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Bitcoin cai mais de 5% após novas críticas da China
Em setembro deste ano, a China anunciou oficialmente a proibição de operações envolvendo criptomoedas, forçando diversas corretoras a encerrarem suas atividades no país, dentre elas estavam duas plataformas populares, a Huobi e a Binance.
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Nesta terça-feira (16), Pequim voltou a fazer críticas sobre a mineração de ativos criptográficos por ser uma prática extremamente prejudicial ao meio ambiente, fator que pode representar um risco aos planos de neutralidade de carbono da China. Segundo a porta-voz da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, Meng Wei, a prática “consome muita energia” e “produz muitas emissões de carbono”.
Meng também ressaltou que o NDRC (National Development and Reform Commission, em inglês) — o maior planejador econômico do país — tomará medidas mais rígidas em relação às atividades de mineração de cripto ativos.
Com o intuito de restringir as atividades no país, o NDRC anunciou que adotará medidas como o aumento dos preços de energia para quaisquer instituições que desrespeitarem as regras. Antes das restrições, a China possuía 75% de participação na mineração de Bitcoin em todo o mundo, segundo uma pesquisa publicada pela revista Nature Communications, em abril.
O Bitcoin chegou a ter uma queda bastante significativa após afirmação do órgão, ficando abaixo dos US$ 60 mil (quase R$ 330,2 mil na cotação atual) pela primeira vez desde 1 de novembro. Apesar de o motivo da baixa não ter sido esclarecido, a situação casou com a coletiva de imprensa do NDRC. Já o Ether, a segunda maior moeda digital depois do Bitcoin, caiu para o pior nível em apenas duas semanas, chegando a valer US$ 4.293 (R$ 23.625).

Embora o Bitcoin tenha marcado uma grande queda nesta semana por conta dos anúncios feitos por Pequim, a criptomoeda teve uma valorização de aproximadamente 110% neste ano, atingindo um valor recorde de US$ 69 mil na semana passada.
Por que a China está restringindo as criptomoedas?
Alguns analistas acreditam que as autoridades chinesas consideram as negociações de criptomoedas um grande risco à ordem social e econômica por representar uma fonte de riscos financeiros devido à volatilidade, além de ser uma atividade que o governo não consegue controlar, muito menos rastrear.
Outro fator que é apontado como uma possível razão para a restrição é a eliminação de moedas concorrentes ao yuan digital, também conhecido como e-CNY, moeda digital criada pela China que tem funcionamento semelhante ao Bitcoin para digitalizar a moeda nacional, permitindo maior controle sobre as atividades financeiras ao banco central do país.
A segunda maior economia do mundo também tem enfrentado graves crises energéticas e a mineração de criptomoedas depende de muita energia, pois as máquinas precisam resolver cálculos pesados para fazer a verificação e o acompanhamento das transações.
Um gasto maior de energia poderia agravar a situação da falta de eletricidade e um aumento na queima de carvão, atrapalhando os planos do país de zerar emissões de carbono até 2060.
Com base nas medidas tomadas, é certo que a China não medirá esforços para banir as criptomoedas do seu território. De acordo com Pequim, em junho que mais de 1 mil pessoas foram presas por lucrarem com atividades criminosas para comprar moedas criptográficas.
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