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Em crise há anos, Toshiba avalia propostas para fechar seu capital

Por| Editado por Claudio Yuge | 08 de Junho de 2022 às 21h40

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Reprodução/Tokumeigakarinoaoshima/Wikimedia Commons
Reprodução/Tokumeigakarinoaoshima/Wikimedia Commons

Empresa tradicional com mais de 140 anos de existência, a Toshiba está em um mau momento financeiro há alguns anos. O atual CEO, Taro Shimada disse, em entrevista ao Financial Times publicada na terça (7), que não teria problemas em ser lembrado como o executivo que vendeu a empresa desde que isso "a torne uma empresa excelente".

No começo de junho, a Toshiba afirmou ter recebido dez propostas de negociação, sendo oito para a empresa ser privatizada e outras duas para alianças de capital e negócios com potenciais parceiros. Além disso, elaborou um plano para ampliar seus negócios digitais.

A companhia deve avaliar as sugestões e escolher uma ou mais delas após a reunião anual de acionistas, agendada para
28 de junho.

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Na semana passada, a Toshiba colocou um veterano de fusões e aquisições para presidir seu conselho e escolheu dois executivos de seus acionistas ativistas para encabeçar uma lista de candidatos a diretores. Os nomes serão votados na assembleia e depois haverá uma decisão sobre as ofertas de compra. O ex-CEO Satoshi Tsunakawa, que se opôs ao fechamento do capital da companhia, deixará o conselho.

Segundo a Bloomberg, investidores de capital privado como a Capital Partners, Blackstone e Bain Capital estão considerando fazer ofertas, além do fundo de investimento estatal Japan Investment Corp.

Toshiba: a lenta queda da gigante de tecnologia

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Em 2015, a Toshiba, gigante japonesa em negócios como semicondutores, elevadores, computação quântica e até usinas nucleares, admitiu que 151,8 bilhões de ienes (R$ 5,5 bilhões, nos números atuais) foram adicionados incorretamente aos lucros da Toshiba nos anos fiscais de 2008 a 2014.

No ano seguinte, várias das operações da Toshiba foram vendidas para outras empresas, como os setores de sensores (à Sony), sistemas médicos (à Canon) e soluções para o lar (à Midea). Mas o pior aconteceu nas perdas encontradas na sua subsidiária americana, a Westinghouse, na construção da usina nuclear Vogtle, nos EUA. Isso ameaçou falir a Toshiba, que teve que vender sua joint venture de chips flash NAND com a Western Digital para se recuperar.

Em junho do ano passado, os acionistas da Toshiba votaram pela destituição do presidente Osamu Nagayama e um membro do comitê de auditoria da empresa, Nobuyuki Kobayashi. Nagayama estava à frente de um escândalo de conspiração com o governo japonês. Segundo um investidor ativista, outros executivos da Toshiba haviam pressionado os acionistas a votarem para reduzir a influência de investidores estrangeiros ativistas da empresa.

Em novembro, a big tech anunciou que se dividiria em três empresas. Em fevereiro deste ano, o plano foi refeito e virou uma divisão em duas partes. Mas os dois planos foram criticada por investidores, que viram isso como uma maneira da Toshiba se esquivar da sua responsabilidade com as finanças da empresa.

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Fonte: The Register (1, 2, 3), Bloomberg (via Valor), Financial Times (via Valor)