Rainha Elizabeth II deixa herança bilionária com palácios, joias, selos e cisnes
Por Giovana Pignati | Editado por Claudio Yuge | 12 de Setembro de 2022 às 21h20
A rainha Elizabeth II, falecida na última quinta-feira (8), era uma das mulheres mais ricas do mundo. Além dos bens da Coroa, a monarca contava com uma herança privada de cerca 370 milhões de libras, ou R$ 2,2 bilhões em conversão direta, segundo uma lista divulgada pelo jornal britânico Sunday Times.
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A herança privada se difere dos bens da instituição, mas juntos poderiam ultrapassar 14 bilhões de libras, cerca de R$ 83 bilhões. Esses valores são uma estimativa aproximada, visto que a Rainha não era obrigada a revelar suas finanças privadas.
Segundo Sergio Llebaría Samper, professor de Direito Civil da Faculdade de Direito Esade, em entrevista ao jornal Globo: "é preciso distinguir entre esses bens e direitos pessoais da rainha Elizabeth II, que farão parte de sua herança, a que se referirá seu testamento. Há outros bens e direitos que pertencem à Coroa e que, portanto, serão transmitidos pelas leis da coroa."
Mercado imobiliário
O novo monarca, rei Charles III, herdará o Crown Estate, negócio imobiliário da Coroa do qual receberá 15% dos lucros além de propriedades, como a rua comercial Regent Street, em Londres, ou o hipódromo de Ascot.
Nesta seção ainda estão incluídos fazendas, florestas e praias, que representam cerca de 1,4% das terras do Reino Unido, e o Ducado de Lancaster – no qual estão agrupados um número indeterminado de propriedades da família real, com 18 mil hectares de terra, nove castelos e vários imóveis.
Cisnes, golfinhos, baleias e esturjões
A herança de Charles III ainda inclui um número considerável de animais que foram considerados propriedade da rainha Elizabeth II, com o objetivo de preservar as espécies. São cerca de 32 mil cisnes e um número desconhecido de golfinhos, baleias e esturjões, que vivem livremente nas águas do Reino Unido. Todos esses bens passarão ao rei integralmente, sem a necessidade de pagar impostos.
A herança privada de Elizabeth II
Ainda segundo o professor, o direito britânico possui uma ampla liberdade de testamento, onde não há herdeiros legítimos ou forçados, a menos que a autoridade judiciária decida que parte da herança deverá ir para parentes em estado de dependência econômica. Dessa forma, a rainha teria total liberdade para dividir a sua herança privada da forma e com quem desejasse.
Dentre sua herança privada, constam algumas propriedade marcantes para a Coroa, como o Castelo de Balmoral, sua residência de verão e onde faleceu; e Sandringham, onde eram realizadas as comemorações de Natal. Ainda estão presentes nesta lista 370 milhões de libras, uma extensa coleção de joias e de selos.
Testamento secreto
A prática de selar testamentos reais de maneira sigilosa já ocorre há mais de um século, tendo sido iniciada em 1900 com a morte do príncipe Francis de Teck. Desde então, a família real já pediu ao tribunal o segredo de 33 testamentos e bens, no valor de pelo menos 187 milhões de libras – atualizados a preços atuais. Os pedidos nunca foram negados pela Justiça Britânica. E como é de se esperar, a família Windsor deve manter o segredo sobre os beneficiários da fortuna de Elizabeth II.
Fonte: O Globo