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Alimentar gado com algas marinhas reduz emissões de metano

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Anastasiia Chepinska/Unsplash
Anastasiia Chepinska/Unsplash

Para a Agência Sueca de Proteção Ambiental, a solução para reduzir as emissões de metano — um dos gases diretamente ligados com a crise climática, além do gás carbônico — passa por modificações na dieta de vacas e bois. A aposta é que a inclusão de algas marinhas e outros aditivos reduzam o impacto ambiental da criação bovina.

Esta é uma das propostas descritas no recente relatório que a agência divulgou para reduzir as emissões de metano no país em 30% até 2030. Só que antes de liberar ração com algas marinhas, os pesquisadores do governo sueco apontam para a necessidade de mais estudos, confirmando a segurança dessa nova dieta.

Metano e as mudanças climáticas

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Antes de seguir, vale dizer que controlar as emissões de metano é uma das grandes preocupações ambientais para a Suécia, sendo que a maioria das emissões estão concentradas na agropecuária. Se nada for feito, o país não conseguirá cumprir com as metas previstas no acordo global para redução de emissão desse gás poluente.

Para dimensionar o impacto, a agência sueca lembra que “o metano é um poderoso gás de efeito estufa cujo impacto climático, comparado ao dióxido de carbono, é 28 vezes maior por quilograma de gás emitido numa perspectiva de cem anos”.

Nova ração para as vacas

Como apontado pelo relatório, uma possibilidade é melhorar a dieta das vacas, incluindo as algas marinhas, ricas em bromofórmio. Os dados preliminares indicam que o composto age impedindo que os microorganismos presentes nos dois primeiros estômagos do animal produzam o metano — no total, a espécie conta com quatro estômagos.

Além das algas, outra possível solução é o uso de um produto químico conhecido como 3-NOP. Este já é utilizado na alimentação de alguns animais no país, mas ainda não obteve autorização para uso específico no gado leiteiro.

Como agem as algas marinhas?

A nova ração com algas marinhas é desenvolvida pela empresa Volta Greentech, capaz de reduzir em até 80% as emissões de metano geradas pelas vacas em um dia. Para validar a tecnologia, programas pilotos são implementados na Suécia e no Reino Unido. A taxa de liberação do gás é medida a partir de sensores.

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“Acreditamos que estes [aditivos alimentares] podem ser uma medida para reduzir o metano produzido pelo gado na Suécia”, afirma Emma Carlen, analista climática da agência. Hoje, “não temos outras ferramentas que possam ter esse efeito dentro do nível de produção atual. Mas também entendemos que [a solução] ainda é bastante nova e que mais estudos precisam ser feitos antes de podermos realmente apresentar uma nova política pública”, completa.

Em paralelo, outros grupos de pesquisadores testam soluções alternativas. Por exemplo, pesquisadores da Universidade de Ciências Agrárias da Suécia também apostam nas algas, mas sugerem que elas possam ser efetivas ao serem adicionadas às fezes do animal, reduzindo a pegada de metano.

Vale lembrar que, no Brasil, mesmo que o tamanho da população bovina já tenha ultrapassado a de humanos, experimentos e pesquisas do tipo ainda são incipientes.

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Fonte: Swedish Environmental Protection Agency e Volta Greentech  

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