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A água do mar fica mais ou menos salgada com o passar do tempo?

Por| Editado por Patricia Gnipper | 10 de Outubro de 2021 às 17h00

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Unsplash/Matt Hardy
Unsplash/Matt Hardy

A salinidade dos oceanos é definida pela concentração, em gramas, dos sais minerais dissolvidos em cada litro de água. Para a oceanografia, seu estudo é fundamental para determinar a densidade da água e compreender os padrões da vida marinha. Mas será que ao longo do tempo a água do mar se torna mais ou menos salgada? E de onde vem todo esse sal?

Quando a Terra ainda era bem jovem e os mares pequenos, suas águas não eram salgadas como são hoje. No entanto, acredita-se que, com a chegada das chuvas, os sais em terra passaram a ser escoados para o mar, sendo os rios a principal fontes de seu reabastecimento mineral. Atualmente, a salinidade média do mar é considerada estável graças ao balanço geoquímico dos oceanos, alcançado há centenas de milhões de anos, embora as concentrações variem um pouco de acordo com a localidade e outros fatores, como as chuvas.

Principais fontes de sal

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A água do mar tem uma salinidade média de 3,5% de sua massa, o que significa que cada litro contém cerca de 35 gramas de sais dissolvidos. Só o cloreto de sódio (NaCl) corresponde a 85% do sal marinho; o magnésio e o sulfato, representam cerca de 10%. Pode parecer pouca coisa, mas, caso fosse possível evaporar toda essa água, sobraria uma camada de 60 metros de altura no fundo dos oceanos — os quais cobrem 70% da superfície da Terra.

As chuvas em todo o planeta são as responsáveis por “lavar” a terra e escoar os sais presentes nela para os oceanos. A água da chuva, levemente ácida, provoca a erosão das rochas e, assim, todo este sedimento é transportado pelos rios. Basicamente, é assim que os oceanos se mantêm salgados ao longo do tempo, mas é importante destacar que este equilíbrio é o resultado de bilhares de anos.

Segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês) dos EUA, os rios são responsáveis por transportar, anualmente, cerca de 4 bilhões de toneladas de sais dissolvidos para os oceanos. Estima-se que esta mesma quantidade de sal seja depositada como sedimento no fundo dos oceanos, ou seja, praticamente a mesma quantidade perdida de sal é resposta por este processo natural.

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Mas, além das chuvas, a sal do mar vem das fontes hidrotermais localizadas no fundo dos oceanos. Quando a água penetra estas fissuras, ela é aquecida pelo calor interno da Terra (seu magma) e, com isto, uma série de reações químicas acontecem. Inevitavelmente ela é liberada, reabastecendo parte dos sais minerais. Os vulcões subaquáticos também são responsáveis por esta reposição.

Variações ao redor do mundo

Embora a salinidade média do mar seja considerada estável e não se torna mais ou menos salgada com o tempo, isto não significa que a concentração de sal das águas do mar não varie de acordo com a localidade. Por exemplo, o Mar Morto possui a maior concentração do mundo, pois ali o calor aumenta a taxa de evaporação, além da pouca quantidade de chuva para reabastecer a água.

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Em contrapartida, o mar Báltico, ao norte da Europa, possui uma das menores taxas de salinidade da Terra. Isso é explicado por conta do grande escoamento de água doce na região, o qual supera a taxa de evaporação, o que aumenta a diluição dos sais minerais nestas águas. A concentração de sal nos trópicos costuma ser maior que a dos polos, pois nessa faixa a evaporação e a precipitação são maiores que nas regiões afastadas do Equador.

Enquanto os polos da Terra atravessam o verão e as calotas polares passam a derreter, a quantidade de água doce lançada ao mar deixa suas águas menos salinas — como é o caso dos Oceanos Ártico e Antártico. No inverno, acontece o contrário. E a salinidade do mar também varia de acordo com a profundidade: a mais de 1.000 metros da superfície, a quantidade média de sal se torna relativamente a mesma em todos os oceanos.

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Portanto, o mar não fica nem mais e nem menos salgado com o tempo, pois a própria dinâmica da Terra garante seu equilíbrio médio — com exceção das concentrações da salinidade superficial, que variam conforme os processos responsáveis pela reposição de água doce e sais minerais dos oceanos.

Fonte: NOAA, USGS