Novo chefe da NASA diz que vai manter pesquisas sobre mudanças climáticas
Por Wagner Wakka | 21 de Maio de 2018 às 08h57
Em abril deste ano, o senado norte-americano aprovou a indicação de Jim Bridenstine ao cargo de administrador da NASA. Ele foi indicado no ano passado por Donald Trump, o que já torna a primeira declaração como chefe da agência uma surpresa.
Em reunião com empregados, Bridenstine disse que não vai restringir as pesquisas climáticas da agência espacial. Em confluência com o pensamento do governo Trump, ele havia recusado a hipótese de que o ser humano seja influente nas mudanças climáticas. Bridenstine voltou atrás no encontro.
“Não nego o consenso de que o clima está mudando, na verdade acredito plenamente e sei que o clima está mudando. Eu também sei que nós humanos estamos contribuindo para isso de uma maneira importante”, disse. “O dióxido de carbono é um gás de efeito estufa, estamos colocando na atmosfera em volumes que não vimos e que o gás de efeito estufa está aquecendo o planeta. Isso está absolutamente acontecendo e somos responsáveis por isso”.
Antes de ir para NASA, Bridenstine era congressista e um dos principais críticos do apoio do governo Obama a pesquisas sobre mudanças climáticas. Além disso, ele é o primeiro indicado ao cargo vindo do universo político e não do cenário de pesquisa, o que causou certo receio na comunidade.
"Precisamos ter certeza de que a NASA continue a fazer ciência, e precisamos ter certeza de que a ciência é nula e livre de retórica política", reforçou em sua posse.
Em termos de investimento, Bridenstine disse que vai seguir a recomendação de dividir as pesquisas em três tipos diferentes de “exploradores do sistema terrestre”. Ao todo, estima-se que serão investidos cerca de U$ 1 bilhão, cada um com financiamento de algo perto de US$ 350 milhões. O três setores vão levantar informações sobre mudanças climáticas, monitorar níveis de gases atmosféricos e documentar como o planeta se modifica.
"Começa com a ideia de que o ciclo da água e o ciclo da energia estão acoplados, e precisamos ter certeza de que estamos entendendo como isso afeta as mudanças climáticas”, finalizou o político.
Fonte: NASA