Brasil precisa de 750 mil especialistas em cibersegurança, aponta estudo
Por Claudio Yuge |
O Brasil enfrenta um dos maiores desafios na área de tecnologia: a escassez de profissionais em segurança cibernética. Segundo estimativas da Fortinet, o país precisa de aproximadamente 750 mil especialistas em cibersegurança para suprir a demanda atual. Já o ISC², entidade global dedicada à certificação de profissionais da área, alerta que o déficit pode chegar a 140 mil vagas abertas até 2025.
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Esse cenário acontece em um momento em que as empresas aceleram o deploy de softwares, lançando novas versões de aplicativos em intervalos cada vez menores. A prática ajuda na competitividade, mas também aumenta a exposição a ataques cibernéticos, já que nem sempre há tempo suficiente para testes de segurança aprofundados antes do lançamento.
“Empresas que negligenciam a segurança de aplicações enfrentam riscos financeiros, reputacionais e legais significativos. Porém, mesmo aquelas que se comprometem a investir sofrem com a falta de profissionais qualificados para dar suporte”, explica Wagner Elias, CEO da Conviso, companhia especializada em Segurança de Aplicações (AppSec).
Dentro da cibersegurança, a área de AppSec é considerada uma das mais críticas. De acordo com o Cybersecurity Workforce Study 2024, do ISC², o déficit global de profissionais da área ultrapassa 4,8 milhões de pessoas.
Programas de capacitação
No Brasil, a carência é tão grande que muitas empresas passaram a criar seus próprios programas de capacitação. É o caso da Conviso Academy, iniciativa da curitibana Conviso — que recentemente adquiriu a Site Blindado.
Na primeira turma, mais de 400 pessoas se inscreveram, mas apenas 20 foram selecionadas. Entre as vagas, 30% a 40% são reservadas para grupos minorizados, como mulheres, pessoas negras e a comunidade LGBTQIAPN+.
O programa não exige graduação ou experiência prévia, apenas interesse real em aprender. A segunda turma está prevista para 2026, com inscrições já abertas no site oficial da Conviso Academy.