Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Como desenvolver softwares mais sustentáveis em tempos de aceleração digital?

Por| Editado por Claudio Yuge | 18 de Fevereiro de 2022 às 12h00

Link copiado!

Divulgação/Green Software Foundation
Divulgação/Green Software Foundation

Um computador, um programador e muitas linhas de código constituem a base do trabalho de desenvolvimento de um software. Na superfície, há pouco que pode ser feito em termos de otimização de recursos nesse processo, mas se tem um aspecto do qual a Microsoft fala com tranquilidade é que ele é possível e, mais do que isso, em um período pandêmico complicado, sua organização pode já estar adotando práticas sustentáveis de produção sem nem mesmo estar pensando diretamente nisso.

Esse foi um dos aspectos promovidos pela aceleração digital fomentada pela pandemia e, justamente nesse olho de furacão, nasceu a Green Software Foundation. Prestes a completar um ano neste mês de maio, a organização que tem Microsoft, Accenture, Thoughtworks e outros nomes como membros centrais nasceu, na realidade, de iniciativas com mais de 20 anos de idade, nos idos do Windows Vista. Agora, entretanto, a ideia é fazer um trabalho mais focado e, principalmente, fomentar uma virada para um ecossistema mais verde na produção de softwares.

“Muita gente ainda não conhece [esse mundo], mas nos procura para entender o que temos para oferecer ao mercado e entender quais são as possibilidades de aplicar um desenvolvimento mais sustentável às aplicações”, explica Fabio Hara, gerente de marketing para desenvolvedores profissionais da Microsoft. De acordo com ele, uma das principais surpresas do trabalho focado no Brasil foi que, justamente, muitas corporações já estavam adorando práticas desse tipo sem nem mesmo perceberem.

Continua após a publicidade

O trabalho remoto, por exemplo, trouxe consigo a ideia de que nem sempre é preciso um computador incrivelmente potente — e que consome mais energia — para garantir o trabalho, enquanto o regime de home office trouxe menos emissão de carbono pela redução de deslocamento. Enquanto isso, novas tecnologias que possam sustentar isso, como a virtualização ou a computação serverless, que depende apenas do próprio código, ajudam a reduzir as pegadas poluentes e a necessidade de eletricidade.

“Muitas já estão fazendo isso e, se uma empresa está tendo essa preocupação com desenvolvimento sustentável, para nós, significa que ela está preparada para fazer modernizações e melhorar processos”, explica. Ainda que um caminho mais verde demande certos investimentos, mudanças de postura e, principalmente foco, Hara cita essa atenção como “um problema bom de se ter”, com leveza e a indicação de que um caminho mais verde pode se tornar mais simples do que parece, ainda que demande certos investimentos, mudanças de postura e, principalmente, foco.

Trabalho em muitas mãos por um desenvolvimento mais sustentável

Continua após a publicidade

Para o executivo da Microsoft, a capacitação é o primeiro passo para essa mudança e é nela que a empresa vem investindo no Brasil desde o ano passado. Os treinamentos permitem aos desenvolvedores, por exemplo, entenderem as bases do desenvolvimento sustentável e quais são as melhores práticas para tornar esse trabalho menos agressivo ao meio ambiente. Isso vale, inclusive, a partir do começo dos projetos, de forma que a sustentabilidade seja colocada ao lado de segurança, eficiência e demais aspectos desse trabalho.

Além disso, Hara cita o investimento da Green Software Foundation na área técnica, com ferramentas que permitem às empresas avaliarem suas arquiteturas e os pontos que merecem mais cuidado, tanto em prol da eficiência energética quanto da disponibilidade das aplicações e no melhor uso do código, em termos de processamento e consumo. À disposição, por exemplo, está uma ferramenta que permite mapear e controlar a emissão de carbono de toda a infraestrutura; a tecnologia ainda está em prévia, com parceiros selecionados, mas já permite que as organizações orientem suas iniciativas.

A Microsoft chama a atenção para o fato de que tais elementos são todos gratuitos, de olho no foco em redução de gastos e otimização que sempre acompanha iniciativas de modernização de qualquer parque tecnológico. Com isso, aponta o executivo, aumenta também o alcance das iniciativas da fundação, com mais e mais empresas interessadas nas atividades e, principalmente, repensar as próprias políticas.

Continua após a publicidade

Hara destaca ainda a quantidade crescente de material em português disponibilizado pela Green Software Foundation, elemento que vem para suprir o que considera ser uma lacuna de conhecimento no cenário nacional. Sessões específicas também podem acontecer, com arquitetos da organização podendo se reunir com gestores de companhias para pensarem, juntos, em soluções que atendam necessidades direcionadas.

Há também uma via de mão dupla já que, na visão da Microsoft, criar um software sustentável não se resume apenas a gastar menos energia, rodar de forma eficiente e usar os elementos corretos. Trata-se também de contribuir para a sociedade, como as parcerias com a ONG SOS Mata Atlântica, para capturar e organizar dados de desmatamento, ou a união com a organização Mães da Sé, utilizando reconhecimento facial para auxiliar na busca por crianças desaparecidas.

Primeiros passos

Continua após a publicidade

Segmentar os processos e dinâmicas de trabalho costuma ser o início das indicações dadas pela Green Software Foundation aos interessados em uma produção de software mais verde. Isso, claro, depois do acesso ao site da fundação, onde estão padronizações, modelos e ferramentas focadas nas melhores práticas tanto do desenvolvimento em quanto da gestão, antes de partirem para mudanças mais profundas.

O executivo também aponta questionamentos simples que podem ser feitos na gênese do trabalho em prol da sustentabilidade. Máquinas com alto poder de processamento são realmente necessárias? Quais são as necessidades de disponibilidade e controle? É possível implementar tecnologias remotas ou deixar de lado as máquinas virtuais e servidores em prol de outras tecnologias, como contêineres?

“A partir daí, uma empresa pode começar a pensar se quer mexer na arquitetura ou em seus processos, mesmo aqueles fora da área de TI. Certas coisas são bem simples de se executar, mas no caso do trabalho com códigos, por exemplo, as dinâmicas são um pouco mais demoradas”, explica Hara. Depois, vem o estágio mais avançado, com o pensamento na infraestrutura, na modernização e, claro, nos investimentos. Ainda assim, a ideia é trabalhar com pequenos escopos e iniciativas localizadas, de forma a reduzir o susto envolvido em uma grande modernização e mudanças gigantescas.

É justamente por isso que, como dito, o trabalho atual ainda segue focado na conscientização, com iniciativas básicas que estão sendo implementadas e, principalmente, testadas pelos parceiros no dia a dia. “Estamos em um momento de aceleração de novas tecnologias que não vai terminar tão cedo, e com isso, vemos um aumento nas demandas de sustentabilidade”, afirma ele, indicando que o cenário atual pode ser propício para a adoção de tais dinâmicas.