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Por que o despertar de um vulcão na Itália pode levar ao caos global

Por  • Editado por Luciana Zaramela |  • 

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USGS/Unsplash
USGS/Unsplash

Desde 2005, o vulcão dos Campos Flégreos, na Itália, dá sinais de movimentação abaixo de sua superfície. Próximo ao Vesúvio, responsável pela tragédia de destruiu Pompéia no ano 79 d.C, ele tem potencial para um desastre muito maior.

A principal hipótese investigada pelos cientistas é de que sua última erupção aconteceu em 1538, há 486 anos. Ele é considerado o vulcão com maior potencial destrutivo de toda a Europa.

O nome que significa "campos ardentes", em tradução livre, indica que o vulcão é, na verdade, constituído por um aglomerado de diferentes crateras. Considerado um supervulcão por ser capaz de expelir mais de mil quilômetros cúbicos de material vulcânico (lava, gases e cinzas), ele emite 2.273,05 m³ de gás carbônico por dia

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Segundo o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV) da Itália, os episódios de atividade intensa mais recentes foram entre os anos de 1969 a 1972 e 1982 a 1984, quando muitos habitantes da região, especialmente os do centro histórico de Pozzuoli, foram forçados a abandonar as suas casas.

Os Campos Flégreos podem, inclusive, ter sido responsáveis pela extinção do homem de Neandertal em uma de suas maiores erupções, há cerca de 39 mil anos. O magma expelido foi encontrado a cerca de 4.500 quilômetros de distância, na Groenlândia.

De acordo com um estudo publicado na Science Advances em 2018, ele pode estar entrando em uma fase de progressiva atividade, “potencialmente culminando, em algum momento indeterminado no futuro, em uma erupção de grande escala”.

Caso uma erupção aconteça, o vulcão deverá emitir nuvens de cinzas e gases que podem cobrir o globo terrestre, desencadeando perturbações climáticas, como alterações no regime de chuvas, bem como a ocorrência de chuvas ácidas.

Além disso, também podem causar um resfriamento temporário. O evento é conhecido como inverno vulcânico, e acontece porque as cinzas expelidas bloqueiam a radiação solar.

O contrário também pode acontecer. Por liberar dióxido de carbono (CO2) abundantemente em um curto período, o efeito estufa pode aumentar, elevando as temperaturas.

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No entanto, ele ainda é considerado inativo e não há motivo para pânico. Apenas suas caldeiras apresentam atividade, liberando gases.

Crateras e liberação de gases 

Uma de suas crateras mais ativas, a Solfatara, atingiu um pico da liberação de gases no último ano, com cerca de 4.000 e 5.000 toneladas de dióxido de carbono sendo lançadas na atmosfera diariamente, segundo uma pesquisa publicada na revista científica GeoScience.

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Nos últimos 19 anos, a movimentação abaixo da superfície fez com que o terreno do local onde está o Campos Flégreos subisse mais de 134 centímetros (a última medição foi feita em outubro deste ano). Veja abaixo a simulação da erupção:

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Fonte: IGNV, GeoScience, Science Advances