Montanhista relata experiência de subir vulcão na Indonésia: ‘é muito esforço’
Por João Melo |

Em 2015, a montanhista Isabel Leoni percorreu a trilha de três dias até o Monte Rinjani, na Indonésia, e relatou que o trajeto exige “muito esforço”. Foi nesse local que Juliana Marins, de 26 anos, caiu de um penhasco no sábado (21), sendo encontrada já sem vida na terça-feira (24).
- Como é a trilha do vulcão Rinjani, em que brasileira caiu e aguardava resgate
- 10 vulcões para visitar pelo mundo além do Etna, que entrou em erupção na Itália
- Cor de folhas das árvores pode atuar como alerta para possível erupção vulcânica
“A gente subestima muito a montanha. Acha que está chegando, que é rápido, e quando vê, não é logo ali. Demora muito, exige esforço, preparo e técnica”, afirma a triatleta brasileira.
Detalhes do passeio
Na ocasião, Isabel fez a trilha acompanhada de dois amigos e destaca que não estava preparada para o frio intenso da região. Ela também aponta que os guias locais não fornecem água suficiente aos turistas, nem todas as informações necessárias sobre o percurso.
“Eu e meus amigos estávamos muito despreparados. Os guias de lá não avisam direito sobre o que vamos enfrentar. Eles vivem em condições muito precárias de trabalho e faziam a trilha de chinelo. Não há protocolos indicando os equipamentos obrigatórios, como casacos e sacos de dormir”, ressalta a montanhista.
Segundo Isabel, a areia fofa, a poeira, a altitude e o frio são alguns dos principais desafios da longa caminhada. Ela ressalta que, mesmo com as condições climáticas rigorosas, ao fim do primeiro dia os turistas dormem na crista do vulcão — que forma uma grande cratera — e, depois, seguem o trajeto.
“Meus dedos dos pés congelaram. Eu não conseguia andar de tanto frio. Não consegui chegar ao cume. No segundo dia, você desce tudo de volta, dorme à beira do lago, na base dessa cratera. No terceiro dia, sobe-se outra crista e, depois, desce novamente”, recorda Isabel.
Acidente fatal
Juliana Marins caiu de um penhasco enquanto fazia a mesma trilha realizada por Isabel. As buscas pela publicitária de Niterói (RJ) duraram quatro dias, e seu corpo foi encontrado a cerca de 600 metros de profundidade, já sem vida.
Nesta quarta-feira (25), agentes da Agência Nacional de Busca e Resgate (Basarnas), da Indonésia, içaram o corpo de Juliana e o levaram até uma base. O resgate durou mais de sete horas.
A operação mobilizou três equipes, que se dividiram em dois grupos e se posicionaram em diferentes pontos: um a 400 metros e outro a 600 metros de profundidade.
Leia mais:
- Americana que caiu em trilha no cânion do Fim do Mundo sobrevive após três dias
- Como se forma um vulcão | Das placas tectônicas à erupção
- Novo método promete previsões de erupções vulcânicas com precisão
VÍDEO | COMO A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PODE PREVENIR ONDAS TRAIÇOEIRAS
Fonte: Agência Brasil