Publicidade

Continentes se formaram graças a ondulações do manto da Terra

Por  • Editado por Luciana Zaramela |  • 

Compartilhe:
Rod Waddington/CC-BY-S.A-2.0
Rod Waddington/CC-BY-S.A-2.0

Uma pesquisa da Universidade de Southampton, no Reino Unido, pode ter revelado a origem dos continentes, com os processos geológicos do manto responsáveis pela formação dos platôs da crosta inclusos. Durante a separação dos continentes, grandes falésias podem surgir na fronteira onde a crosta fende, gerando ondas que viajam pelo manto da Terra, a camada “do meio”.

Essas ondas vão, lentamente, em direção ao centro do planeta, um processo que leva milhões de anos e alimenta a formação de platôs. O processo é explicado em detalhes em uma publicação da última quarta-feira (7) na revista científica Nature.

Continentes, platôs e falésias

Canaltech
O Canaltech está no WhatsApp!Entre no canal e acompanhe notícias e dicas de tecnologia
Continua após a publicidade

A ciência já sabia que as fendas continentais geravam grandes escarpas, como as do Vale do Rift no leste africano, por vezes dobrando os platôs que surgem do centro estável dos continentes (crátons). Como ambas as características geológicas levam tempos diferentes para se formar — entre dezenas de milhões até 100 milhões de anos —, acreditava-se que processos diferentes seriam responsáveis. 

Foi com o estudo dos Gates Ocidentais da Índia, com 2.000 km, do Platô das Terras Altas do Brasil, com 3.000 km, e da Grande Escarpa da África do Sul, que circula o Platô Central com 6.000 km, que descobriu-se a ligação entre os processos. Mapas topográficos revelaram que as escarpas dessas regiões estão alinhadas com as fronteiras continentais, indicando que a separação as gerou.

Simulações em computador ajudaram a mostrar que as fendas continentais perturbam o manto, gerando as ondas profundas que viajam em direção ao coração dos continentes. Dados minerais também foram analisados, mostrando que o levantamento e erosão dos platôs segue em direção ao centro dos continentes ao mesmo tempo e velocidade que as ondas do manto, em média.

O processo é incrivelmente lento, com os movimentos progredindo entre 15 km e 20 km dentro de alguns milhões de anos, mas foi essencial para a formação das paisagens da Terra, arrancando as raízes que prendem os continentes à fronteira entre a crosta e o manto.

Os crátons, assim, ficam mais flutuantes, elevando-se cada vez mais. Com o vento e a chuva erodindo e deixando os crátons mais finos, eles boiam ainda mais, gerando os platôs estáveis que formam os atuais continentes.

Fonte: Nature