14 anos sem Steve Jobs: Apple se prepara para nova sucessão no comando
Por Marcelo Fischer Salvatico | •

Há 14 anos morria, o mundo perdia uma de suas mentes mais brilhantes. Em 5 de outubro de 2011, aos 56 anos, morria Steve Jobs, visionário que revolucionou a relação entre tecnologia e criatividade. Ironia do destino, o executivo se foi um dia após o lançamento do iPhone 4S e da assistente virtual Siri.
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Cofundador da Apple em 1976, Jobs transformou uma pequena garagem em Cupertino, na Califórnia, no berço de inovações que moldaram a atual era digital.
Com uma visão que combinava design, funcionalidade e propósito, sua filosofia deu origem a produtos como o Macintosh, o iPod, o iPhone e o iPad. Jobs via a tecnologia não como apenas uma ferramenta, mas como extensão da experiência humana.
Sua morte precoce, devido à complicações de um câncer, marcou o fim de uma das trajetórias mais marcantes da história empresarial moderna. Mas, seu legado continuou vivo na Apple: o foco na qualidade, a obsessão por simplicidade e a crença de que “as pessoas que são loucas o bastante para achar que podem mudar o mundo são as que o mudam”.
"Ele transformou a forma como pensamos design, experiência do usuário e integração de hardware, software e serviços. Ao colocar a estética e a simplicidade no centro da inovação tecnológica, Jobs inaugurou o conceito de tecnologia emocional, aquela que não apenas funciona, mas que conecta, inspira e gera pertencimento", conta Paulo Henrique Fernandes, head de produtos e Tecnologia na V+ Tech.
A era pós-Jobs
Em 2011, já com complicações de saúde, Jobs se afastou do cargo de CEO da Apple e escolheu Tim Cook, então diretor de operações, como seu sucessor.
Sob o guarda-chuva de Cook, a Apple multiplicou seu valor de mercado, ultrapassando os trilhões de dólares, e expandiu a gama de produtos com relógios inteligentes, fones de ouvido sem fio e serviços de streaming. O executivo também foi responsável por tornar a empresa referência em sustentabilidade e privacidade digital.
Mas, prestes a completar 65 anos e em meio ao atraso da Apple na era da inteligência artificial, Cook está próximo da aposentadoria, talvez indesejada.
De acordo com o jornalista Mark Gurman, da Bloomberg, o atual vice-presidente sênior de engenharia de hardware da empresa, John Ternus, é o principal nome para o cargo de CEO.
Sucessão de Cook
O possível sucessor, Ternus, está na Apple desde 2001 e teve participação central na criação de produtos como o iPad, o iPhone e os AirPods. É engenheiro formado pela Universidade da Pensilvânia e foi peça-chave na transição dos Macs para utilização de chips próprios da linha Apple Silicon.
Aos 50 anos, mesma idade de Cook quando assumiu o cargo de CEO, Ternus é visto como uma forma da empresa se reaproximar de suas raízes de engenharia e inovação, na busca de estabilidade após terem a confiança abalada no mercado.
Os atrasos da Apple com a Siri alimentada com IA generativa fizeram a empresa perder um pouco de sua relevância com assistentes virtuais frente à concorrência do ChatGPT e do Gemini.
Inclusive, o chefe de IA da empresa, John Giannandrea, que é ex-Google, também corre risco de perder o cargo, no que a Bloomberg classificou como “fracasso estratégico” da divisão.
Caso Ternus de fato assuma o comando, a Apple pode se voltar novamente à engenharia de produto, em uma época em que software e IA são o novo campo de disputa.
Enquanto Jobs representava um gênio criativo e Cook um gestor pragmático, Ternus pode vir como uma fusão da técnica com a visão: um líder que conhece o DNA da Apple e pode reacender a inovação na companhia.
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