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Boeing admite que 737 Max pode ter peças defeituosas na asa

Por| 04 de Junho de 2019 às 09h19

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Em outubro do ano passado, um avião 737 Max caiu na Indonésia matando 189 ocupantes. Seria apenas o início de um momento turbulento para a Boeing, empresa que desenvolveu a aeronave. Neste domingo (2), ela revelou que aviões da linha 737 podem ter partes defeituosas em suas asas, incluindo "muitos" modelos 737 Max.

É o mais recente problema que a Boeing enfrentará enquanto tenta levar o avião mais vendido do mundo, o 737 Max, de volta ao ar. Durante o anúncio, a companhia diz ter alertado as companhias aéreas que têm aeronaves 737 sobre o problema, aconselhando-as a inspecionar as ripas de ponta das aeronaves Max e NG.

As ripas são superfícies de controle aerodinâmico que se estendem pela asa do avião. De acordo com a Boeing, algumas ripas podem não atender aos padrões de fabricação e, se forem consideradas defeituosas, precisam ser substituídas. O comunicado da companhia também foi assinado pela Administração Federal de Aviação (FAA).

A Boeing afirma que as peças defeituosas podem falhar prematuramente ou até rachar. A FAA ressalta que uma falha parcial não derrubaria um avião, mas poderia danificar uma aeronave durante o voo. Para garantir a segurança, a FAA emitirá uma diretriz de aeronavegabilidade, exigindo que as companhias aéreas inspecionem e reparem as ripas de ponta dentro de 10 dias.

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O problema foi descoberto pela Boeing na sexta-feira (31), quando representantes da empresa estavam reunidos com um fornecedor de peças. De acordo com o comunicado, funcionários da Boeing notaram que algumas das peças não eram tratadas termicamente, o que os levou a acreditar que poderia existir um problema de segurança.

A descoberta afeta 148 faixas de ripas produzidas por um único fornecedor, disse a empresa. Apesar de ela destacar os modelos 20 Max e 21 NG em seu comunicado, a FAA também aconselhou que as companhias aéreas verifiquem o 179 Max e o 133 NG para determinar se suas peças também estão com defeito. Do grupo que precisa ser inspecionado, 33 aviões Max e 32 aeronaves NG estão nos Estados Unidos.

A Boeing e a FAA disseram que não foram notificados sobre quaisquer incidentes relacionados às ripas em voos operacionais, e a correção deve levar alguns dias para ser concluída.

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"Estamos comprometidos em apoiar nossos clientes de todas as formas possíveis, à medida que identificam e substituem essas peças potencialmente não-conformes", disse o CEO da Boeing Commercial Airplanes, Kevin McAllister.

Problemas acumulados

O problema descoberto no domingo ocorre enquanto a Boeing busca recuperar a credibilidade do 737 Max para colocá-lo de volta ao ar. O avião foi aterrado em todo o mundo depois do segundo acidente fatal de uma aeronave da Ethiopian Airlines em março, que se seguiu a uma queda fatal de um avião da Lion Air na Indonésia em outubro de 2018.

Os acidentes foram causados por uma falha de software das aeronaves. Depois do primeiro acidente, a Boeing chegou a dizer para pilotos da American Airlines que o problema seria resolvido em até seis semanas. Só que, cinco meses depois daquela conversa, um segundo avião do modelo 737 Max caiu na Etiópia pelo mesmo problema, finalmente resolvido no mês de maio.

Fonte: CNN