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Rússia recorre ao UnionPay da China após Visa e Mastercard deixarem o país

Por| Editado por Claudio Yuge | 07 de Março de 2022 às 21h20

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Reprodução/Towfiqu Barbhuiya/Unsplash
Reprodução/Towfiqu Barbhuiya/Unsplash

Com a invasão da Ucrânia pela Rússia, muitas empresas suspenderam seus serviços do país soviético, incluindo a Mastercard, a Visa e a American Express. Após a saída das provedoras norte-americanas, a Rússia anunciou que pode recorrer à China UnionPay — maior provedora de cartões do mundo — para suprir as atividades de pagamento e liquidação do país.

As três empresas de pagamento dos EUA anunciaram a suspensão de seus serviços na Rússia entre os dias 5 e 6 de março — mudança que isola ainda mais a economia russa. Segundo as provedoras de pagamentos, os cartões emitidos fora do país soviético não funcionarão mais em caixas eletrônicos ou comércios domésticos.

Entretanto, os cartões Mastercard e Visa emitidos no país ainda poderão ser aceitos até a data de expiração, segundo o Banco Central da Rússia.

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Após a saída das provedoras, o maior banco da Rússia, Sberbank, anunciou que a empresa tem analisado a possibilidade de emitir cartões usando o sistema chinês, UnionPay, em conjunto com o sistema de pagamentos domésticos russo, Mir, segundo a Bloomberg.

Enquanto isso, o Alfa Bank e o Tinkoff Bank também têm conversado com a Unionpay e estudado a possibilidade de emitir cartões por meio do sistema de pagamentos chinês.

Caso a UnionPay seja amplamente adotada pelos bancos russos, os cidadãos terão a possibilidade de fazer pagamentos em lojas físicas de mais de 180 países ao redor do mundo e transações internacionais on-line em mais de 200 regiões no exterior, segundo a própria empresa.

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Com a ausência da Visa, do Mastercard e do Amex no país, o banco central da Rússia aconselhou seus cidadãos a adotarem o dinheiro como forma de pagamento no exterior. A instituição também informou que os cartões da rede doméstica, Mir, poderão ser usados na Turquia, Vietnã, Armênia, Belarus, Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão e nos territórios separatistas da Ossétia do Sul e Abcásia.

A possível adoção do sistema da UnionPay poderia tornar a Rússia cada vez mais dependente da China devido ao seu isolamento da Europa e dos Estados Unidos e não se sabe também o quanto a segunda maior economia do mundo está disposta a arriscar pelo país soviético, considerando que Pequim não se apressou em ajudar a Rússia depois que sua economia foi atingida por sanções de todo o mundo.

Além disso, caso o sistema de pagamentos chinês seja adotado por grande parte dos bancos da Rússia, a empresa poderá se beneficiar ainda mais, podendo se tornar um forte rival da Visa e da Mastercard. Atualmente, a UnionPay conta com mais de 7 bilhões de cartões em circulação — grande parte na China.

É importante destacar que antes do anúncio da saída da Visa, da Mastercard e da Amex, diversos bancos russos já emitiam cartões da UnionPay — com Rosselkhozbank, Pochta Bank, Gazprombank, Bank St. Petersburg sendo algumas das instituições, segundo a agência de notícias russa, Tass.

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Fonte: The Paper,Fortune,Bloomberg