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Cérebro de pássaro brasileiro é elo perdido que explica inteligência das aves

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Reprodução/Júlia d’Oliveira
Reprodução/Júlia d’Oliveira

Fóssil de ave brasileira que viveu há 80 milhões de anos é o elo perdido entre os pássaros da atualidade e o primeiro dinossauro parecido com um pássaro de que se tem conhecimento, o Archaeopteryx

A informação vem de um estudo publicado em outubro na revista científica Nature. A pesquisa descreve que o crânio da ave, da espécie Navaornis hestiae, é “abobadado, desdentado e tem olhos grandes”. 

Datando do período do Cretáceo Superior, o material é considerado bem preservado e preenche uma lacuna de 70 milhões de anos de evolução. 

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Os pássaros modernos têm algumas das capacidades cognitivas mais avançadas do reino animal, comparáveis ​​apenas aos mamíferos. Esse achado permite entender como e quando evoluíram os cérebros e a inteligência dos pássaros.

Liderada por cientistas da Universidade de Cambridge e do Natural History Museum of Los Angeles County, a pesquisa revela que o Navaornis possuía capacidades cognitivas mais avançadas que o Archaeopteryx, dado o crânio maior.

Isso pode representar uma vantagem quando se tratava de encontrar comida ou abrigo, além de ter proporcionado que o animal fizesse danças do acasalamento ou outros comportamentos sociais complexos.

Fóssil de São Paulo

O fóssil recebeu esse nome em homenagem a William Nava, diretor do Museu de Paleontologia de Marília, no estado de São Paulo, que descobriu o fóssil em 2016. A ossada estava em um sítio na localidade vizinha de Presidente Prudente.

Há milhões de anos, esse sítio provavelmente era uma área seca com riachos de fluxo lento, o que permitiu a preservação do fóssil. Por meio da microtomografia computadorizada foi possível reconstruir em detalhes o crânio e o cérebro do pássaro.

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Pequeno pombo

O crânio do Navaornis se assemelha um pouco ao de um pequeno pombo, mas uma inspeção mais detalhada revela que se trata de um membro de um grupo de aves primitivas chamadas enantiornithines, ou “as aves opostas”.

Esses animais divergiram dos pássaros modernos há mais de 130 milhões de anos, mas tinham penas complexas e provavelmente eram voadores habilidosos como os pássaros modernos.

No entanto, a anatomia cerebral do fóssil levanta uma nova questão: como os “pássaros opostos” controlavam seu voo sem o conjunto completo de características cerebrais observadas em pássaros vivos, incluindo um cerebelo expandido, que é o centro de controle espacial de um pássaro vivo? 

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A pergunta ainda não tem uma resposta e a expectativa dos cientistas é fazer outros achados no mesmo sítio para poder aprofundar o tema, que avançou significativamente graças ao Navaornis.

Veja também:

Fonte: Nature  

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