Químico ignorado em tratados ambientais ameaça a camada de ozônio
Por Rodilei Morais • Editado por Patricia Gnipper |

Quando o Protocolo de Montreal foi assinado, em 1987, com o objetivo de frear a destruição da camada de ozônio, diversas substâncias foram proibidas. A ausência delas permitiu que ela se regenerasse aos poucos, mas um produto químico que não foi considerado pode ter atrapalhado esse processo, além de oferecer mais ameaças no futuro.
- Químicos que destroem camada de ozônio atingem recorde apesar de proibição
- Buraco na camada de ozônio deve crescer após erupção de vulcão em Tonga
O bromofórmio (CHBr3) é um solvente orgânico, que no passado já foi utilizado como sedativo e retardante de chamas. Novos estudos indicam que há mais dessa substância circulando na atmosfera do que se imaginava. As algas e o fitoplâncton são fontes naturais do químico e a cloração da água — adição de cloro durante o tratamento do líquido — pode ter o bromofórmio como subproduto.
Os pesquisadores responsáveis pela descoberta descrevem que a substância “contribui para a perda de ozônio estratosférico, mas não foi regulada por ter um curto período de vida e muitas fontes naturais.” Porém, estima-se agora que os níveis de CHBr3 no ambiente sejam até um terço maiores do que se imaginava — um aumento que, em grande parte, está ligado às fontes humana.
As emissões de bromofórmio acontecem principalmente no hemisfério norte, em indústrias e usinas de energia próximas ao litoral — estas fontes responderiam por até 70% do aumento da substância nesta parte do globo.
Enquanto é difícil estimar a produção de bromofórmio pelo fitoplâncton — e, mais ainda, controlá-la — agir sobre fontes humanas da substância é algo possível e necessário. A camada de ozônio respondeu bem às proibições dos químicos que a prejudicavam no passado e uma nova regulação tende a seguir os mesmos resultados.
Fonte: Geophysical Reasearch Letters Via: Science Alert