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Como o MED combate os golpes no Pix e facilita a recuperação de dinheiro

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Imagem: André Magalhães/ Canaltech
Imagem: André Magalhães/ Canaltech

Embora a tecnologia tenha trazido uma grande revolução na forma como realizamos pagamentos, ela também trouxe novos desafios. O MED é um passo importante para garantir que as vítimas de fraudes e erros possam recuperar o que foi perdido. O Mecanismo Especial de Devolução (MED) é uma das respostas ao aumento dos golpes via Pix, que seguem se sofisticando. Com o crescimento das transações instantâneas, cresce também a atenção dos brasileiros à segurança e à recuperação de valores perdidos por erro ou fraude.

Em entrevista exclusiva ao Podcast Canaltech, Clara Bastos, responsávcel pela área juridica, regulatória e de risco da Aarin, empresa de tecnologia financeira, explicou como o MED funciona na prática, como ele tem ajudado a combater fraudes no sistema de pagamentos e o que muda com a chegada do MED 2.0.

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O que é o MED?

O Mecanismo Especial de Devolução foi criado pelo Banco Central para resolver um dos maiores desafios do Pix: a rapidez das transações, que não permite mais o tempo de espera para cancelar ou corrigir um erro, como acontece com boletos e TEDs. 

Desde a criação do Pix, em 2020, as transferências instantâneas se tornaram uma revolução, mas com isso surgiram novos tipos de golpes, como phishing e clonagem de WhatsApp.O MED é uma solução para esses problemas, pois garante até 80 dias após a transação para solicitar a devolução do valor perdido. 

Para acionar o MED, o cliente precisa entrar em contato com sua instituição bancária e abrir um processo de devolução, fornecendo evidências do golpe ou erro, como prints de conversas, documentos e até mesmo boletins de ocorrência.

Como o MED funciona na prática?

A especialista ressalta que o primeiro passo é agir rapidamente e entrar em contato com a instituição financeira. Quanto mais rápido o processo for aberto, maiores as chances de recuperar o valor perdido, já que o dinheiro pode ser transferido várias vezes entre contas. 

O banco, ao receber a solicitação, entra em contato com a instituição que recebeu o valor, tentando bloquear a quantia. Caso a análise prove que houve fraude ou erro, o valor é devolvido ao solicitante.

Em casos mais complexos, como quando o dinheiro foi movimentado entre várias contas, a tecnologia utilizada no MED permite o rastreamento de transações.

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Cada transação no Pix possui um código único, chamado E2E (End-to-End), que permite rastrear o caminho do dinheiro e identificar a origem e o destino da transferência, facilitando o processo de devolução.

O que muda com o MED 2.0?

O MED 2.0 promete melhorar ainda mais a recuperação de valores, com a implementação de triangulação entre as instituições financeiras. Isso significa que, ao identificar uma fraude, a solicitação de devolução será enviada de forma imediata para todas as instituições envolvidas, aumentando as chances de bloqueio do valor antes que ele seja dispersado.

Além disso, o canal direto de solicitação de MED, que deve entrar em vigor em agosto, permitirá que os consumidores realizem o processo de forma ainda mais rápida e prática, diretamente pelo aplicativo bancário. 

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Esse recurso visa a transparência e eficiência, já que o usuário poderá acompanhar o status da solicitação e o andamento do processo em tempo real.

O desafio das fraudes no Pix

Apesar das melhorias implementadas, o número de solicitações de devolução ainda é baixo. Bastos observa que, em 2024, apenas 31% das solicitações de MED foram atendidas, e a taxa de recuperação do dinheiro foi de cerca de 10%.  A expectativa é que esses números aumentem com as mudanças do MED 2.0.

A especialista destacou também que a engenharia social ainda é o principal motor por trás dos golpes no Pix. Muitos golpes são realizados a partir de contatos fraudulentos, onde os golpistas se fazem passar por amigos ou familiares, convencendo as vítimas a transferir dinheiro para contas de criminosos. 

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Para combater isso, ela recomenda que os consumidores fiquem cada vez mais atentos às mensagens recebidas, especialmente aquelas que envolvem urgência ou ofertas vantajosas.

Embora a tecnologia tenha trazido uma grande revolução na forma como realizamos pagamentos, ela também trouxe novos desafios. O MED é um passo importante para garantir que as vítimas de fraudes e erros possam recuperar o que foi perdido. 

Com o MED 2.0, o Banco Central espera melhorar ainda mais a assertividade das devoluções e ajudar a combater os crimes que têm se proliferado com o crescimento do Pix. No entanto, a proteção mais eficaz ainda está na prevenção: nunca compartilhe dados pessoais ou bancários sem ter certeza da identidade da pessoa com quem está se comunicando.

O Pix chegou para facilitar o nosso dia a dia, mas é fundamental que todos se mantenham atentos para evitar cair em golpes.

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Ouça agora o episódio completo do Podcast Canaltech e entenda ainda mais sobre o funcionamento do MED. 

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