Com liberação dos EUA, ações de empresas de chips disparam
Por Fernanda Santos |

Os Estados Unidos suspenderam algumas das restrições que impediam a exportação de tecnologias sensíveis para a China. A principal mudança envolve a liberação de softwares de design de chips, usados por fabricantes para desenvolver processadores e componentes eletrônicos.
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A decisão beneficia diretamente empresas como Synopsys, Cadence Design Systems e Siemens, que dominam o mercado global de ferramentas EDA (Electronic Design Automation). As ações dessas companhias subiram após o anúncio: a Synopsys valorizou 6,7% no pré-mercado americano, enquanto a Cadence teve alta de 5,9% e a Siemens avançou 0,9% na Bolsa de Frankfurt.
O que muda com a liberação?
Esses softwares são essenciais para o desenvolvimento de chips usados em celulares, servidores, carros e dispositivos conectados. A China vinha sofrendo com limitações de acesso a essas ferramentas desde o endurecimento das regras comerciais durante o governo Trump.
Com a nova decisão, as empresas americanas poderão voltar a vender seus sistemas para clientes chineses, facilitando o avanço da indústria de semicondutores no país asiático, um setor considerado estratégico tanto para a economia quanto para a soberania tecnológica.
Além dos softwares, os EUA também suspenderam a exigência de licenças para exportação de etano para a China. A medida faz parte de um acordo bilateral mais amplo, que inclui uma revisão por parte da China sobre a exportação de minerais raros.
Impactos para a indústria global de chips
A flexibilização indica uma possível trégua na guerra comercial entre EUA e China, o que pode trazer reflexos positivos para toda a cadeia global de tecnologia. A normalização do acesso a ferramentas de desenvolvimento deve ajudar a destravar projetos, reduzir custos e acelerar a inovação no setor.
Apesar do alívio, especialistas alertam que outras restrições continuam em vigor, principalmente aquelas ligadas à segurança nacional. Tecnologias de ponta como os chips da Nvidia e equipamentos da ASML ainda enfrentam controle rígido por parte dos EUA.
Um passo estratégico
A decisão chega num momento em que a China vem investindo pesado para reduzir sua dependência de fornecedores estrangeiros no setor de chips. Já os Estados Unidos tentam proteger suas tecnologias mais avançadas, mas sem sufocar empresas americanas que têm a China como um de seus principais mercados.
A liberação do software de design de chips é vista como um sinal de equilíbrio: um gesto diplomático com impacto direto no mercado e um possível indicativo de que o pior momento da disputa comercial pode ter ficado para trás.
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