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Como a Heineken usa IA para acertar a cor, o estoque e o chope gelado

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Divulgação/ Heineken
Divulgação/ Heineken

De fora, a cerveja pode parecer só um produto industrial. Mas nos bastidores do Grupo Heineken, ela se tornou um exemplo de como tecnologia, dados e Inteligência Artificial estão transformando até as indústrias mais tradicionais.

Em entrevista ao Podcast Canaltech, Fábio Criniti, Diretor de TI do Grupo Heineken no Brasil, compartilhou os detalhes dessa revolução digital, que vai da produção até o bar, passando por decisões estratégicas que envolvem até monitoramento de chopeiras, visão computacional e modelos de IA para prever consumo por região.

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IA na fábrica: acertar a cor, reduzir o desperdício

Um dos primeiros cases de Inteligência Artificial da empresa foi no processo de produção da Heineken original. “Usamos IA para definir a quantidade ideal de malte torrado, garantindo a cor certa da cerveja sem desperdício”, contou Criniti. O projeto se tornou referência interna por lidar com o “coração da operação”: a qualidade do produto final.

Outro modelo de IA ajuda a controlar a temperatura durante a produção, reduzindo o consumo de energia, um ganho duplo, em sustentabilidade e eficiência.

Mais de 35 modelos de IA em operação

Desde 2021, a companhia estruturou sua jornada digital com foco em três pilares: migração para a nuvem, governança de dados e desenvolvimento de modelos de IA. Hoje, segundo Criniti, a Heineken Brasil já opera com mais de 35 modelos ativos, que impactam áreas como logística, finanças, vendas, RH, marketing e até jurídico.

Entre os exemplos práticos, estão:

  • Previsão de demanda por canal e região, para evitar falta de produto
  • Gestão de refrigeradores e chopeiras nos pontos de venda, garantindo cerveja sempre gelada
  • Análise de turnover no RH, prevendo riscos de saída de talentos
  • Jurimetria, com uso de dados para apoiar o time jurídico

Cultura digital: o maior desafio

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Apesar dos avanços, a parte mais difícil da transformação foi (e ainda é) mudar a cultura organizacional. “No começo, a gente batia na porta das áreas pedindo um tempinho para mostrar o potencial dos dados”, relembra Criniti. Para vencer a resistência, o time criou um programa de treinamento interno, com embaixadores de dados, trilhas de upskilling e um escritório de gestão de mudança.

Hoje, a demanda é tanta que o desafio virou outro: conseguir dar conta de todas as áreas querendo aplicar IA nos seus processos.

Do supermercado ao bar: dados e IA na experiência do consumidor

Na ponta, o consumidor final também é impactado. A Heineken usa IA para sugerir produtos com base em comportamento de compra, prever estoques ideais em lojas e até ajustar rotas de entrega. “Tem IA desde a gôndola até o copo”, resume o executivo. Até a temperatura e disponibilidade da cerveja no bar passam por modelos inteligentes.

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O que vem por aí? Agentes autônomos e IA com propósito

Criniti aposta em duas grandes tendências para os próximos anos: agentes autônomos de IA, capazes de operar em tempo real e coordenar decisões complexas, e o uso de Inteligência Artificial para alavancar impacto social e sustentabilidade como o reaproveitamento do bagaço da cevada para criar novos produtos.

“O consumidor vê a cerveja, mas não imagina o que tem por trás. IA, sensores, dados... tudo isso está presente em cada etapa da nossa operação”, conclui.

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