfatório, que não causa distorção ou estridência durante a reprodução.
Bateria e conectividade
O Nothing Ear (stick) tem uma bateria que, segundo a empresa, pode chegar a sete horas de reprodução com uma única carga ou até 29 horas graças ao estojo de carregamento.
Nos meus testes, cheguei em algo bem aproximado a esta estimativa. Em reprodução de músicas no Spotify com volume médio e qualidade alta de streaming, a duração foi de quase sete horas — para ser mais exato, o primeiro lado descarregou completamente com 6h34 de reprodução e o segundo com 6h38.
Essa marca pode variar de acordo com outros cenários, como um volume mais baixo ou com qualidade reduzida do streaming. De qualquer forma, é uma boa marca entre fones TWS. Quanto ao carregamento, uma hora dentro do estojo foi o suficiente para abastecer completamente a carga dos dois fones.
Só achei uma pena ele não ter suporte para carregamento sem fio, já que o Ear (1) possui e, inclusive, pode ser carregado com o compartilhamento de bateria do Nothing Phone (1).
Quanto à conectividade, ele possui Bluetooth 5.2 e o uso do app Nothing Ear pode auxiliar durante o pareamento. Caso você use o celular da Nothing, tudo pode ser feito de forma automática, já que o smartphone reconhece automaticamente quando você abre o estojo. A partir daí, é só seguir as orientações na tela.
Por falar em pareamento, o vestível tem suporte para Google Fast Pair e Microsoft Swift Pair, que garante uma conexão mais rápida e estável com smartphones Android ou computadores Windows compatíveis.
Ficha Técnica
- Versão do Bluetooth: 5.2;
- Decodificação de áudio: AAC e SBC
- Horas de reprodução: 7 horas;
- Resposta de frequência: 20Hz ~ 20KHz;
- Drivers dinâmicos de 12,6 mm
- Peso: 4,4 gramas (cada lado);
Conteúdo da Caixa
- Par de fones de ouvido
- Estojo de transporte e carregamento
- Cabo USB-C para carregamento
- Cartão de garantia e informações de segurança
- Manual do usuário
Concorrentes diretos
Encontrar um concorrente à altura para o Nothing Ear (stick) não é tão fácil, até porque, entre os modelos com uma qualidade sonora parecida, a maioria tem recursos premium que fazem falta no modelo inglês, como cancelamento de ruído.
De qualquer forma, falando apenas em qualidade do áudio, um bom concorrente para ele é o AirPods 3, da Apple. Ambos têm um design semi-ear, ou seja, sem aquelas ponteiras de silicone que entram no canal auditivo, e oferecem uma boa sonoridade com graves bem marcantes.
O modelo da Nothing se destaca por ser mais acessível. Em lojas que fazem a importação ou até mesmo no AliExpress é possível encontrá-lo em uma faixa de R$ 500 a R$ 1000. Já o modelo da Apple custa por volta de R$ 1300 e R$ 1600.
Já se procura um acessório para usar em um celular Android, dentro da faixa de preço do Ear (stick) é possível encontrar modelos que vendem no mercado nacional e oferecem mais recursos com uma qualidade sonora parecida. Um exemplo disso é o Galaxy Buds Pro, que custa entre R$ 500 e R$ 800 e, além do áudio potente, também conta com ANC e Som Ambiente.
Nothing Ear (stick): fone excelente, mas com recursos mais simples
O Nothing Ear (stick) chegou para provar que a nova empresa de Carl Pei não está para brincadeira no mercado de vestíveis. O par de fones de ouvido segue o legado do Ear (1) e também entrega uma ótima qualidade sonora, com a mesma identidade visual.
Ou quase a mesma, já que este não possui ponteiras de silicone e tem um design semi-ear — ideal para quem não curte acessórios que entram completamente no ouvido.
Em contrapartida, ele deixa de entregar alguns recursos premium, como cancelamento de ruído ou som ambiente — algo que está presente em modelos na mesma faixa de preço, como o Galaxy Buds Pro. De qualquer forma, se quiser fugir do eixo Samsung-Apple, esta é uma boa opção se você preza pela qualidade sonora.