Este fungo branco transforma aranhas em zumbis

Por Nathan Vieira | 07/02/2025 às 17:00

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HC Evans et al, 2025/Fungal Systematics and Evolution

Um novo estudo publicado na revista Fungal Systematics and Evolution no último dia 24 trouxe à tona o caso de um fungo branco que transforma aranhas em "zumbis". Confirmado como uma nova espécie, foi nomeado como Gibellula attenboroughii em homenagem ao apresentador da BBC e historiador natural David Attenborough.

A aranha zumbi foi encontrada durante as filmagens da série Winterwatch, da BBC, na Irlanda do Norte. A espécie estava envolvida com o fungo como se ele formasse uma carcaça.

A aranha hospedeira foi identificada como uma das espécie Metellina merianae, e depois outras foram vistas ocupando diferentes nichos ecológicos dentro das cavernas.

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Aranhas e formigas zumbis

Conforme diz o estudo, todas as aranhas infectadas estavam posicionadas no teto ou nas paredes das cavernas, e tiveram um comportamento semelhante às formigas zumbis infectadas por fungos do gênero Ophiocordyceps.

"O gênero Gibellula compreende espécies patogênicas e específicas para hospedeiros de aranhas. Aqui, relatamos a ocorrência de uma nova espécie infectando aranhas cavernícolas e tecelãs da subfamília Metainae ( Tetragnathidae ) nas Ilhas Britânicas. A nova espécie é descrita e ilustrada e sua ecologia é discutida; levando à conclusão de que aranhas infectadas exibem mudanças comportamentais semelhantes às relatadas para formigas zumbis", diz o estudo.

Os autores também mencionam que dois patógenos de aranhas, anteriormente atribuídos ao gênero Torrubiella, agora são transferidos para o gênero Gibellula.

Publicado no periódico Fungal Systematics and Evolution, o estudo também usou registros históricos de herbário e outros estudos anteriores para descobrir uma diversidade oculta dentro do gênero Gibellula nas Ilhas Britânicas, juntamente com evidências de epidemias generalizadas de doenças em aranhas em Norfolk e no País de Gales.

O artigo aponta que “seu papel na dinâmica populacional de aranhas justifica um estudo mais aprofundado, assim como os metabólitos que produzem, que lhes permitem explorar um nicho ecológico tão altamente específico”.