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Um em cada seis pássaros desapareceu da Europa nos últimos 40 anos

Por| Editado por Patricia Gnipper | 19 de Novembro de 2021 às 13h22

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Jan-Niclas Aberle/Unsplash
Jan-Niclas Aberle/Unsplash

Embora a humanidade tenha uma relação próxima com os pássaros, que já se estende há milhares de anos, isso pode estar mudando. Um novo estudo liderado por Fiona Burns, bióloga de conservação, mostrou que, desde a década de 1980, um em cada seis pássaros desapareceu da Europa. Isso equivale à perda de mais de 600 milhões de aves individuais somente nos últimos 40 anos, ocorrida principalmente em ambientes relacionados à agricultura e pecuária. E o cenário fica pior: os autores destacam que este processo vem acontecendo silenciosamente.

Graças a um amplo histórico de observações de pássaros, os estudos populacionais destes seres são mais avançados do que aqueles de qualquer outro grupo de animais. Assim, os dados obtidos por ornitólogos amadores, sob a orientação de profissionais, foi de grande ajuda para o estudo, em que os autores trabalharam com 378 das 445 espécies nativas de pássaros que se reproduzem na Europa. Os autores notaram que a população de pardais vem se reduzindo pela metade desde a década de 1980 e, hoje, há 75 milhões a menos deles.

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Houve também uma redução de quase 60% na população dos pássaros estorninhos. E, apesar de as quedas mais acentuadas terem relação com ambientes agrícolas, elas também vêm ocorrendo nas cidades. “Os pássaros comuns estão ficando cada vez menos comuns, principalmente porque os espaços dos quais eles dependem estão sendo devastados pelos humanos”, explicou Anna Staneva, diretora de conservação interina na BirdLife Europe.

Outras causas vão além da perda do ambiente destes pássaros, e envolvem também a queda massiva nas espécies de insetos, níveis elevados de poluição e até doenças — fatores que, normalmente, são os principais suspeitos para eventos de extinção em andamento. Por enquanto, essa perda dos pássaros está restrita principalmente a espécies abundantes, com 25% ocorrendo em espécies comuns e 4% nas raras, de modo que ainda não resultou em tantas extinções.

Contudo, as espécies comuns podem contribuir mais para a extinção desproporcionalmente, ou seja, pequenas perdas podem causar grandes prejuízos na estrutura do ecossistema. Felizmente, os autores descobriram também que vários parâmetros das populações vêm aumentando graças a iniciativas de conservação. Algumas populações de falcões peregrinos dobraram, enquanto sete espécies de aves de rapina reverteram a tendência graças a aumento na proteção e redução na caça e uso de pesticidas.

Com as descobertas, os autores do estudo destacaram a necessidade de ações transformadoras que possam ajudar a reverter este cenário."Isso significa aumentar a escala e ambições da agricultura amiga da natureza, proteção das espécies, silvicultura e pesca sustentáveis, junto da expansão rápida da rede de áreas protegidas", disse. Já Richard Gregory, da Royal Society for the Protection of Birds (RSPB), alertou: "a primavera vai ser muito mais silenciosa sem o canto dos pássaros se isso continuar assim e se não fizermos nada urgentemente para reverter a situação".

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O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Ecology and Evolution.

Fonte: Science Alert