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Review Dell G15 | Um ótimo notebook, mas esquenta muito

Por| Editado por Léo Müller | 11 de Janeiro de 2022 às 13h39

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Review Dell G15 | Um ótimo notebook, mas esquenta muito
Review Dell G15 | Um ótimo notebook, mas esquenta muito

O Notebook Dell G15 é um dos recentes lançamentos da marca para o mercado gamer. Ele dá conta de rodar os títulos mais recentes sem nenhum problema, já que foi construído para quem precisa de desempenho ao máximo.

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Seu chip Ryzen 5800H — com 8 núcleos e 16 threads — e a GPU RTX 3060 de 6 GB comprovam sua usabilidade. Os 16 GB de memória RAM são suficientes para os jogos mais atuais, mas acredito que o SSD de 512 GB poderia ter um upgrade, principalmente ao lembrarmos que boa parte deles costuma ter tamanho igual ou superior a 100 GB.

O único ponto que desagrada nesse modelo é a baixa dissipação do calor durante os games. O G15 chegou a atingir temperaturas superiores a 93 °C no processador e 87 °C na placa de vídeo, números esses abaixo dos limites máximos para seus componentes, mas ainda muito altos para a jogatina no dia a dia, gerando muito calor e desconforto.

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Pude testá-lo por um dia completo e venho trazer a minha opinião sobre o produto. Confira na nossa análise.

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Design e Construção

O Dell G15 é um notebook gamer bem construído, e possui design que remete ao seu propósito assim que o pegamos em mãos. Apesar de sua estrutura ser feita em plástico, ela tem boa aparência e qualidade, não dando a sensação de que estamos pegando em algo frágil e facilmente quebrável. Seu preço gira em torno de R$ 9.000.

  • Altura: 2,69 cm;
  • Largura: 35,73 cm;
  • Profundidade: 27,28 cm;
  • Peso Inicial: 2,4 kg;
  • Peso máximo: 2,5 kg.

Assim que abrimos o notebook, é possível notar uma das saídas de ar quente do computador, logo acima do teclado. Existem também outras três: duas delas localizadas nas laterais — complementadas com dois coolers para resfriamento —, e a última, na parte inferior do chassi. Devo dizer, inclusive, que a parte de resfriamento do Dell G15 não me agradou.

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Mesmo colocando os coolers para trabalhar em 100% da capacidade, ele ainda ficava notavelmente quente durante o uso nos jogos. Cheguei a ultrapassar os 90º graus no processador e 85º graus na placa de vídeo, algo que, na minha opinião, é acima do ideal e recomendável para esse tipo de componente.

Peças desse tipo são diretamente prejudicadas com o excesso de calor, resultando em thermal throttling e perda de performance e desempenho durante as atividades.

Esse termo é utilizado para situações em que um componente do notebook ou computador precisa abaixar a sua temperatura, reduzindo sua frequência e voltagem para garantir o bom uso da peça.

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Na parte inferior do G15, existem duas borrachas para assegurar que ele não escorregue durante o uso, mas eles não me pareceram suficientes dependendo da superfície em que ele estiver. Caso a mesa seja muito lisa, esses apoios, com toda a certeza, não segurariam o dispositivo no lugar.

Existe também uma webcam localizada na borda superior da tela, logo acima do painel. Apesar de não ser o foco desse tipo de produto, ela é suficientemente boa para videochamadas ou situações esporádicas em que se faz necessário o seu uso, mas é só isso. Não espere imagens de excelente qualidade ou algo do tipo, pois não é isso que ela se propõe a entregar.

Por fim, na parte da conectividade encontramos as seguintes portas:

  • USB-A 3.2 Gen 1 (Duas localizadas nas laterais, e a última, na traseira);
  • USB-C com suporte à Display Port em modo alternativo;
  • HDMI 2.1;
  • Entrada de energia;
  • Conector RJ45;
  • Entrada para fones/microfones do tipo P2.
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Tela

A tela do G15 é muito boa, pouco reflexiva e tem qualidade de imagens e cores excelentes. Começando pelo seu tamanho de 15,6’’, ele é suficiente para jogar qualquer título com conforto, assim como assistir a vídeos ou filmes, sem nenhum problema.

O painel é do tipo IPS, garantindo maior fidelidade de cores e nenhuma distorção mesmo quando visualizamos os conteúdos em ângulos não tão favoráveis.

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A resolução é Full HD (1920 x 1080), imprescindível e necessária para a atualidade, já que estamos falando de um notebook gamer, assim como a taxa de atualização de 165 Hz e 3 ms de tempo de resposta, deixando fluído tudo que é exibido através dela.

Não existe nada mais desagradável que morrer para o inimigo por ele ter te visto antes, logo, o usuário não terá esse tipo de problema com esse modelo.

Ele também é excelente para quem trabalha com edição e precisa que a gama de cores seja bem realista, já que seu sRGB é de 100%. Um excelente percentual.

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Teclado e Touchpad

Começando pelo teclado de perfil baixo, posso afirmar que ele é bastante confortável mesmo em diferentes atividades. Seja para escrever, jogar ou trabalhar, ele consegue servir bem em todas elas.

Apesar de ser de membrana, não senti nenhum atraso ou latência entre apertar uma das teclas e a ação acontecer dentro do jogo, por exemplo.

Ele também tem retroiluminação RGB, podendo o efeito ser aplicado em até quatro zonas diferentes. Já no app “Alienware Command Center” podem ser escolhidos os efeitos, cores e demais opções.

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A única desvantagem que vi é o fato de ele ser padrão US. Sinto muita falta dos acentos e cedilha na escrita, muito importantes para a língua portuguesa.

O touchpad, na minha opinião, também é bom. Achei ele sensível na medida certa, reconhecendo os movimentos sem dificuldade, além de ter um bom tamanho para realizar as ações. Obviamente que ele não é muito útil em jogos no geral, mas para a usabilidade do dia a dia é prático e serve bem.

Configuração e Desempenho

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A configuração do G15 é focada em desempenho para os games no geral. A versão de testes utilizada por mim era um Ryzen 5800H — processador com 8 núcleos e 16 threads, sendo essa linha a mais recente lançada pela AMD —, placa de vídeo Nvidia GeForce RTX 3060 (6 GB), 16 GB de memória RAM e SSD tipo M.2 NVME de 512 GB.

É notável que houve preocupação da Dell em entregar um notebook com configuração condizente para quem é gamer e quer uma máquina com potência suficiente para boa parte dos jogos mais atuais.

Apesar de o 5800H empurrar GPUs mais fortes — como uma RTX 3070, por exemplo —, essa configuração ainda é muito boa e não entrega nenhum gargalo significativo entre a CPU e a GPU.

Pude testar alguns dos títulos mais recentes com os gráficos no alto/máximo em boa parte deles. No Resident Evil Village foi possível manter a taxa de quadros entre 130 a 160 FPS sem grandes problemas.

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Esse é um título GPU bound — que exige muito mais performance do chip gráfico em comparação ao processador —, logo, pude testar o desempenho da placa de vídeo em sua totalidade.

Os 16 GB de memória RAM são suficientes para rodar os games de maneira adequada, principalmente porque o Windows 11 (pré-instalado de fábrica) e os programas e navegadores atuais consomem parte considerável dela.

Os 512 GB de SSD também são bons, mas, na minha opinião, abaixo do que considero ideal para um computador voltado para jogos. Não é incomum encontrar games com mais de 100 GB de instalação, já que o Call of Duty: Warzone é um dos muitos exemplos que encontramos sem grandes dificuldades.

Por ser protocolo NVMe entrega maior rapidez na inicialização e abertura de qualquer tarefa no notebook frente aos SSDs com interface SATA 3, comumente utilizados. Ressaltando que, todo SSD NVMe é do tipo M.2, mas nem todo M.2 tem protocolo NVMe. Portanto, vale a pena prestar atenção nessa parte.

Porém, dentre os testes realizados por mim, percebi uma característica no G15 que não me agradou em nenhum aspecto: temperatura. Apesar desse modelo contar com duas ventoinhas posicionadas em cada um dos lados do notebook, ele continuava muito quente durante as atividades mais pesadas.

Cheguei a registrar a temperatura máxima de 93 °C e 87 °C na CPU e GPU, respectivamente. Esses números demonstram a baixa eficiência térmica que o G15 entrega durante seu uso, já que os componentes esquentam mais do que deveriam.

Mesmo utilizando o app Alienware Command Center para configurar os coolers na rotação máxima não foi possível abaixar a temperatura do notebook, algo que me desapontou bastante.

Por mais que os componentes não tenham atingido a temperatura máxima, a experiência de utilizar um computador muito quente é bastante desagradável.

Inclusive, devo dizer que o app citado acima precisa de muitas melhorias por parte da fabricante. As opções são pouco intuitivas, sem objetivo e seu uso se faz pouco interessante durante o dia a dia. Mesmo para uma tarefa simples — como aumentar a rotação das ventoinhas —, ele peca na baixa usabilidade e finalidade.

Meu veredito final é que o G15 é um excelente notebook, apesar de o aplicativo próprio não ter seu propósito definido.

Sistema de Som

A qualidade de áudio do G15 poderia melhorar em alguns aspectos. Não que ela seja ruim, mas para um notebook de quase R$ 10.000, essa é uma característica que a fabricante deveria ter dado maior atenção. São dois alto-falantes que utilizam a tecnologia “3D Audio for Gamers”, da Nahimic.

Os graves são razoáveis. Não impressionam e também não decepcionam, já que ele não tem força para reproduzir esse tipo de som com fidelidade. Novamente, ele não passa vergonha, mas também não brilha nessa parte.

Os sons de alta frequência se saem melhor, mais nítidos e mais encorpados, mas, ainda assim, o volume não é alto o suficiente e não traz potência para curtir uma música despretensiosamente.

Já os efeitos dos jogos são reproduzidos com boa qualidade geral, principalmente por essa parte ser focada para os games no geral.

Bateria e Carregamento

A bateria do G15, assim como em boa parte dos notebooks gamers, tem duração baixa a mediana no geral. Por contar com 6 células e 86 Wh, durante o uso intenso nos jogos sem que ela estivesse carregando, pude perceber autonomia de 01h20min até seu esgotamento.

Ressaltando que em todos os testes que eu realizo com esse tipo de produto recarrego a bateria em 100%, coloco brilho e volume em 50% e uso com os jogos mais recentes com a melhor qualidade gráfica que o computador consegue entregar. Considero essas condições ideais para averiguar seu tempo de funcionamento sem estar diretamente ligado à energia.

Outro detalhe importante é que dispositivos iguais ao G15 não são pensados para ficarem longe da tomada, já que suas configurações necessitam de muita energia.

Pude notar que ao utilizá-lo sem o carregador, tanto o processador quanto a placa de vídeo diminuíram a performance e a velocidade. Logo, se você prioriza desempenho, é necessário mantê-lo ligado durante todo o tempo.

A única parte “ruim” (entre aspas, afinal, não considero uma desvantagem) é que a fonte é pesada e não muito confortável de andar com ela na mochila junto ao notebook.

Sair sem ela também não é uma opção, já que sua autonomia é baixa e não entrega muitas horas de uso. O que posso afirmar é que, apesar de sua portabilidade, o G15 é um notebook de mesa.

Concorrentes Diretos

Dentre os notebooks gamer disponibilizados no mercado, o 5i de 6ª geração da Lenovo é o que está mais próximo nos quesitos desempenho e configuração. Começando que, nesse modelo, encontramos um i7 11800H, logo, estamos falando do processador de 11ª geração da Intel.

No restante, temos as mesmas características: 16 GB de memória RAM, tela de 15,6 polegadas, RTX 3060 e 512 GB de armazenamento interno através de um SSD M.2 NVMe.

Assim como no G15, o 5i também empurraria uma placa de vídeo mais forte, mas, ainda assim, temos uma configuração equilibrada entre os componentes utilizados no modelo.

As poucas diferenças entre eles ficam na tela. Enquanto o Dell conta com 300 nits e 165 Hz de taxa de atualização, o Lenovo fica um pouco atrás, com 250 nits e taxa de atualização de 120 Hz. Ambos os painéis são do tipo IPS, garantindo boa qualidade de imagem.

O preço aproximado do Lenovo 5i de 6ª geração é de R$ 9.700 no mercado brasileiro.

Conclusão

O Dell G15 é um excelente notebook gamer. Sua configuração roda boa parte dos títulos atuais com a melhor qualidade gráfica sem grandes problemas. O 5800H tem poder de fogo suficiente para as mais diversas atividades, mesmo as que exigem desempenho além da média.

A RTX 3060 também é uma excelente placa de vídeo, principalmente tratando-se de um dos últimos lançamentos da Nvidia. Apesar de intermediária, a presença da tecnologia “Ray Tracing” transforma a experiência dos jogos em algo memorável, sem sombra de dúvidas.

A configuração é condizente e conversa bem com os games mais novos, apesar de considerar 512 GB de SSD um pouco abaixo do esperado para esse tipo de produto.

O único problema que enxerguei nesse modelo foi na parte da temperatura atingida durante as partidas ou games que joguei.

Na minha opinião, todo e qualquer processador ou placa de vídeo que passa da casa dos 80 °C e 85 °C (respectivamente) deve ser observado.

Entendo que esses componentes são pensados e construídos para suportarem altas temperaturas, mas esquentá-los de forma desnecessária por longas horas acaba diminuindo a vida útil dessas peças.

Mesmo aumentando as ventoinhas na rotação máxima, a CPU e a GPU não diminuíram e nem dissiparam o calor, sendo essa a única desvantagem desse modelo.

Por fim, o preço — na faixa dos R$ 9.000, aproximadamente —, apesar de caro, é o que mercado nos oferece ainda no início de 2022, principalmente por causa da escassez dos chips gráficos, que influenciam diretamente nos preços desses tipos de componentes.

Tirando esses detalhes, o G15 é um ótimo notebook gamer para quem procura desempenho e performance ao máximo.