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Estudo com satélite mostra "invasão verde" de plantas na Antártida

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Marc Eggert/Unsplash
Marc Eggert/Unsplash

A partir de imagens do satélite Sentinel-2 (da EMA) e expedições de campo, pesquisadores da Universidade de Edimburgo (Escócia) mapearam, pela primeira vez, a ocorrência de plantas na Antártida. Esses dados vão ajudar a entender como as áreas verdes aumentam, conforme as temperaturas médias do planeta sobem e o gelo derrete.

As áreas verdes ainda são bastante esparsas na Antártida, o continente mais gelado do mundo, adiantam os autores no artigo publicado na revista Nature Geoscience.  

"A vegetação detectada ocupa uma área total de 44,2 Km2, com mais da metade contida nas Ilhas Shetland do Sul”, afirmam os cientistas escoceses. Isso é quase nada perto da área total de aproximadamente 14 milhões Km2.

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Plantas crescem na Antártida

"Nas últimas décadas, as temperaturas do ar da superfície na Península Antártida Ocidental aqueceram cerca de três vezes mais rápido do que a média global”, afirmam os pesquisadores.

“Isso tem sido associado a pequenas, mas significativas mudanças na distribuição espacial e nos padrões de crescimento da vegetação terrestre, particularmente as duas plantas nativas com flores”, acrescentam. São as espécies Deschampsia antarctica e Colobanthus quitensis, que dispersam suas sementes através do vento (sem precisar de animais e insetos para o crescimento). 

No momento, a “invasão verde” na Antártida é composta por:

  • Algas e cianobactérias;
  • Diferentes espécies de musgo, como Bryum sp. e Sanionia uncinata;
  • Tipos de líquen, como Usnea sp. ou Sphaerophorus globosus;
  • Plantas, como Deschampsia antarctica, Colobanthus quitensis e Poa annua.

Em escala, as algas compõem o que há de menor na vegetação da Antártida. Em seguida, estão os líquens e musgos, medindo alguns centímetros. Por último, estão as poucas plantas, que usam “almofadas” de musgo para se fixar e criar raízes.

Além das espécies de plantas com flores, uma espécie de grama (Poa annua) está se disseminando de forma eficiente. Ela “se espalhou rapidamente pelas Ilhas Subantárticas, da Geórgia do Sul à Ilha Livingston, e agora está fazendo seu caminho para o sul, para a Península Antártica”, afirma Claudia Colesie, pesquisadora de Edimburgo e autora do estudo, em artigo para a plataforma The Conversation.

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Derretimento do gelo

Embora a Antártida continue sendo o continente congelado dominado por neve e gelo, a situação está mudando. A principal causa é o derretimento do gelo, que tem avançado na região.

“Até o final deste século, uma pequena quantidade de terra do tamanho de um país pode aparecer”, indica a pesquisadora Colesie. “Ainda não sabemos o que o futuro reserva com as mudanças climáticas”, completa.

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Fonte: Nature Geoscience, The Conversation