Review Baseus Bowie M2 | fone acessível com cancelamento de ruído
Por Bruno Bertonzin • Editado por Léo Müller |
A Baseus é bem conhecida e respeitada no mercado de acessórios para computadores e celulares. Mais popular por oferecer cabos e carregadores de qualidade, a marca também se aventura no mundo dos fones de ouvido. Uma das apostas da empresa chinesa é o Baseus Bowie M2, que vamos analisar hoje.
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O vestível é comercializado por um preço bem convidativo e se destaca por oferecer recursos bem avançados — como cancelamento de ruído ativo e modo ambiente — por um valor bem mais acessível do que estamos acostumados.
Mas será que vale a pena mesmo comprar este fone de ouvido? Sua qualidade sonora e os benefícios oferecidos pelo wearable fazem sentido em um uso diário? Usei o acessório nos últimos dias como meu fone principal e revelo, nesta análise, seus principais aspectos positivos e negativos. Confira:
Design e Construção
O Bowie M2 tem um visual bem elegante e sofisticado. Com design intra-auricular — que se encaixa no canal auditivo — ele tem ponteiras de silicone, que garantem um conforto maior durante o uso.
Apesar disso, às vezes, dá a impressão de que eles não estão bem encaixados, mas isso é só questão de costume, já que mudar de posição não faz muita diferença.
A parte externa dos fones de ouvido — suas hastes, no caso — tem uma textura brilhante, que lembra um pouco algo metalizado, apesar de o acabamento ser bem simples, em plástico. É nessa região que fica o sensor de controles por toques — que não é muito funcional, diga-se de passagem, mas vou falar melhor sobre isso mais para frente.
Qualidade de som
A qualidade sonora do Bowie M2 é muito boa dentro de sua categoria. Como estamos falando de um modelo mais acessível, é natural que ele não apresente um desempenho no mesmo nível que aparelhos mais avançados, mas, ainda assim, ele surpreende.
Para começar, seu volume máximo não é tão alto, mas permite aproveitar as músicas muito bem. Em um certo ponto, isso é bom, já que ele não apresenta distorções, ruídos ou sons estridentes quando está no volume mais alto. No geral, o desempenho é o mesmo quando está em um nível médio ou inferior.
Em relação à sonoridade, ele tem uma equalização padrão bem equilibrada, sem grandes destaques para graves ou agudos, mas frequências que são reproduzidas praticamente no mesmo nível.
Isso quer dizer que, em músicas mais pesadas, como "Senjutsu" do Iron Maiden, os bumbos e baixos não abafam o som ou “atropelam” os demais instrumentos, ao passo que em canções mais melódicas, como "Carry On" do Angra, o vocal e os pratos da baterias complementam melhor a harmonia durante toda a música.
Ou pelo menos é isso que você vai ter se conectar o fone direto no Bluetooth, sem usar o app.
Caso baixe o aplicativo oficial, é possível controlar melhor as frequências com diversos modos nativos disponibilizados pela Baseus, como baseus classic, mega bass, theather, Hi-Fi, entre outros.
Além disso, caso queira, é possível criar até três padrões de equalização extras, para deixar a qualidade sonora mais personalizada e de acordo com o seu gosto pessoal. Isso permite “brincar” mais com os graves, médios e agudos e ter um som mais avançado e encorpado.
Cancelamento de ruído ativo
Apesar de ser um modelo mais acessível, o Baseus Bowie M2 se destaca por oferecer cancelamento de ruído ativo (ANC), algo que está mais presente em modelos intermediários e premium. Além disso, o fone também conta com modo de som ambiente, para permitir ouvir mais o barulho externo sem precisar remover os acessórios do ouvido.
Quanto à funcionalidade do ANC, ele quebra o galho na hora de isolar os barulhos ao redor, mas não faz um trabalho surpreendente como é visto em outros modelos. De qualquer forma, “dá para o gasto”.
Uma vantagem é que a Baseus oferece em seu aplicativo oficial vários níveis e modos para redução do ruído, para ambientes internos, externos, cheios de pessoas ou personalizado, que permite controlar a intensidade do isolamento.
Bateria e conectividade
O Baseus Bowie M2 conta com tecnologia Bluetooth 5.2, o que já garante uma boa estabilidade e conexão bem rápida com o smartphone — desde que ele também conte com a mesma geração da rede sem fio, é claro.
O processo de pareamento inicial é bem simples, basta ir até as configurações Bluetooth do celular, retirar o par de fones de ouvido do estojo e fazer a conexão. Uma vez feito isso, os vestíveis são reconhecidos automaticamente pelo smartphone quando um está ao alcance do outro.
A marca ainda oferece um aplicativo oficial para gerenciar os recursos e funções do Bowie M2, mas ele não realiza o processo de conexão entre o fone e o celular. Em vez disso, é preciso parear o Bluetooth separadamente nas configurações do telefone, mesmo que ele já tenha sido reconhecido no app.
Parece confuso, mas, de alguma forma, o app reconhece o fone mesmo que não tenha sido feita a ligação entre os dois ainda.
Ainda em conectividade, eu preciso destacar um ponto bem negativo que notei durante o uso do Bowie M2.
Às vezes, ele não reconhece que está no ouvido, mesmo que esteja bem encaixado e, com isso, não permite ativar algumas funções, como o ANC ou o som ambiente ou até mesmo mexer nas equalizações fornecidas no app. É preciso remover e colocar novamente na orelha algumas vezes para finalmente funcionar.
Apesar de isso ser um pouco incômodo, não atrapalha muito na hora de ouvir as músicas — a não ser que queira, de fato, usar esses recursos.
A bateria dele está em um nível apenas aceitável. A Baseus promete que ele pode durar aproximadamente 5 horas só com a carga dos fones ou até 30 horas se somado à bateria do estojo de carregamento. Além disso, a marca informa que 10 minutos de carregamento é o suficiente para 2 horas de reprodução.
Nos meus testes, ajustei o volume de reprodução em 50% e defini a qualidade alta de streaming no Spotify para verificar essa autonomia. A bateria dos fones descarregou completamente em cerca de 4h40 com o modo ANC desligado e 3h30 com o recurso ativado no modo comum.
Já o tempo de carregamento dos fones de ouvido total foi de aproximadamente 20 minutos dentro do estojo com ele fora da tomada.
Controles por toques
Como muitos fones de ouvido Bluetooth, o Baseus Bowie M2 permite controlar algumas funções, bem como a reprodução de músicas, direto pelos fones de ouvido, com toques duplos, triplos ou longos em sua parte exterior.
No entanto, eu tive bastante dificuldades para usar esses comandos e em muitos casos os gestos falharam e eu precisei repetir várias e várias vezes cada combinação até dar certo. Isso atrapalha muito, principalmente para trocar de música ou ativar o modo ANC.
De qualquer forma, quando funcionam, os gestos permitem, além de alterar as músicas — ativar o ANC, alternar para o som ambiente e ligar o modo de baixa latência, que reduz o atraso entre o som e o conteúdo exibido no celular, como em vídeos ou jogos.
Ficha técnica
- Drivers dinâmicos de 10 mm;
- Controles de toque;
- Bateria para até 5 horas com a carga só dos buds ou até 30 horas com o estojo de recarga;
- Bluetooth 5.2;
- Cancelamento de ruído ativo (ANC);
- Modo de baixa latência;
- Som ambiente.
Acessórios
O kit do Baseus Bowie M2 traz apenas o essencial para o uso adequado do par de fones de ouvido, ou seja, o estojo de carregamento, os dois buds — que já chegam com ponteiras de silicone encaixadas — e mais dois pares extras em diferentes tamanho para o usuário escolher o que melhor encaixa em seus ouvidos.
Além disso, o conjunto também conta com um cabo USB-C para carregamento em um tamanho adequado — aproximadamente 50 cm —, mas não possui um adaptador para ligar o acessório à tomada.
Concorrentes Diretos
O Baseus Bowie M2 compete diretamente com Redmi Buds 3 Pro, já que são dois modelos de fones de ouvido mais acessíveis que entregam recursos “premium” para os usuários. Para começar, ambos contam com cancelamento de ruído ativo, que permite isolar mais o barulho externo para evitar distrações e incômodos.
No entanto, de acordo com as nossas análises, o recurso funciona melhor no fone da Xiaomi, que consegue abafar melhor os sons ao redor e garante uma experiência melhor, apesar de o Bowie M2 ter bastante níveis para controlar o isolamento.
A qualidade sonora também é mais encorpada no modelo da Xiaomi, com graves mais potentes, enquanto a Baseus preza um pouco mais pelo equilíbrio, sem grande destaque para as frequências mais baixas.
A bateria é outro ponto forte do Redmi Buds 3 Pro, já que ele pode chegar a cinco horas de reprodução com o ANC ligado. Seu rival, no entanto, não conseguiu alcançar essa marca nem com o recurso desativado.
Todos esses pontos vencidos pelo fone da Xiaomi chega por um preço mais alto, é claro. O modelo custa em média de R$ 300 a R$ 400 em lojas no Brasil que fazem importação, enquanto o Baseus Bowie M2 é vendido por cerca de R$ 230 no AliExpress.
Fone de ouvido bom, barato e com recursos avançados
O Baseus Bowie M2 é um bom fone de ouvido dentro de sua categoria e as opções de personalização da equalização dentro do app tornam ele ainda mais atraente para usuários que são um pouco mais exigentes.
Além disso, os recursos de cancelamento de ruído ativo — que conta com vários níveis para isolamento —, de som ambiente e modo de baixa latência fazem dele um dos principais vestíveis em custo-benefício.
No entanto, existem opções melhores. Desembolsando um pouco a mais, dá para levar para casa um Redmi Buds 3 Pro, que oferece uma redução maior de ruído, um som mais encorpado e uma bateria mais potente.
De qualquer forma, caso queira economizar e levar um modelo mais simples, mas que ofereça recursos avançados, o Bowie M2 atende perfeitamente e não irá decepcionar.