Brasileiros querem mais home office, mesmo que trocando de emprego, diz pesquisa
Por Marcelo Fischer Salvatico • Editado por Bruno De Blasi |

Uma pesquisa divulgada pelo Google Cloud nesta quarta-feira (10) revelou que a maioria dos brasileiros apresentam um alto nível de satisfação com o modelo híbrido de trabalho, e até mudariam de emprego para trabalhar mais vezes de casa. O dado vem na contramão de decisões de grandes empresas sobre a continuidade do home office.
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O estudo “Work: In Progress” foi divulgado durante o Google Cloud Summit Brasil 2025, e trouxe informações sobre o uso de inteligência artificial nas empresas e do modelo de trabalho híbrido.
A pesquisa relatou que praticamente todos os entrevistados (93%) se sentem mais satisfeitos com o trabalho híbrido e com dias flexíveis. Além disso, mais da metade destes (56%) mudariam de emprego para aderir ao modelo desejado.
Caminhos opostos
Na contramão dos dados apresentados, grandes empresas tomaram ações significativas em relação à continuidade ou possibilidade do trabalho remoto com seus quadros de funcionários.
Nesta semana, por exemplo, o Itaú demitiu mais de 1 mil funcionários que apresentaram baixa produtividade no home office, e a Microsoft anunciou que seus colaboradores remotos terão de ir pelo menos três vezes por semana ao escritório.
Mais cedo neste ano, a Amazon também decretou o fim do home office para seus colaboradores do Brasil, e a Uber determinou três dias presenciais semanais para os contratados em todo o mundo.
Entre as principais explicações utilizadas pelos executivos para mais dias no escritório, estão a maior possibilidade de colaboração, maior produtividade do que no home office e questões culturais.
O levantamento mostra ainda que o modelo presencial ainda é predominante, com 60% das pessoas indo ao escritório todos os dias. Mas o número já é bem menor do que em 2019, quando aproximadamente 90% das pessoas não trabalhavam em casa.
No último ano antes da pandemia, aproximadamente 5 milhões de pessoas trabalhavam em home office, diante de um total de 94,6 milhões de empregados, segundo dados da PNAD Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Realizado pelo Google Workspace e pela IDC e Provokers, o estudo entrevistou mais de 3.500 funcionários de diversos níveis hierárquicos em empresas do Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e México, que têm entre 500 e 10 mil colaboradores.
Qual dia mais se trabalha presencial?
O “Work: In Progress” trouxe também dados sobre quais são os dias em que mais se vai presencialmente ao trabalho. Segundo o estudo, quinta e sexta-feira são os dias em que os brasileiros mais fazem home office.
64% dos entrevistados trabalham presencialmente na quarta-feira, seguido de 59% na segunda-feira e 56% na terça-feira. Os números são semelhantes ao panorama na América Latina, que compartilha da mesma ordem de dias, com porcentagens um pouco diferentes.
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