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Ciclone bomba leva ventos de 120 km/h ao Sul do Brasil

Por| 01 de Julho de 2020 às 11h25

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Asaff Saab de Souza
Asaff Saab de Souza

A formação de um ciclone bomba deixou quatro mortos e levou ventos de até 120 km/h a cidades da região sul do Brasil. O fenômeno gerou chuvas torrenciais e queda brusca na temperatura, atingindo o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Nas ruas das cidades, árvores foram derrubadas ou caíram sobre a rede elétrica, enquanto a ventania levou telhados, carregou estruturas e deixou dezenas de cidades sem energia ou internet madrugada adentro.

Em Chapecó (SC), uma idosa morreu após ser atingida por uma árvore que caiu por causa do temporal. Na região metropolitana de Florianópolis, dois óbitos: um homem morreu após entrar em contato com fios de alta tensão e outro faleceu devido à queda de uma estrutura. Por fim, em Nova Prata (SC), um deslizamento levou um homem que trabalhava na construção civil a óbito. Ele chegou a ser resgatado pelos bombeiros depois da queda de tapume, mas não resistiu aos ferimentos.

Como dá para notar pelos óbitos, Santa Catarina foi o estado mais atingido pelo ciclone bomba, com o governo relatando estragos em pelo menos 35 cidades. Imagens impressionantes foram registradas em Balneário Camboriú, enquanto rodovias seguem bloqueadas na manhã desta quarta-feira (1º) devido à queda de barreiras e árvores. 1,4 milhão de pessoas ficaram sem energia elétrica no estado, enquanto o rompimento de cabos de fibra óptica também levou a quedas nos sinais telefônicos e de internet.

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No Rio Grande do Sul, relatos de estragos em pelo menos seis cidades, com pelo menos 900 mil pessoas sem energia. O governo do estado suspendeu temporariamente a operação de portos e travessias de balsa, já que, até a madrugada, ventos de alta velocidade ainda eram registrados no estado, com a viabilidade de retorno ao funcionamento sendo avaliada na manhã desta quarta.

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O Paraná ainda registra reclamações de cidadãos sem luz na manhã desta quarta, com 200 mil imóveis registrando ocorrências apenas na capital, região metropolitana e litoral do estado. Na capital, Curitiba, a manhã começou com agentes da Defesa Civil liberando ruas e retirando árvores caídas.

A formação do ciclone levou o Facebook a, mais uma vez, ativar o seu centro de crises, trazendo informações aos usuários e permitindo que eles marquem a si mesmos como seguros caso estejam nas áreas afetadas pelo fenômeno. Pela página, também é possível verificar a situação de amigos e encontrar usuários pedindo ajuda ou organizações que estejam trabalhando no auxílio aos atingidos.

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O que é ciclone bomba?

A expressão relativamente desconhecida surgiu como trivial nas páginas dos noticiários desta terça, enquanto os estragos ainda eram registrados nas cidades do sul do país. O fenômeno que gerou os problemas desta terça foram causados por um ciclone extratropical, que surgiu sobre o Oceano Atlântico e a região Sul do Brasil, e ganha a alcunha de “bomba” por causa da queda brusca de pressão em seu centro, quando há redução de pelo menos 24 hPa em 24 horas.

Quando isso acontece, a coluna de ar que está sobre a superfície ganha menos força e, por isso, acaba gerando vendavais. Normalmente, quando a formação ocorre no oceano, isso resulta em mar agitado, ondas altas e ressacas; já quando o ciclone bomba surge sobre as cidades, é motivo de alerta, já que os ventos de alta velocidade e a chuva forte causam estragos como os vistos na última noite.

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De acordo com a Climatempo, a pressão no centro do ciclone deve continuar a cair nesta quarta, com expectativa de ventania de até 100 km/h no Rio Grande do Sul. Os meteorologistas também esperam ressacas e mar revolto no litoral do estado e em Florianópolis. Em Curitiba, a previsão é de temporal e queda brusca na temperatura a partir das 16h, com a média de 13 ºC podendo chegar a 6 ºC no início da noite.

Novamente, o fenômeno está previsto para o final do dia e também deve atingir levemente alguns estados do sudeste do país, como o centro-sul de Minas Gerais e o interior de São Paulo, na divisa com o Paraná. Há pedido de cautela das autoridades quanto a novos deslizamentos e quedas de árvores.

Fonte: Folha de S. Paulo, Climatempo