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Contratação de jovens no setor de TI na Índia cai 70% com avanço da IA

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Igor Omilaev/Unsplash
Igor Omilaev/Unsplash

A Índia passa por uma transformação estrutural intensa em um dos principais setores da sua economia: o de tecnologia da informação. Empresas gigantes de TI como a TCS, Infosys, Wipro e HCLTech estão reduzindo drasticamente a contratação de recém-formados, e um dos motivos é o uso de inteligência artificial (IA). 

De acordo com dados divulgados pelo jornalista Manish Singh no India Dispatch, as quatro maiores exportadoras de TI da Índia cortaram, entre o ano fiscal de 2023 e 2024, cerca de 70% do recrutamento de novos graduados, caindo de 225 mil para 60 mil.

Esse abalo no modelo de negócio que sustentou o boom de TI na Índia é causado, principalmente, pelo avanço rápido da inteligência artificial. 

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Tarefas mais simples, como codificação básica, testes, documentação e garantia de qualidade, antes eram destinadas para jovens profissionais, oferecendo treinamento no mundo empresarial para pessoas no início de carreira. 

Com a IA, grande parte dessas tarefas têm sido automatizadas, diminuindo a demanda por profissionais juniores para realizá-las. 

E, além da contratação de profissionais recém-formados, o movimento tem impacto também no número total de funcionários das empresas. A TCS finalizou o ano fiscal de 2024 com 13 mil funcionários a menos, enquanto a Infosys terminou com 25 mil a menos. 

O efeito impacta também a composição demográfica das empresas, que vê a parcela de funcionários com menos de 30 anos reduzir rapidamente. Cerca de 15 anos atrás, 70% dos colaboradores da TCS tinham até 30 anos, e, em 2025, são menos de 48%.

Por que o cenário é preocupante?

O setor de TI na Índia emprega cerca de 5,4 milhões de pessoas atualmente, e é responsável por aproximadamente 8% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. 

Além disso, a força de trabalho indiana tende a aumentar de 980 milhões para mais de 1 bilhão até 2033, com cerca de 8 a 9 milhões de pessoas jovens entrando no mercado a cada ano. 

Assim, o país com a maior população do mundo vê mais jovens trabalhadores no mercado ao mesmo tempo em que vê a IA realizar tarefas que, normalmente, seriam feitas por estas pessoas. 

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De acordo com Manish Singh, especialistas apontam que muitos dos recém-formados, principalmente os que não se formaram faculdades mais prestigiadas, correm risco de desemprego ou de subemprego. 

Para que a base da pirâmide que sustentava o crescimento no setor de TI não desmonte, as empresas indianas terão que reinventar seu modelo de trabalho unindo a mão de obra de recém-graduados com o uso de inteligência artificial, sem deixar de criar oportunidades.

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