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Altitude de voo desta ave migratória é influenciada pelas fases da Lua

Por| Editado por Patricia Gnipper | 18 de Março de 2022 às 18h30

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Reprodução/Zak Pohlen
Reprodução/Zak Pohlen

O comportamento de voo do andorinhão negro do norte, uma ave migratória, parece ser influenciado pelas fases da Lua e até mesmo pelos eclipses lunares, segundo novo estudo liderado pela Lund University. Os pesquisadores descobriram que essa espécie voa a altas altitudes durante a Lua cheia, mas a dinâmica por trás disso ainda é um mistério.

O andorinhão negro do norte realiza uma longa migração das regiões de montanhosas de Utah, nos EUA, até a Floresta Amazônica, na América do Sul. Pequenos sensores e rastreadores instalados nessas aves revelaram que elas atingem alturas extremas durante períodos de Lua cheia.

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O novo estudo também suspeita, a partir do aumento da frequência no bater de asas dos andorinhões negros, que essas aves voem até 5.000 metros de altitude para se alimentarem de insetos que seriam mais fáceis de serem caçados sob a luz do luar.

Durante um eclipse lunar na migração de oito meses dessas aves, os pesquisadores notaram que as aves rapidamente perderam altitude, acusando a influência direta do luar com o voo delas. Essa relação já foi apontada em insetos, mas é primeira vez que ela é relacionada a altitude de voo de uma ave.

O biólogo Anders Hedenström, principal autor do estudo, disse que a descoberta pegou a equipe de surpresa. "O andorinhão negro não pousa uma única vez durante sua migração de oito meses e meio, então eles permanecem no ar o tempo todo", acrescentou.

Misteriosa relação com a Lua

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Os pesquisadores ainda não sabem se é a luz da Lua que conduz essas aves para uma altitude maior ou se existe alguma outra dinâmica envolvida. O que eles sabem por enquanto é que, conforme as noites se tornam mais escuras, os andorinhões, além de voarem mais baixo, reduzem os níveis de atividade.

Elas voam mais alto nas noites claras para evitar predadores próximos à superfície, mas o estudo considerou que subir até 2.000 metros acima do mar é uma “margem de segurança desnecessariamente alta”, e descartou essa possibilidade.

As fases da Lua influenciam diversas espécies animais, como ostras, corais, zooplâncton e outros — a maioria desses relacionada às mares. Até mesmo os ataques de tubarões parecem aumentar durante a Lua cheia, embora boa parte acontece à luz do dia. Os pesquisadores também acreditam que esse mesmo efeito lunar aconteça com outras espécies de aves, como o noitibó-da-europa, os quais são duas vezes mais ativas durante as noites de Lua cheia.

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A pesquisa foi apresentada na revista Current Biology.

Fonte: Current Biology, Lund University, Via ScienceAlert