Pesquisadores criam novo método para extrair lítio da água
Por Gustavo Minari • Editado por Douglas Ciriaco |
Pesquisadores do Pacific Northwest National Laboratory (PNNL), nos EUA, desenvolveram um novo método capaz de extrair metais da água. Eles usaram nanopartículas magnéticas que conseguem separar o líquido de minerais importantes como o lítio.
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Segundo os cientistas, essas nanopartículas são cercadas por um invólucro que retém moléculas em sua superfície, prendendo o lítio e outros metais encontrados na água que, normalmente, estão associados a vários processos industriais como em usinas geotérmicas.
“Essa tecnologia oferece uma alternativa promissora aos métodos convencionais de extração que bombeiam água subterrânea para grandes lagoas de evaporação. Esses processos podem levar meses ou até anos e impactar a gestão aquífera em regiões áridas onde são implantados”, explica o engenheiro químico Jian Liu, autor principal do estudo.
Metal na água
Esse sistema de extração pode ser aplicado em salmouras geotérmicas ou na água proveniente do subsolo durante a produção de petróleo e gás. As nanopartículas magnéticas também podem ser usadas em afluentes de usinas de dessalinização, ou diretamente na água do mar.
Com a adição de minúsculas partículas à base de ferro na água, o lítio se prende a essas nanopartículas, tornando possível a sua extração com a utilização de um ímã em apenas alguns minutos. Depois que esse metal é retirado do meio aquoso, as nanopartículas podem ser recarregadas e usadas novamente.
“Métodos convencionais de extração de metais funcionam, basicamente, como uma jarra de limonada em que é preciso esperar a água evaporar para retirar a mistura em pó que se deposita no fundo do recipiente, prolongando o tempo de coleta e encarecendo o processo”, acrescenta Liu.
Além do lítio
Os pesquisadores do PNNL pretendem personalizar o invólucro das nanopartículas magnéticas para que elas consigam separar outros elementos e minerais importantes, usados atualmente na geração de energia, em dispositivos médicos e na fabricação de equipamentos eletrônicos.
Eles começaram a testar esses sistemas de extração personalizados para obter césio e antimônio de uma usina geotérmica instalada na Nova Zelândia. A ideia é retirar esses elementos de salmouras subterrâneas, evitando que eles sejam descartados como rejeitos industriais.
“Embora nosso processo esteja longe de ser confundido com a magia proposta pelos alquimistas, essa abordagem é notável e oferece uma forma viável de extrair minerais importantes de maneira rápida e barata, sem prejudicar o meio ambiente”, encerra Jian Liu.