Yahoo Mail não vai mais funcionar na China devido a restrições de uso de dados
Por Munique Shih | Editado por Claudio Yuge | 28 de Fevereiro de 2022 às 21h00
Em novembro de 2021, o Yahoo havia anunciado sua saída da China com a promessa de que manteria alguns de seus serviços, como o Yahoo Mail. Entretanto, a plataforma anunciou no último sábado (26) que não prestará mais serviços no país.
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A empresa informou em um comunicado que o Yahoo Mail ficaria disponível até o dia 28 de fevereiro deste ano e que os usuários poderiam baixar contatos de backups, calendários e outros dados antes do prazo final.
O motivo da saída do Yahoo Mail do mercado chinês não foi divulgado pela empresa com sede em Sunnyvale, Califórnia, porém a big tech enfatizou que a plataforma permanecerá disponível para usuários fora da China continental.
Muitos dos produtos e serviços do Yahoo não são mais acessíveis no país — como o aplicativo de previsão do tempo e a página de notícias do Yahoo, bem como a versão chinesa do seu blog de tecnologia de consumo, Engadget.
A empresa entrou na China em 1999 e foi adquirida pelo Alibaba em agosto de 2005. Porém, após alguns anos no mercado chinês, o Yahoo não vê mais o país como um lugar com oportunidades de expansão.
Os visitantes chineses do site do Yahoo agora verão uma mensagem informando que seu conteúdo não está mais disponível. Algumas pessoas lamentaram o fim dos serviços do Yahoo no país. “Este é o fim de uma era, e parece que nossa geração está sempre 'testemunhando a história'”, disse um usuário do Weibo, uma versão chinesa do Twitter.
Yahoo sai da China
Seguindo os passos de outras grandes empresas de tecnologia, como a Microsoft e o Google, o Yahoo também anunciou em novembro do ano passado que sairia da China devido à crescente repressão do governo comunista sobre a quantidade de dados que as empresas estrangeiras, sobretudo as norte-americanas, podem coletar.
Com o aumento das regulamentações de dados e privacidade do usuário mais rígidas na China, as empresas têm enfrentado muitas dificuldades no mercado chinês. No ano passado, o LinkedIn já havia mencionado que a China oferecia “um ambiente operacional significativamente mais desafiador e maiores requisitos de conformidade”, quando anunciou sua saída do país.
A Lei de Proteção de Informações Pessoais, a Lei de Segurança Cibernética e a Lei de Segurança de Dados forneceram ao governo chinês uma série de ferramentas para limitar o fluxo de dados para o exterior e manter os dados dentro do país.
As leis chinesas estipulam que as empresas que operam no país devem entregar os dados caso as autoridades do país solicitem — fator que dificulta a operação das empresas ocidentais na China, pois também podem enfrentar pressão no próprio país por ceder às exigências das autoridades chinesas.
Fonte: SCMP