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Manto de gelo na Groenlândia e Antártida vem derretendo em velocidade alarmante

Por| 09 de Setembro de 2020 às 22h20

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Foto:  I. Joughin
Foto: I. Joughin

As mudanças climáticas vêm trazendo consequências graves para o planeta, como o derretimento de calotas polares. Agora, a mais nova vítima, segundo um estudo publicado na revista científica Nature Climate Change, é o manto de gelo localizado na Groenlândia e Antártida, que vem desaparecendo rapidamente.

A pesquisa compara os resultados da medição de balanço de massa de satélites com a projeção de modelos climáticos, vindos de uma equipe internacional de cientistas da Universidade de Leeds, no Reino Unido, e do Instituto Meteorológico Dinamarquês (DMI). Eles também fazem parte da colaboração internacional Ice Sheet Mass Balance Inter-comparison Exercise (IMBIE), que tem como objetivo estimar a contribuição das calotas de gelo para o nível do mar e publicar datas e análises referentes ao tema, contando com o financiamento da ESA (Agência Espacial Europeia) e da NASA.

O início do monitoramento sistemático das camadas de gelo começou ainda nos anos 1990 e, desde então, a Groenlândia e a Antártida juntas perderam 6,4 trilhões de toneladas de gelo entre os anos de 1992 e 2017. Essa perda resultou na elevação do nível global do mar em 17,8 milímetros, com previsão de elevação de mais 17 centímetros nos próximos anos caso o derretimento continue acontecendo. Como consequência, isso pode levar a graves inundações costeiras todos os anos até o fim do século, colocando mais de 16 milhões de pessoas em risco.

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Tom Staler, autor principal do estudo e pesquisador do Centro de Observação e Modelagem Polar da Universidade de Leeds, conta que o uso de dados dos satélites é a única forma de fazer o monitoramento rotineiro de áreas remotas. "Então, eles (os dados) são absolutamente cruciais para trazer medições que podemos usar para validar modelos de mantas de gelo", explica.

O cientista conta também que as informações não mostram somente o quanto de gelo vem sendo perdido, como também quais partes das regiões estão sendo afetadas e como. "Ambos são essenciais para nos ajudar a melhorar os modelos", completa. O IMBIE usa dados de vários satélites e missões, como ERS-1, ERS-2, Envisat e CryoSat, além do Copernicus Sentinel-1, que monitora as mudanças no volume, fluxo e massa dos mantos de gelo.

Ruth Mottram, co-autora do estudo e cientista climática, afirma que os satélites da ESA são responsáveis por sustentar muitos dos avanços em relação ao manto de gelo nos últimos 30 anos. Os satélites vêm ajudando a mostrar o quanto as camadas de gelo estão se modificando como consequência das alterações climáticas e mudanças ambientais. No futuro, cientistas precisam ter acesso a dados de futuras missões de satélites para continuar esse trabalho.

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Fonte: European Space Agency