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Casas construídas sob o solo poderiam nos proteger do aquecimento global?

Por| Editado por Patricia Gnipper | 02 de Agosto de 2021 às 18h09

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JordyMeow/Wikimedia Commons
JordyMeow/Wikimedia Commons

Diante do aquecimento global, casas construídas sob o solo podem ser uma solução para ondas de frio e calor que tendem a ser mais extremas na superfície da Terra. A temperatura constante no solo permite que as moradias tenham aquecimento e resfriamento mínimos, reduzindo drasticamente os custos de energia em comparação aos modelos convencionais. Além disso, este modelo de casa fornece uma proteção natural contra os ventos e tempestades — cada vez mais comuns.

As casas subterrâneas foram uma mania nos Estados Unidos durante as décadas de 1970 e 1980, não apenas pelo aspecto visual “diferentão”, mas pelos benefícios. Essas moradias oferecem maior proteção contra incêndios florestais e resistem bem mais aos terremotos, uma vez que são projetadas para se moverem com a terra. No lugar de um telhado convencional, é possível manter um jardim em que seus residentes cultivem seus alimentos — chamado telhado vivo.

As temperaturas na superfície costumam variar bastante acordo com as estações, mas no subsolo elas são atenuadas e se mantêm constantes. No inverno, por exemplo, a temperatura abaixo do solo é mais alta do que acima, enquanto no verão, o que estiver sob terra se mantém mais resfriado. A mais de 4 metros de profundidade, a temperatura do solo passa a ser constante.

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Origem das “casas de terra”

Os primeiros registros de casas construídas em solo datam de 15.000 a.C., na Europa, quando alguns caçadores migratórios construíam “casas redondas”, parcialmente enterradas e cobertas de grama. Exemplos desse tipo de construção podem se encontrados em Skara Brae, nas Ilhas Orkney, na Escócia, com datas estimadas em 5.000 anos.

No sudoeste dos Estados Unidos, os povos nativos americanos tiraram proveito das saliências naturais do Parque Nacional de Mesa Verde — hoje, Patrimônio Mundial pela UNESCO —, no Colorado, para construir estruturas protegidas pela terra, conhecidas como “alojamentos de terra”. Mas foi a partir da década de 1970, com a chegada da crise do gás que subiu em até 300% o preço do petróleo, que o interesse por esse modelo de casa mais econômica decolou.

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A maioria delas foi construída entre 1979 e 1983 — ano em que a primeira Conferência Internacional sobre Edifícios Protegidos pela Terra foi sediada na Austrália. Nos anos seguintes, o modelo de casas de terra caiu entre o gosto popular norte-americano, mas se manteve em países como Rússia, Japão e China, com cerca de 10 milhões de pessoas no norte da China vivendo em casas de terra. Em 1974, o arquiteto suíço Peter Vetsch começou a construir uma série de casas do tipo, incluindo nove delas que compõem Lättenstrasse, em Dietikon. As casas desenhadas por Vetsch possuem telhadas abobadados com isolamento de espuma rígida, cercadas por 3 metros de solo.

Atualmente, a Earthship Biotecture vende seus modelos de casas econômicas nos EUA, chamados Earthships, espécies de abrigos solares feitos a partir de material natural e reciclado, como pneus. A maioria destas casas fica no Novo México.

Tipo de casas de terra

O primeiro tipo é uma casa muito parecida com as convencionalmente construídas acima do solo, com exceção, é claro, de serem embutidas na terra — com janelas bem abaixo do telhado. O segundo tipo é a chama “berma de terra”, que usa a terra encostada nas paredes externas da casa — como esta é construída mais acima do solo, tem menos chances de aquirir problemas relacionados a umidade.

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O terceiro tipo é a casa “na colina”. Um belo exemplo são as moradias dos hobbits, do universo da trilogia Senhor dos Anéis, e são mais adequadas em lugares de climas frios e temperados. O quarto tipo é a “subterrânea”, completamente abaixo do solo com uma entrada para a luz e ventilação — ideal para lugares mais quentes, como Marrocos e Tunísia. Já o quinto e último tipo é a “cortar e cobrir”, onde se enterra um contêiner para montar a casa.

Fonte: Interesting Engineering