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EUA anunciam restrições para chips chineses; China diz que é abuso de poder

Por  • Editado por Claudio Yuge | 

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Nesta sexta-feira (7), o governo dos Estados Unidos anunciou uma medida para limitar o acesso da China a determinados semicondutores. A decisão força empresas norte-americanas e estrangeiras que usam tecnologia dos EUA a cortar o suporte para algumas das principais fábricas e designers de chips chinesas. A decisão faz parte de um conjunto de controles de exportação, que visa retardar os avanços tecnológicos de Pequim — algumas das regras passam a valer imediatamente.

A decisão amplia restrições que já haviam sido definidas por cartas enviadas pelos Estados Unidos para os principais fabricantes de ferramentas para produção de chips, obrigando a suspensão das vendas de equipamentos para fábricas chinesas que produzem chips avançados. Especialistas apontam que esta pode ser a maior mudança política dos EUA em relação ao envio de tecnologia para a China desde a década de 1990 — remetendo às restrições rígidas da Guerra Fria.

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O que a China disse sobre as restrições?

Mao Ning, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Pequim, disse que a decisão é um abuso das medidas de controle de exportação. Segundo o comunicado, os Estados Unidos violam regras comerciais internacionais, visando manter a hegemonia da ciência e da tecnologia.

Ela ainda completa dizendo que as empresas chinesas serão prejudicadas, mas as norte-americanas também sofrerão com a proibição de vender chips para a China — gerando um impacto na cadeia de abastecimento da indústria global e na recuperação da economia mundial.

“Os Estados Unidos só vão se machucar e se isolar quando suas ações saírem pela culatra”, pontua Mao.

EUA não garante apoio de demais nações

Na última quinta-feira (6), os oficiais do governo de Joe Biden admitiram que o governo norte-americano não garante que nações aliadas implementem medidas semelhantes e que as discussões ainda estão em andamento.

Uma das autoridades disse que o governo reconhece que os controles unilaterais implementados perderão eficácia ao longo do tempo caso os outros países não adotem as medidas. "E corremos o risco de prejudicar a liderança tecnológica dos EUA se concorrentes estrangeiros não estiverem sujeitos a controles semelhantes", finaliza.

A restrição é baseada na aplicação da regra do produto direto estrangeiro. Até hoje a regra foi ampliada para dar controle aos EUA sobre as exportações de chips fabricados no exterior para a Huawei, e depois, para interromper o fluxo de semicondutores para a Rússia no início da guerra na Ucrânia.

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Sobre as restrições

As restrições foram expandidas às empresas chinesas IFLYTEK, Dahua Technology e Megvii Technology, que entraram na lista de entidades em 2019, devido alegações de que teriam ajudado Pequim na supressão do povo uigur – grupo de mulçumanos minoritário no território chinês.

Também estão bloqueadas exportações de uma ampla gama de chips para sistemas de supercomputação. Conforme as regras, um supercomputador é equivalente a qualquer sistema com mais de 100 petaflops de poder de computação que ocupe um espaço de 600 metros quadrados.

Fontes do setor apontam que, segundo a definição, a restrição pode atingir algumas centrais de processamento de dados gigantes de tecnologia da China. Os novos regulamentos ainda formalizam cartas enviadas à Nvidia e AMD, ordenando a restrição de envio de chips usados ​​em sistemas de supercomputação.

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Efeitos da medida na China

As medidas contra a China já demonstram impacto no mercado chinês, com as ações dos fabricantes de equipamentos de produção de semicondutores mostrando queda nesta semana.

Na última sexta-feira (7), os EUA adicionaram a maior fabricante de chips de memória da China, YMTC, e outras 30 empresas chinesas à lista de não verificação — uma listagem de companhias que as autoridades norte-americanas não podem inspecionar, forçando os fornecedores do país a ter mais cuidado nos negócios com elas.

Segundo a nova política, se um governo impedir que autoridades dos EUA façam verificações in loco em empresas da lista de não verificação, o país iniciará um processo para adicioná-las à lista de entidades após 60 dias.

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Fonte: G1; CNN

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