Venda de eletrônicos na Black Friday movimenta mais de R$ 10 bilhões no Brasil
Por Marcelo Fischer Salvatico |

A venda de eletrônicos na Black Friday movimentou R$ 10,2 bilhões no período promocional em 2024. Os dados são do levantamento inédito do Mastercard Economic Institute (MEI), que indicou também que, cada vez mais, os descontos se mantêm por todo o mês de novembro.
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O estudo, que analisou dados de vendas entre 20 dias antes e cinco dias depois da data oficial, aponta uma tendência de consolidação do que o mercado chama de "Black Month".
Embora o pico de vendas na sexta-feira específica venha diminuindo nos últimos três anos, o volume total transacionado ao longo do mês mantém um crescimento constante desde o fim da pandemia.
Em 2018, por exemplo, o setor de eletrônicos registrou R$ 8 bilhões em vendas no mesmo intervalo. O salto para o patamar atual representa uma mudança estrutural no calendário do comércio, diluindo a concentração de compras e exigindo novas estratégias logísticas e de marketing das varejistas.
Novembro “rouba” espaço do Natal
A consolidação de novembro como o principal mês para a compra de bens duráveis, como os eletrônicos, gerou um efeito colateral no varejo tradicional: a queda da importância relativa de dezembro.
A análise do MEI utiliza um índice de sazonalidade, onde “1” representa um mês de vendas normais. A partir de 2010, o índice de novembro subiu consistentemente, atingindo 1,07 em 2024, o que indica vendas muito acima da média anual.
Em contrapartida, dezembro, historicamente o mês mais forte devido ao Natal, viu seu índice cair de 1,32 em 2009 para 1,19 no ano passado.
Essa antecipação do consumo sugere que o brasileiro aproveita as promoções da Black Friday para adquirir itens de maior valor agregado, como smartphones e computadores, deixando para o Natal compras de menor ticket ou de outras categorias.
Consumidor mais estratégico
Para a temporada de 2025, o Mastercard Economic Institute projeta um crescimento moderado nas vendas, impulsionado por gastos mais seletivos.
O consumidor brasileiro está mais maduro e utiliza a tecnologia a seu favor: um levantamento realizado pela Polis Consulting em parceria com a FGV/EAESP aponta que cerca de 22% das intenções de compra para este ano estão focadas especificamente em celulares e smartphones.
Além disso, há uma mudança no comportamento financeiro. De acordo com o estudo "Panorama de Consumo", do Mercado Livre, o Pix deve crescer 10% como método de pagamento na data, sendo preferido para compras de menor valor.
Já o cartão de crédito, embora tenha apresentado queda na intenção de uso geral, segue liderando em compras de maior ticket médio e parceladas, segundo a mesma pesquisa.
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