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Não é o Lítio? Falta de chuva é apontada como causa da seca em salar chileno

Por| Editado por Patricia Gnipper | 07 de Novembro de 2022 às 19h08

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Lauren Dauphin/NASA Earth Observatory
Lauren Dauphin/NASA Earth Observatory

A mineração do lítio, material importante para a fabricação de baterias de eletroeletrônicos, é frequentemente apontada como a causadora da escassez de água no Salar de Atacama. Estudos recentes, porém, indicam que o impacto da extração do minério é menor do que o da falta de chuva.

A região dos Andes entre Chile, Argentina e Bolívia contém a maior parte da reserva mundial de lítio. O material já está em crescente demanda e espera-se que ela atinja 40 vezes o nível atual nos próximos 20 anos: o lítio é um componente chave na fabricação de baterias.

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A atividade mineradora, frequentemente apontada como culpada pela falta d’água na região, bombeia milhões de litros de água hipersalina do subsolo. A evaporação dessa água deixa para trás o lítio e outros materiais, como o potássio. Essa água, porém, não é potável. A única água doce usada no processo é para a lavagem de equipamentos, afirmam as empresas de mineração da região.

De acordo com Brendan Moran, pesquisador da Universidade de Massachusetts Amherst, a ligação entre o lítio e a falta d’água não é direta e outros fatores devem ser levados em conta. Entre eles, os outros usos e a seca prolongada são fatores a serem observados. Cerca de 59% do uso de água doce na região é para irrigação, enquanto o lítio demanda 9%.

A água doce superficial também é mais afetada pelo regime de chuvas que a água subterrânea. A pesquisa datou isótopos de oxigênio e hidrogênio na água doce da superfície e na água salgada do subsolo: enquanto a potável é proveniente de novas precipitações, a outra tem pelo menos 65 anos.

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Ainda que realmente a mineral não seja a causa, seus impactos preocupam pesquisadores e a comunidade indígena local. Cristina Dorador, da Universidade de Antofagasta, diz que a extração de lítio tem impactos em todo o ecossistema da região com suas estradas, ruídos, poeira e o risco de contaminação da água potável por outras substâncias. Segundo ela, as empresas “veem a área como uma reserva de minerais, não como um ecossistema a ser protegido.”

Fonte: NewScientist