Intel se rende aos dispositivos móveis
Por Joyce Macedo | 31 de Julho de 2013 às 10h25
Parece que a Intel finalmente resolveu se render e reconhecer o poder dos dispositivos móveis. A empresa, cujos processadores estão embarcados em mais de 80% dos computadores pessoais em todo o mundo, admitiu que o declínio do mercado de PCs tradicionais não deve parar, e a mudança dos consumidores para tablets e outros dispositivos móveis é o que impulsiona essa queda.
Stacy Smith, o diretor financeiro da Intel, disse durante uma entrevista à Bloomberg que se pensarmos a respeito do uso de PCs há dois ou três anos, veremos o quanto ele diminuiu. Atualmente, a fabricante californiana também projeta chips para tablets, smartphones e notebooks que se transformam em tablets – e são esses processadores que estão dando a chance de a Intel compensar a queda na venda de PCs.
Alguns executivos da Intel já haviam declarado que não acreditavam na soberania móvel, e que os tablets seriam dispositivos auxiliares dos PCs – e não seus substitutos. Os mesmos executivos agora admitem que o crescimento da empresa depende dos chips de baixo consumo de energia para dispositivos portáteis.
Fato é que a queda nos números provenientes do mercado de PCs não para. Os embarques mundiais de computadores caíram 10,9% no segundo trimestre, para 76 milhões de unidades no período – o que representa a quinta queda trimestral consecutiva.
A maior divisão da Intel ainda é o grupo que fabrica chips para PCs – e apresentou uma queda de 7,5% nas vendas em relação ao segundo trimestre do ano anterior. A empresa não foi capaz de compensar essa queda, já que apresentou um aumento de apenas 1% nas vendas de chips para servidores.
Smith disse ainda que, por enquanto, a participação da Intel no mercado de chips para smartphones é "próximo de zero", e que a participação no mercado de tablets ainda é "muito baixa". Mas a ideia é mudar esse cenário com a produção de chips que não drenem a bateria dos dispositivos rapidamente.