China prende 4 funcionários da maior fábrica de iPhones do mundo
Por Renan da Silva Dores • Editado por Léo Müller | •
Quatro funcionários taiwaneses da maior fábrica de iPhones do mundo foram presos pelo governo chinês sob a alegação de quebra de confiança. Responsável por 80% da produção dos celulares da Apple, a unidade da gigante Foxconn na cidade de Zhengzhou, na China, é a mais nova protagonista de um possível movimento que integra os conflitos políticos entre o país asiático e a ilha de Taiwan.
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As informações são de oficiais taiwaneses ouvidos pelo portal norte-americano The Wall Street Journal (WSJ), que afirmam que os funcionários foram detidos acusados de uma ofensa similar à "quebra de confiança" — crime em que há falta de responsabilidade ou má-fé em um contrato. No entanto, detalhes sobre o que teria gerado essas acusações não foram divulgados.
A unidade da Foxconn — empresa taiwanesa responsável pela fabricação de diversos tipos de eletrônicos — de Zhengzhou é a principal fábrica de iPhones do mundo, responsável por cerca de 80% da produção mundial, o que fez o local ser conhecido como "a Cidade do iPhone".
Mesmo com o incidente, o Conselho de Assuntos Continentais (MAC, na sigla em inglês) de Taiwan, responsável por tratar das relações com a China continental, citou a fabricante ao afirmar que as prisões não afetaram o processo de fabricação, nem geraram perdas financeiras.
O órgão afirmou ainda que as alegações seriam "bizarras" e destacou que "detenções impróprias" poderiam "afetar severamente" a confiança de investidores na China, pedindo então que as autoridades chinesas realizem uma investigação "rápida e transparente".
A situação peculiar ocorre em meio a desejos do governo chinês de encorajar investimento estrangeiro, especialmente após declarações das lideranças locais sobre os desafios econômicos que o esvaziamento de uma "cadeia de fruta" geraria. O termo é uma referência à própria Apple, que tem trabalhando para migrar a produção de produtos para outros países, como a Índia.
Especula-se que o ocorrido esteja ligado ao aumento das tensões entre China e Taiwan — segundo o WSJ, mudanças recentes na legislação chinesa estariam mirando os "devotos à independência de Taiwan", o que levou o MAC a elevar o alerta de viagens para território chinês ao segundo nível mais alto. Nenhuma das empresas envolvidas comentou o caso.
Fonte: The Wall Street Journal